De noite, uma luz vagava pelos corredores da escura mansão, acompanhando-la se ouvia passos. Eric, caminhava pela escuridão segurando uma vela, indo direto para a cozinha.
O homem sofria de insônia, muitas vezes não conseguia dormia, por ouvir barulhos que vinham da sua cabeça. E está era mais uma destas noites, ao ter perdido o sono ele decidiu dar uma volta até a cozinha por um copo de água, quase chegava no último corredor quando uma luz vinda da frente o faz parar de se mover.
A sombra que se formava na luz vinha do corredor, se movendo se aproximando, o pé passa por onde ele está ao ver o vestido branco seguido do corpo. Para a surpresa dele não era nenhum dos empregados da mansão que ele foi apresentado.
A jovem de cabelo castanho o nota o olhando em silêncio.
--- Posso ajudar em algo?_ ele pergunta com voz tranquila_ não te conheço, senhorita de onde veio?
A mulher, que o encarava suspira a se virar de costa para ele seguindo reto o corredor.
--- Senhorita, onde está indo?_ perguntou a seguindo.
---- Não vê que estou indo a cozinha_ ela fala caminhando em frente.
A moça entra na cozinha, e lá começa a mexer nas panelas e utensílios, Eric, que chega entrando já a vê com os ovos quebrados dentro de uma bacia.
--- Senhorita, se alguém te pegar aqui, com toda a certeza estará encrencada.
--- Chame a Marta, então e reclama com ela_ disse colocando a mistura na frigideira.
Eric, que a obsevava começou a notar a familiaridade que a jovem tinha com a cozinha, ela sabia onde ficava tudo, desde a comida até os pratos, ela também sabia como acender o fogão. E pelo viso ela também não tinha medo da Marta, a governanta da mansão.
--- A Senhorita é alguma coisa da senhora da mansão?
A jovem dos olhos vermelhos o mira, na hora ele notou que um dos pais dela era estrangeiro.
--- Vejo que ainda não te contaram, não_ disse virando a panqueca.
--- Eu sinto, mas não fui informado de que receberíamos visitas.
--- Nem eu fui avisada de que tínhamos alguém novo_ fala a colocar a massa gorda no prato e se sentando para comer_ aceita um pedaço?
--- É muito tarde para comer doce.
--- Quase me esqueço, homens e seus hábitos para comidas doces, ao menos sente para me fazer companhia meu senhor_ ela fala cortando a panqueca.
Eric, meio indeciso demorou um pouco para se sentar, porém seguindo a etiqueta ele a obedece.
--- Então senhor de onde veio está máscara?_ perguntou.
--- De um ataque de loucura eu diria_ fala tocando a máscara mentindo_ porque deseja saber?
--- Por nada, só pensei que diria que foi causado na guerra.
--- Impossível, só o meu irmão que foi para a guerra.
--- Então é o segundo filho_ ela fala.
--- Sim, somos três.
--- Três irmãos, lembra muito o meu caso também tenho dois tios, claro que retirando um falecido_ ela conta_ então o que o fez vir para cá num lugar completamente longe de tudo, se não me engano o senhor já deve estar na idade de procurar uma esposa.
--- Gosto de lugares calmos e duvido que alguém queira se casar comigo por conta desta aparência.
A moça mirava a Eric, que retorcia a boca a formar um sorriso enquanto a encarava.
--- Agora como eu respondi as suas perguntas, suponho que é a minha vez, certo?
--- Claro, o que deseja saber primeiro?_ perguntou juntando as mãos a coloca-las debaixo do queixo.
--- Pelos seus olhos se nota que veio da região de Ki.
--- Ora, vejo que conhece a característica única deste povo_ ela fala abrindo um breve sorriso.
--- Sim, eu tive a honra de conhecer um morador de lá, e sem dúvida a cor dos olhos daquele povo são únicos.
--- Vejo que é estudado, então tem mais algo que deseja saber?_ ela pergunta.
--- Sim_ olha para o prato vazio_ se a senhorita é uma convidada, então porquê não pediu para alguém levar a sua comida?
--- Simples, o carrinho não apareceu no almoço e nem na janta, nisso suponhei que não tinha ninguém trabalhando aqui_ ela conta.
Eric, pisca o olho a mirar a mulher que o encarava, pensando em algo ele pergunta:
--- A quanto tempo a senhorita está aqui?
--- Hmm! Quem sabe, faz uma semana que tenho vindo aqui na cozinha de noite_ ela fala.
Uma semana, este foi o tempo quando Eric, passou o trabalho para uma das empregadas que disse que atenderia a senhora, pelo visto as suspeitas deles estavam certas, algo estava a passar ali na mansão.
--- A senhorita, notou a falta de algo nos últimos dias, tipo cálice de ouro ou qualquer outra coisa?
--- Huh! Aconteceu algo? _ ela pergunta a fazer uma expressão séria.
--- Não é nada, talvez a Marta, tenha movido as peças para outro lugar, eu peço desculpas por preocupa-lá_ ele fala abaixando a cabeça.
--- Eu entendo_ fala com voz calma, a moça se levanta a mirar ao homem que ainda tinha o rosto baixo_ foi divertido ter uma conversa contigo senhor, está foi uma conversa que me fez abrir os olhos.
Terminando de falar a mulher se virou e foi embora deixando Eric, sozinho ali, ao notar a saída da moça ele levanta o rosto a constatar que ela tinha deixado o prato em cima da mesa, ele se levanta e pega os utensílios usados por ela, os lavando logo em seguida. Terminando, ele bebeu água e saiu indo embora voltando para o quarto dele, o caminho foi em silêncio sem sinal de que a jovem mulher esteve por ali, trancou a porta do quarto e se deitou na cama como se tudo tivesse sido uma imaginação dele. Com isso mais uma noite se passou.
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