No silêncio da carruagem, que passeava pelo centro nobre da cidade do império. Os dois em silêncio um de frente para o outro, Bell, mirava para a janela olhando as mansões.
— Isso é impressionante_ ela fala do nada_ Senhor Eric.
— Sim, senhorita?
— Já faz mais de meia hora que saímos do clube e o senhor ainda não me disse nada_ ela fala virando o rosto a encara-lo_ não tem interesse no que acabou de acontecer?
Bell, parecia ler a mente de Eric, sabia que ele podia ter interesse, o problema, porém era dela ter ficado intrigada com o fato dele permanecer calado, antes de falar qualquer coisa sobre o que ele viu. Na mente de Eric, só aparecia a palavra "porque", eram tantos e mesmo assim ele não perguntava, uma regra básica dos empregados era não se envolver no que o patrão fazia, eles sabiam muito bem que se fizessem isso iriam à prisão.
Eric, torce a boca num pequeno sorriso suspirando.
— Mesmo que eu tenha, não tenho o direito de envolver-me nos seus assuntos, senhorita_ ele fala.
— Hmm!_ abre um sorriso apoiando a mão na bochecha_ e se eu contar, o senhor estará envolvido não? Mas o que deseja saber, senhor?
Eric, piscava a encarar a mulher que tinha um sorriso no rosto o encarando. Nisso a carruagem para de caminhar e ela mira fazia fora.
— E o show, está prestes a começar_ ela fala.
Eric, sem entender segue a mirada da senhorita Bell, quando nota que a carruagem parou bem em frente a mansão do conde Elpina, ele mirou por uns segundos quando de repente o quarto do terceiro piso o lugar mais afastado começou a soltar fumaça, seguido de uma explosão.
— Hm! Agora é só esperar chegar o conde_ ela fala acenando com a cabeça.
— O que a senhorita fez?_ perguntou Eric.
— Eu, eu só dei um jeito na vida daquela moça.
— A Senhorita, não me diga que...
— Está tudo bem, ela não morreu de verdade, apenas acabei com esta vida amargurada dela, para que a moça pudesse recomeçar em outro lugar bem longe daqui, se quiser pode ir ao porto ela está lá num navio rumo a uma terra bem longe daqui_ explica Bell.
Eric, permanecia em silêncio se perguntando o que ela estava a fazer, estava a ajudar a moça, o problema era que a mulher parecia não ter pedido ajuda ou muito menos sabia o que estava a passar na hora, então o que a senhorita Bell, queria dizer com o ajudar dela. Bell, que era encarada pelos olhos de Eric, continua a sorrir.
— Já ouviu falar de reencarnação? _ ela pergunta do nada.
— Ree..
— Reencarnação, é um processo o qual as almas passam após a morte, você renasce de novo, contudo com outro nome, outra aparência e família e assim segue adiante sem saber o que foi na sua vida anterior_ ela explica.
— A fala da vida após a morte, li algo parecido nos livros do orfanato.
— Bom é um começo_ ela fala suspirando_ me pergunto o que aconteceria se uma alma fica preso num círculo vicioso de reencarnação, como você ficaria Eric, se fosse contigo?
— Depende, não?
— É claro, mudarei a minha pergunta então, como seria voltar a renascer várias vezes tendo a mesma memória do passado?_ perguntou.
— Algo horrível_ ele fala.
— Hm! Isso mesmo, seria algo horrível, principalmente se a pessoa não consegue seguir em frente ou mudar nada da sua vida, veja o exemplo daquela mulher ali_ olha para a janela apontando para a casa do conde_ ela renasceu três vezes e mesmo sofrendo, continua com o conde que a fez sofrer nas três vidas anteriores dela, na primeira foi uma morte causada pela esposa dele, na segunda por acusação falsa e na terceira, morte por aborto. E mesmo com tudo isso, o conde sempre pediu desculpas e ela no fim sempre aceitou.
— Por quê?_ ele pergunta.
— Ela não tem família, e o conde foi a pessoa que sempre esteve ao lado dela, desde a infância dos dois, e mesmo assim com tantas vidas e experiências, logo após ele dizer que a protegeria, no final das contas ele sempre acaba cometendo o mesmo erro_ fala Bell, franzindo as sobrancelhas_ Ou! Vejo que o conde chegou.
Eric, olha para a janela para ver o conde passando apressado pelas pessoas, ele ia entrar dentro de casa quando os guardas o detém, o homem se mexia a gritar enquanto era agarrado a força pelos guardas.
— Ele parece bem desesperado_ fala Eric.
— Eu sei, daqui uns minutos ele vai se arrepender de tudo que fez a ela e depois entrará em depressão, até começar a enlouquecer dizendo que ela está viva em algum lugar.
— Mais e se a mulher voltar, ao sentir saudade daqui?_ perguntou Eric.
— Ela não voltará.
— Como pode ter tanta certeza, ela com toda a certeza irá estranhar o lugar dela e retornará_ fala Eric, sabendo como funciona a mente humana.
— Sim, eu sei, mas ela não vai ter como voltar.
— Por que, não?
— Simples, eu a mandei para um lugar que ela não conhece e o pouco do dinheiro que lhe dei, servirá apenas para a alimentação e moradia, lhe dei um envelope com o novo nome dela mais as informações que ela precisará para sobreviver e mesmo que ela junte dinheiro para voltar daqui a cinco anos, ela não conseguirá, pois irá direto a outro lugar afastado do império
— Ela é burra por acaso?_ perguntou Eric, confuso.
— Não, apenas_ cutuca o lado direito da testa com o dedo_ usei hipnose nela dizendo "toda a vez que for de barco, você voltará para cá ou simplesmente irá para outro lugar longe do império, não importa onde e como, você nunca ira voltar aqui" e mais umas coisinhas, claro.
Após estas palavras, Eric, tinha mais perguntas na sua mente, quem era a senhorita Bell, como ela conseguia saber sobre a vida passada de uma pessoa, e que raios de trabalho era este, ele se perguntava a mirar aquele rosto com aquele inocente sorriso.
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