V

...• Helena Wessex •...

O barulho da densa chuva me desperta de meu sono. É cedo, os pássaros que soam vossas belas canções pelo vasto jardim florido, cessaram hoje.

Me levanto de minha cama e me dirijo ao banheiro, começando meu dia com a minha constante higiene matinal.

.........

— Bom dia, meu amor. ( Ana entra no quarto e, assim que me vê, abre um sorriso enquanto fala) — Despertou cedo hoje.

— Estou com energia, madre. ( A respondo e me levanto da cadeira, em frente a penteadeira.)

Ana olha o adorno em meu pescoço e se aproxima, o pegando entre os dedos e sorrindo.

— Ficou lindo em você.

Retribuo o sorriso...

— Era da minha mãe. Encontrei entre as suas coisas, depois que ela morreu. ( Ana fala amargurada, como se a morte de sua mãe ainda a afetasse - Mesmo depois de tantos anos sem ela -.)

— Sei o que sente madre... ( Respondo melancólica e Ana passa os dedos pelos meus cabelos)

— Hoje é um dia especial, não vamos pensar em coisas ruins.

Sei que quando o assunto é a minha mãe ou coisas que nos deixam tristes, Ana, sempre evita o assunto, sabendo que tal conversa poderá me deixar mal. Não a julgo, amo a minha mãe até hoje, mas o sentimento de tristeza me consome quando penso nela.

Ana se afasta e começa o seu árduo serviço, ajeita os travesseiros e estende os lençóis, isso, enquanto cantarola uma canção.

— Madre... ( A chamo, com um leve receio de continuar e me arrepender dessa conversa) — O duque, Windsor. Ele já partiu?

— No momento não, ficará por alguns dias até resolver todos os negócios com o seu pai. ( Ana responde sem me olhar)

A presença dele não me incomoda, muito pelo contrário, ela me intimida. Sinto coisas estranhas e arrepios em lugares que jamais pensei que alguém pudesse sentir algo, James age estranho na minha presença e nem ao menos sei o que isso significa. Posso ser Ingênua aos olhos do mundo, mas parte disso não é a minha culpa, eu fui criada assim desde criança.

— Pergunta sobre o duque, Por quê? ( Sabia que Ana ficaria desconfiada com meu o interesse repentino em James.)

— Estava curiosa sobre a sua estadia. ( Minto, não estou nem ao menos curiosa sobre a sua estadia)

— Se tiver algo para me contar...

— Não tenho. ( A interrompo) — Está tudo perfeitamente bem, o duque é um cavalheiro comigo e com as minhas irmãs.

Sei que não é de boa conduta de uma dama contar mentiras, mas não posso dizer que James soprou uma fumaça em meu rosto, tocou no meu corpo e sussurrou palavras que me deixaram com um líquido estranho entre as pernas, isso é inapropriado para uma mulher e posso ser castigada por tal ato, mas meu corpo se paralisa ao máximo quando James está próximo.

Ana mantém seus desconfiados olhos em mim, sorrio para amenizar o clima e ela assente. Ultimamente tem sido bem caótico desde a chegada de James, não quero encontrá-lo de novo pela casa... Principalmente a noite.

— O café sairá em breve, desça já. ( Ana fala e sai, com um bolo de lençóis brancos em seus braços)

Lanço um último olhar ao espelho e ajeito meus cabelos soltos com o laço atrás.

.........

Agradeço a Deus por não ter esbarrado em James durante o percurso até a área externa, minha família e alguns nobres em si tomam suas refeições diárias na respectiva sala de jantar, para mim, é claro, isso tudo é um farto exagero. Gosto de passar meu tempo mais no jardim do que dentro de casa, o café da manhã é só uma oportunidade de fugir dessa fadiga casa, além de evitar algumas pessoas.

As empregadas já puseram a mesa - Como de costume - e se retiraram, me sento confortavelmente e começo a comer, enquanto aprecio a vista dos pássaros, flores e um pequeno riacho que há mais afastado, mas o barulho de suas águas ecoam deliciosamente pelo ambiente.

— Realmente, uma excelente vista.

Olho para trás e tenho a maior decepção da minha vida. James se aproxima e se senta ao meu lado, pegando alguns morangos e os comendo, fito seus lábios enquanto coloca a fruta na boca e olha o jardim com indiferença, tenho a certeza que não é por isso que ele está aqui, mas prefiro me reter com as palavras.

— O que faz aqui? ( Pergunto acordando do transe e desviando o olhar de seus lábios - De fato estou quente, com as bochechas vermelhas também - mas não posso demonstrar que a sua presença, até então, mexa comigo)

Olho para os lados com certo receio de alguém

- Margot - nos ver juntos, mas James parece não se importar e continua relaxado em sua cadeira, aproveitando os morangos frescos e olhando com desejo para a panqueca com mel em cima da mesa - Especialidade da Ana -.

— Assim você me magoa, senhorita Wessex. ( James me responde sem nem ao menos me olhar, mas sei que tem a intenção de provocar com tais gestos e atitudes.) — Não pensei que minha presença a incomodasse tanto.

— Não... Incomoda. ( Tento esconder a feição nervosa, o que é quase impossível, se não fosse pela xícara de chá em cima da mesa que posso usar para tapar um pouco de minha face, quando a levanto para tomar)

— Não é o que penso. ( James responde e pega outra panqueca, fico boquiaberta com tamanha fome desse homem)

— Você é muito... Presunçoso. ( Digo, colocando a xícara novamente na superfície de madeira da mesa e olho para James, que retribui o olhar)

— Presunção é uma palavra muito boa para definir alguém como eu. ( Minha tentativa de acertar seu nobre ego foi por água a baixo, James 1 e eu 0)

— Se você me der licença, não posso ser bem vista com o senhor. ( Digo me levantando e limpando meus lábios com um guardanapo)

— Nem ao menos tocou na comida. ( Tenho certeza que está arrumando uma brecha para me manter aqui)

— Estou sem fome.

— Claro, percebo que fica nervosa quando estou por perto. ( James fala e eu paro de andar, o olhando novamente)

— Você é tão orgulhoso ao ponto de acreditar em si mesmo, meu Deus! ( Reviro os olhos)

— Estou errado? ( James limpa sua boca também e se levanta, antes que ele se aproxime de mim, eu saio em disparada do local, prometi a mim mesma que iria manter distância desse homem)

Não pude dar a resposta que no qual estava pensando, mas James não sabe o que diz... Talvez eu fique um pouco nervosa quando estamos perto, mas não posso simplesmente dizer isso a ele e deixar que saia por cima da situação.

Hoje, haverá uma festividade na residência dos Lightwoods. Por mais que eu não queira ir, papai me forçou para manter as aparências de família unida e perfeita

- Algo que nem sonhando seríamos, dado ao fato de minha madrasta me ameaçar e ninguém acreditar no que digo, além de Ana -

Subo para o meu quarto e ela já está a minha espera, iremos passar o dia juntas para me deixar mais bonita para hoje a noite.

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