Capítulo 20 - Maresia

Lucas — Onde estou?... Que lugar é esse?

"Consegue ouvir o som das ondas, e o cheiro da maresia?"

Lucas — Nós... estamos na arei...

"Antes que me pergunte onde estamos, quero dizer que não há lugar no seu mundo, que possa existir o que você vê."

Lucas — É você! Você é o apóstrofo!

"Na verdade, não, eu sou o que você chama gêmeo dele. Existimos ao mesmo tempo."

Lucas — Se você não é ele, então quem é você?

"O meu nome é apóstrofe, fui eu quem trouxe você até aqui. O mesmo que te salvou de ser morto pelo meu irmão."

Lucas — Por que devo acreditar no que diz?

"Por que você mesmo buscou entender o seu passado, junto aos seus pais."

Lucas — De qualquer forma, você está por trás de tudo o que aconteceu com a minha família! Por ser irmão daquele ser!

"O apóstrofo e eu não somos iguais, pelo menos, não somos mais... O você quer, lucas, está ligado ao que eu desejo também. Mas não posso fazer."

Lucas — Diga logo o que você quer... Eu... nem sei se estou vivo mesmo, ou naquela fantasia...

"Permita-me explicar tudo o que aconteceu, e então, poderá dizer o que desejar"

Lucas — Pode dizer, então...

"O lugar que onde estamos é a representação da maresia, o lugar onde tudo começou para nós, seres da fantasia. A maresia existe desde que o Ser-humano criou a fantasia, através da criatividade, e a mantém viva pelo sentimento que ela transmite, a maresia é um lugar onde só existe o azul como do céu, por todos os lados, que não se pode adentrar."

Lucas — Maresia...

"Não existe solo na maresia, e como um lugar flutuante, onde nascemos, e essa é a parte mais importante. Não somos visíveis no seu mundo, mas começamos a existir no pensamento de quem nos inventa, se quem ouviu ou criou, manter sentimento ou acreditar que o ser da fantasia exista, como uma criança acredita, logo existirá, através do núcleo individual de cada ser, onde nesse momento, estão a ser formar e a nascer os seres fantasiosos, por meio na maresia e dos humanos."

Lucas — Isso é muito confuso... Fantasias são coisas boas... não figuras más... não sei mais.

"Isso depende que quem as alimenta, lucas. O núcleo individual recebe todo o alimento que o seu mundo envia, a partir do que sente pelo que está a ser formado, sejam sentimentos bons ou ruins. Independente disso, temos a liberdade de visitar quem nos criou, quando desejam, e assim aprendemos como ele, até um dia se esquecido."

Lucas — Você disse que somos nós que criamos vocês, e alimentamos o núcleo individual com o que sentimos e acreditamos... Então, quem foi que criou vocês dois?

"O apóstrofo e eu, somos seres fantasiosos que a melissa, a sua mãe, nos criou quando ainda era pequena..."

Lucas — Mas o esquecimento não funciona como a morte, para vocês?

"Até pode funcionar, mas existem formas de evitar isso, na maioria das vezes, aqueles que nos criaram, são os que fazem com que nos tornem livres para entrar em outras pessoas, ou fazer o que quisermos com os humanos."

Lucas — Foi por isso que vocês acabaram com a minha família?

"Não foi assim, a melissa criou-nos, nos seus pensamentos, quando criança, a fazer com que a magia da fantasia tornasse o nosso núcleo tão poderoso, que nos permitiu sermos diferentes dos demais seres fantasiosos, a nascermos com muito poder concedido. Éramos felizes ao lado dela, até mesmo, os nossos nomes foram dados por ela, mas o tempo passou, e a nossa união ficava cada vez mais forte, até ela começar a falar sobre criar fantasias, histórias e contos..."

Lucas — Mas ela era a mais desacreditada, sobre a fantasia, era totalmente contra isso.

"E ela era há pessoa que mais tornou fortalecido, a maresia, a criar um novo e extenso núcleo, que mais parecia ser uma história de fantasia. Era sobre uma ilha fantasiosa com animais de jeitos e aparências humanas, a sua alegria era tanta, que resolveu contar para nós, os seus primeiros amigos "imaginários" sobre essa história, o que nós espantou, pois, aquilo era um sinal que logo seriamos esquecidos, o que nos deixou tristes."

Lucas — Ela criava contos e histórias...

"Ao perceber como estávamos, ela resolveu nos ensinar sobre como não era difícil, criar outros mundos e histórias, que somente precisava ter o poder a autoria... O que para o meu irmão, era a chave para fugir do esquecimento, e ter o mesmo poder criar núcleos e histórias, para dominá-las. Pois, até eu mesmo sabia, que ela iria terminar aquela fantasia, e logo esqueceria de nós, isso porque ela já não mais passava o tempo junto, e isso fez com que o meu irmão tomasse essa decisão, e sem eu saber, roubasse dela."

Lucas — Como ele conseguiu fazer isso? Como é possível uma fantasia roubar o poder do autor?

"Lembre que eu disse sobre termos poderes, todos os seres fantasiosos têm poder, que é a magia da fantasia, e ela alimentou-nos o suficiente por longos anos. Para que um ser possa ter muito poder, é necessário que ele demore mais para ser criado, que é no momento que decide tornar real para si próprio.

Lucas — Por quanto tempo ela alimentou vocês?

"Pouco mais de uma década, o que permitia-nos ter a liberdade de sairmos dos limites imaginários dela, para vagar em outros, só não podíamos usar o nosso poder fora dela, tudo isso fez daquela, a oportunidade ideal, para que ele não precisasse mais dela, e nem ao menos, de mim, ao seu lado."

Lucas — Ele roubou a fantasia dela, que é o lugar onde eu fui parar, quando tentei...

"O motivo pelo qual o acesso a esse lugar, ser a morte por sufocamento, é pelo fato da melissa não querer deixar-nos para trás, caso viesse a morrer, isso nós primeiros anos em que aparecemos para ela, então ela criou que no dia em que ela estivesse próximo da morte, ela se entregaria e então iria para aquele lugar, que ela estava a criar, para assim viverem todos juntos, mas ela não teve tempo para explicar, e isso fez com que o meu irmão fizesse isso. E isso é o motivo dela não querer mais saber de fantasias, numa tentativa de esquecer do que fez, e do que isso veio a se tornar, mas era tarde demais..."

Lucas — Ele iria voltar de alguma forma para ela, agora que não tinha mais limites... não é?

"Exatamente, dessa vez, através de lorenzo, o seu pai, já que ele tinha um leve núcleo de fantasia guardado, que até mesmo contava por onde passava. O amor deles foi o caminho certo, para que ele voltasse a atormentar a vida dela, e isso somente iria mal a pior, quando a sua irmã veio a nascer, no período dos primeiros anos, que eles fizeram a mudança para o campo. Ele começou a conversar com ela, a sua irmã, mas sempre era deixado de lado..."

Lucas — Ela via ele, quando era criança?

"Até mesmo conversavam, mas sempre ela demonstrava não gostar de fantasia, e pensava ser o apóstrofo, mais um desses fantasmas, até que ele prometeu aparecer no mundo real, não somente isso, mas trazer um presente."

Lucas — Mas vocês não são como seres imaginários?

"Até certo ponto, podemos vagar pela realidade, nesse caso, ele precisava ter o poder completo, e esse poder era o meu, pois fazemos parte do mesmo núcleo. Por mais que eu tenha dito para ele, sobre o seu erro e a intenção da melissa não era esquecer-se de nós, mesmo assim, após ele arrancar boa parte do meu poder, e tirar a minha visão, eu entendi que não era por causa dela, que ele se tornou assim, mas por ele querer tornar-se o que é hoje... Então o milo foi entregue para ela, que não resistiu em ficar com ele, até torná-lo um amigo, até que o apóstrofo a colocou em um acordo, para que ela tomasse uma decisão."

Lucas — E qual foi esse acordo?

"Que ela ficasse com milo, em troca dela fazer parte da fantasia que ele dominava, e então, ela aceitou, contudo, o milo ficou e ela foi... Após esse acontecimento, melissa descobriu que o lorenzo escondia dela, o seu apreço por fantasia, que alimentavam o núcleo que sustenta o próprio apóstrofo. Por ter ocupado esse núcleo, quase vazio, faz com que ele não pudesse ser derrotado pelo esquecimento, a não ser pela destruição desse núcleo que ele roubou de lorenzo."

Lucas — O que você pretende, a contar-me sobre tudo isso?

"A sua mãe, na tentativa de trazer a sua irmã de volta, acabou por não conseguir nem chegar nessa realidade, devido à alteração que ele fez, a mudar todas as histórias que existem na fantasia, e o seu pai até mesmo conseguiu entrar, mas teve o destino que você iria ter, se eu não te salvasse antes... Entenda, lucas. Ninguém pode derrotar um ser fantasioso, se não for da família, ou a própria pessoa, somente você restou, já que a sua irmã está lá! Só que deseja permanecer..."

Lucas — Mas como eu farei isso? Eu nem consegui reagir diante dele…

"É por isso que eu te trouxe aqui, para sacrificar o restante do meu poder a você, para que possa ter a chance destruir o núcleo do apóstrofo, que está em algum lugar daquela ilha."

Lucas — Eu... eu não sei se consigo...

"Você vai conseguir... A amizade acredita em você, agora preste atenção, só existe uma forma de você salvar quem ama..."

Lucas — Diga-me como eu posso salvá-los?

"Irei entregar o meu poder e você irá voltar para o passado, dessa história. Em outro corpo, e então terá tempo para impedir que a ilha seja destruída, após a sua chegada... Afinal, fui eu quem disse para você sobre aquele lugar, justamente para que você fosse o centro para a destruição daquele lugar..."

Lucas — O quê? Você queria que tudo fosse destruído!? Então porque resolveu agora, querer que eu os salve!?

"Aquele lugar está corrompido por ele, tudo foi alterado, e sangue desnecessário que fez com que muitos sofrerem, foi derramado ali. Pensei em destruir de primeiro, mas como ele descobriu antes, esse será a última tentativa. Derrotar ele, poderá salvar todos... Te darei uma nova chance, para salvar todos..."

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