...• Helena Wessex •...
Volto para mansão e subo as escadas correndo, vou até os meus aposentos e fecho a porta, finalmente podendo respirar... O que foi aquilo? Me sinto uma criança eufórica que acabara de destruir o belo jardim de sua mãe ou desenhar nos papéis de negócios de seu pai. Ao contrário dessas coisas, isso foi muito mais intenso, coloco a mão no meu peito na intensão de conseguir controlar a ambígua ansiedade que se forma e o meu coração rítmicamente acelerado.
— Senhorita Helena? ( Ana bate à porta, fora do meu quarto ela sempre mantém a cordialidade, minha família pode demiti-la por me " desrespeitar")
— Entre. ( Digo e corro para a penteadeira, soltando os meus cabelos e fingindo normalidade)
Ana entra e fecha a porta atrás de si, vindo até mim e se sentando ao meu lado.
— Ocorreu tudo bem durante as apresentações? ( Pergunta ela, claramente preocupada)
— S-sim. Minhas irmãs não me incomodaram, se é sobre isso que na qual se refere. ( A respondo sem olha-la, mantendo os meus olhos no espelho)
— O senhor Windsor não lhe fez nada, certo? ( Ana pode ser mais uma empregada da casa, mas é a que mais se preocupa comigo, e a ideia de algum homem me fazer mal a perturba, Ana claramente sabe algo sobre os homens, que não me conta)
— Ele... ( Dou uma pausa antes de continuar, me lembrando de cada detalhe no jardim... Sua mão grande me tocando, sua voz que o difere dos outros homens, sua barba rasa e bem feita. Sinto uma sensação estranha se formando entre as pernas e aperto as coxas, na intensão dessa sensação sumir, isso é estranho... Eu estou doente?) — É um homem instigante.
Ana me olha confusa e com ar desconfiado.
— Vocês foram ao jardim, o que ele lhe falou? ( Ah, não! Ela nos viu lá e pensará o pior de mim. Uma mulher nunca deve ficar sozinha com um homem se ambos não forem casados, isso não pega bem para a moça e sempre sai mal falada.)
— Apenas nos encontramos por coincidência, e conversamos por um breve tempo. ( Falo e me viro para a mulher com pele enrugada) — Poderia pentear os meus cabelos, madre?
Ana sorri e se levanta, pegando um pente. Peço a Deus que ela esqueça esse assunto, está anotado em meu livro pessoal que nunca mais ficarei sozinha com duque Windsor. Por mais encantador e misterioso que seja, não quero perder a oportunidade de um recíproco casamento com um lorde por conta de más falas sobre mim.
.........
Ana se afasta e dou um sorriso ao ver meus cabelos soltos, com um laço branco atrás - Do mesmo jeito que minha mãe usava, quando estava em casa -, Me levanto e dou um beijo na bochecha de Ana.
— O almoço já deve estar pronto, estou faminta. ( Digo indo em direção a porta)
— Claro, minha menina. ( Ana sorri e vai até o meu armário) — Coma algo, se precisar de algo eu estarei aqui organizando suas coisas.
Concordo com a cabeça e saio, desço as escadas e vou correndo até a sala de jantar - Sei que não são modos para uma nobre, mas eu gosto de viver fora das inúmeras regras que me impõem -. Quando viro o corredor esbarro em alguém e caio de bunda no chão, olho para cima e vejo duque Windsor, me olhando sério, seus olho descem de meu rosto para o meu vestido, sigo seu olhar e vejo que quando cai, meu vestido se levantou e a minha roupa íntima ficou aparente. Me levanto rapidamente e o reverencio, por que eu só passo vergonha na frente dele?
— Me desculpe, senhor. ( Falo com as bochechas ruborizadas, e logo em seguida mordo o lábio pela vergonha)
Ele não fala nada, apenas continua olhando para o meu rosto. Peço licença e me apresso, indo até a sala de jantar, quase correndo.
Chego e vejo meu pai conversando com Margot nos seus lugares de sempre à mesa, Nívea e Meredith falam empolgadas sobre como o duque é lindo e perfeito para elas.
— Boa tarde. ( Digo a eles e me sento afastada na mesa, que é o lugar onde Margot me designou)
Ninguém me responde e continuam a conversa, como se nem percebessem que eu cheguei. Olho para baixo e esfrego as mãos uma na outra, em cima do vestido que uso.
— Ele claramente se encantou comigo mamãe, viu o jeito que olhava para mim? ( Meredith fala com orgulho, como se " chamar" atenção do duque fosse algo que no qual pudera se gabar para as vizinhas e suas amigas.)
— Ele nem ao menos te olhou, minha querida irmã. ( Nívea a corta, ambas com expressões soberbas) — Estava ocupado demais olhando para o meu decote.
— Meninas, não discutam. ( Margot interrompe o momento fatídico de mentiras das duas) — O duque com certeza, se encantou com a beleza das duas.
Fico em silêncio e meu pai também, a este ponto, ele já está acostumado com cenas como essa, serem recorrentes.
— Perdoem-me pelo atraso. ( A mesma voz grossa e que exala confiança se aproxima, nem preciso virar a cabeça para saber de quem emerge.)
Passos se aproximam e a conversa fiada da minha
" família" cessa. Logo a cadeira ao meu lado é puxada e vejo com o canto do olho, o duque Windsor se sentar ao meu lado. Ele não deveria estar de partida?
— Tive um pequeno imprevisto... ( Sinto seus olhos colarem em mim quando ele fala isso, e fico envergonhada)
— Senhor James, sente-se mais perto de nós. ( Pede Margot, forçando uma voz que ela nunca usa comigo, nem mesmo com as suas filhas)
Então esse é o nome dele? James Mountbatten-Windsor, apenas conhecia o sobrenome pela formalidade.
— Estou confortável aqui. ( James a responde e Margot fica quieta, seus olhos param em mim e tenho a certeza de que eu irei escutar muito, mais tarde)
As empregadas entram com as comidas em mãos e servem os pratos a mesa, o desconfortável silêncio preenche o ambiente e só os barulhos dos talheres e pratos se chocando contra a mesa é escutado.
Em alguns momentos, sinto meu rosto queimar pelo olhar de James, tento ignorar e fitar a comida que me é servida, mas a vergonha fala mais alto e não consigo me concentrar.
— Senhor Windsor. ( Meu pai se pronuncia, acabando com o silêncio constrangedor) — Será uma longa viagem até os campos britânicos.
James concorda e dá uma garfada em sua comida, com certa elegância que só um nobre possuí.
— Poderia passar uns dias conosco. ( Meu pai sugere, consigo ver os sorrisos no rostos rostos de minha madrasta e irmãs, mesmo sem as olhar)
— Gostaria que eu ficasse, senhorita Wessex? ( Quase me engasgo quando James cita meu nome, como se a minha opinião importasse mais que a de meu pai, um homem extremamente importante e de palavra)
Os olhares de todos param em mim e minhas bochechas ruborizam com isso. Limpo minha boca com o guardanapo de pano, mesmo sabendo que não está suja e deixo os talheres a mesa.
— S-se for da vossa vontade e de minha família... ( O respondo baixo, morrendo pela vergonha que me consome como uma rede de pesca em milhares de peixes) — O senhor será mais do que bem vindo.
James mantém seu olhar em mim, como todos os outros... Minha vontade é de me levantar e correr daqui, para bem longe, só para evitar esse momento mais do que constrangedor.
— Ficarei honrado em me hospedar em sua residência, senhor Wessex. ( James responde meu pai e Margot força um sorriso, como se estivesse incomodada com o que acabou de acontecer.)
O resto do almoço prossegue em silêncio, termino de comer e peço licença, saindo rapidamente da sala de jantar.
— O que houve, minha menina? ( Ana pergunta preocupada, quando entro no meu quarto com expressão de assustada.)
— A Margot não está contente comigo... ( Digo baixo, ela sabe que a minha madrasta não gosta de mim e sempre me trata mal)
— Ela nunca está, meu amor. ( Ana passa a mão pelos meus cabelos e os coloca atrás da orelha) — Não se preocupe com isso, ela não fará nada contra você.
A porta se abre bruscamente e Margot entra pisando firme e contendo raiva em sua expressão facial.
— Saia! ( Ela fala com Ana, que se afasta de mim e pede licença)
Margot espera que Ana feche a porta para começar a cuspir as palavras em mim.
— O que você PENSA que está fazendo? ( Ela aponta seu dedo indicador para mim e o coloca bem perto do meu rosto)
— E-eu não estou fazendo nada... ( Respondo sentindo as lágrimas consumirem meus olhos)
— Você é igualzinho a sua mãe, não pode enxergar um homem importante que já quer abrir as pernas.
Abrir as pernas, do que ela está falando?
— Você não tem o direito de falar da minha mãe. ( Tento gritar pela raiva que se forma ao escutar Margot desferir insultos a memória de minha mãe, mas a minha voz sai baixa, como sempre)
— Não me importa o que você pensa, eu falo dela e TOMEI o lugar dela. AGORA VOCÊ, SE COLOQUE NO SEU LUGAR E TIRE AS SUAS PATINHAS IMUNDAS DO DUQUE!
Margot me empurra com força e eu caio sentada na cama, ela sai tão rápido quanto entrou e me deixa sozinha. Sinto as lágrimas descerem, a saudade de minha mãe, Margot sendo horrível comigo... Não sei o que fiz para merecer isso.
Ana entra e me olha sentada na cama, com o rosto vermelho e lágrimas escorrendo, logo ela vem e me abraça apertado.
— Calma, meu anjo. ( Ana fala e passa a mão pelos meus cabelos) — Não ligue para as coisas que ela diz a você.
.........
Já é noite, depois do episódio com a Margot, passei o resto da tarde no meu quarto. Ana me ajudou a tomar um banho e vestir minhas roupas de dormir, desligo o abajur e me deito em minha cama.
.........
As horas passam e o sono não vem, me viro de um lado e de outro mas não me sinto confortável de jeito nenhum.
Me levanto e desço as escadas na ponta dos pés, a casa está escuro e vazia, os empregados já se foram e apenas o barulho dos grilos lá fora é escutado. Vou até a cozinha e pego um copo de leite para toma, me viro e quase derrubo o copo quando vejo o Duque parado perto da janela, enquanto tem em mãos uma coisa que leva a boca e solta fumaça para o lado de fora da janela.
— Acordada, coelhinha? ( Minha boca seca e minhas pernas ficam bambas)
Ele está sem blusa, apenas com uma calça escura e os cabelos bagunçados, o que o deixa mais bonito ainda... Sei que não deveria pensar essas coisas de um homem que nem ao menos é o meu esposo, mas é inevitável não pensar isso, quando esse homem está a sua frente.
Ele percebe meus olhos em seu corpo e sorri, desvio os olhos com vergonha e seguro firme o copo de leite em minhas mãos. Nunca tinha visto um homem sem blusa antes. Na verdade, nunca vi um homem sem roupas antes... Quando criança, pensava que eles tivessem o corpo como o das mulheres, ainda tinha esse pensamento até algum tempo atrás, até Ana me explicar que os homens e mulheres possuem diferenças físicas, deve ser isso que ela quis dizer, eles não tem seios para amamentar, como nós mulheres temos.
James leva o objeto até a boca de novo e se aproxima lentamente de mim, eu recuo até bater a parte inferior das costas em uma das bancadas. Ele aproxima os nossos rostos e solta a fumaça, tusso com o cheiro forte que ela possuí e James ri, como se estivesse se divertindo com a cena.
— Está assustada, coelhinha? ( Ele pergunta baixo, com a voz levemente rouca e o mesmo jeito grosso de sempre, me encolho na frente da bancada e seguro o copo na frente do meu corpo, como se quisesse manter uma distância entre nós)
— I-isso não é apropriado, senhor Windsor... ( Meu rosto está quente e meu coração acelerado, o duque não parece se importar com as minhas palavras, apenas se mantém no mesmo lugar que estava e me olha a centímetros de distância)
James levanta uma de suas mãos e toca meu rosto, seu braço flexiona os músculos quando é levantado, só aí percebo o quão forte ele é. Fecho os olhos com o toque e James passa levemente o polegar pelos meus lábios, sinto seu hálito perto da pele do meu pescoço e abro os olhos surpresa, o que ele está fazendo?
Logo James pressiona os lábios no mesmo lugar em que senti sua respiração e eu arfo com a sensação que se mistura ao decorrer do seu toque com os lábios em minha pele. Passando uma mão em volta da minha cintura e a outra puxando os meus cabelos para o lado, James passa a língua e sobe até o lóbulo da minha orelha, o que me causa arrepios e espasmos entre as pernas, que sensação estranha é essa de novo? - Que sempre vem quando James me toca, olha para mim, fala comigo - Aperto as coxas para reprimir isso, e, sinto minha intimidade ficando molhada. James desde a mão, escorregando pelos meus cabelos e pega no meu seio, fico assustada com a sua ação mas me mantenho parada, meu corpo se recusa a fazer qualquer movimento. James aperta com força, mas não o suficiente para doer, e sim, para que a sensação estranha só aumente.
— J-James... ( Suspiro enquanto falo seu nome, estou tão desconcertada que nem mantive as aparências)
— Se você falar meu nome assim mais uma vez, eu juro que te deito nessa porra de balcão e te fodo até você não conseguir andar amanhã. ( Suas palavras são como um choque para mim, não sabia que um duque tinha um palavreado tão baixo assim, e o que ele quer dizer com " Te fodo"?)
Sinto algo duro cutucar a minha barriga, olho para baixo para saber o que é e James se afasta de mim, joga seu objeto que sai fumaça pela janela e se retira da cozinha sem me olhar... O que foi isso?
Coloco o copo com leite em cima do balcão e saio rapidamente para o meu quarto, estou quente e provavelmente bem vermelha. Olho em volta para ver se nenhum empregado ou até mesmo Margot viu o que acabou de acontecer, James está se comportando de um jeito estranho comigo, é comum, os duques tratarem as mulheres dessa forma?
Fecho a porta do meu quarto e me olho no espelho, meus cabelos que antes estavam penteados, estão cheios de nós e um pouco embaraçado. Minhas bochechas mais vermelhas que um tomate e meu peito subindo e descendo rápido, como se precisasse de ar urgentemente.
Me deito na cama e tento esquecer o que acabou de acontecer, mas o toque do James, sua boca no meu pescoço e suas palavras no meu ouvido... A sensação estranha retorna e sinto minha intimidade voltando a se molhar, sei que é inapropriado olhar para o seu corpo sem ter o objetivo de se limpar, mas abaixo minhas roupas íntimas e coloco o dedo na minha parte íntima, que está sensível só de tocar, tiro o dedo e um líquido levemente pegajoso escorre, será que estou doente? Coloco a minha roupa íntima novamente e olho para o teto, com a intenção de pegar no mais profundo sono e alcançar o objetivo de não ficar mais sozinha com o duque, James Windsor.
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Atualizado até capítulo 37
Comments
Sabrina Santos
que duque maravilhoso❤️ já tô apaixonada 🤩
2023-04-24
7