...{Carta — Parte 1}...
(Se você está a ler essa carta, saiba, que chegarei tarde em casa e estou com a flora. Passamos o tempo juntas e isso é bom, não quero separar dela, nem por um momento. Ela é como a parte boa do meu ser que não pode faltar. Amo-te assim como ela me ama, igualmente e na medida certa, só não quero que você reclame comigo se eu não fizer o dever de casa, não é fácil aprender! Que ótimo que tenho você para ajudar-me... ainda quero seguir os seus passos e ser uma boa leitora, e quem sabe, até uma oradora! Com a flora e você ao meu lado. Nada pode piorar.)
"As últimas expressões vivas, nunca morreram nos pensamentos de quem as recebeu."
...{Carta — Parte 2}...
(Sei o quanto você fala para eu ser positiva, bem... existem algumas pessoas a observar a flora, ela realmente é muito bonita, mas sei que não é da beleza dela que a olham tanto, é isso é preocupante. Ela disse que não as conhecem e prefere estar bem longe dessas pessoas, como melhor amiga, é o meu dever segui-la para o que nós faz bem. Peço, que não fique preocupado por eu estar-lhe a contar isso, nós estamos bem e não vamos ficar longe das pessoas confiáveis. Só pensei ser necessário contar, a quem se importa comigo e com a flora. Ela agradece por ser o meu melhor irmão do mundo! Com amor e carinho, elizabeth.)
[Lucas] Estamos a caminho do Vale das lamúrias, caminho esse, que foi formado entre duas montanhas rochosas, e nos dá a sensação de estarmos a subir cada vez mais. Eu sinto agonia a cada passo que dou até lá... quero muito saber o meu passado, ou melhor, a minha história! Mas essa sensação não traz boa coisa, espero que todos os outros não estejam a sentir o mesmo que eu, mas sei que esse será o final de tudo, para mim... espero que não seja para eles também. Apóstrofo... quem é você? Como sabe da minha história?...
"Apóstrofo é a parte de um ser, vive no sul da ilha."
[Amizade] Nossa!... Esse lugar venta muito, e parece que a tarde não terá um fim... estamos há minutos a caminhar. Não há perigo a vista, onde estamos a ir, se não eu e o chico notaria, e até mesmo o pássaro. Pelo menos pude ter o lucas por perto mais uma vez, é por ele que eu continuo a aventurar-me, e quero muito que o nosso amor permaneça... até depois da morte, até depois da morte...
"A sua outra parte vive ao norte da ilha, e chama-se apóstrofe."
[Pássaro] Lucas e amizade... queria de alguma forma poder expressar o meu arrependimento, por tudo. Sinto enorme preocupação com esse lugar, só não vou na frente a voar, para não os assustar, afinal, se estamos juntos podemos lutar seja quem for. Parece que eu ouvi o lucas dizer o nome desse ser, mas não consigo recordar-me agora, esse ser é muito misterioso e prefiro estar bem preparado, caso algo aconteça com todos. Estou preparado para matar por proteger, assim como morrer para salvar a vida dos meus amigos.
"O por-do-sol não tem fim... E quem depende dele, terá?"
[Chico] Parece que não vou chegar até o vale das lamúrias, estou com muito medo e parece que estamos todos a querer morrer! Ninguém diz uma palavra, eu diria se não estivesse com muito medo, e isso não é comum da minha parte, por isso sei que algo está estranho, só não sei o que é. Ainda bem que o pássaro está aqui, qualquer coisa eu atraco nele e obrigo ele a voar e levar-me embora. Ah!... que bobagem a minha, não vou deixar a amizade sozinha, nesse eventual perigo. Bom... se estamos aqui, vamos enfrentar o que quer que seja esse apóstrofo...
"A verdade causará o fim, pelas palavras da pessoa certa."
Lucas — Chegamos. Esse é o vale das lamúrias...
Pássaro — Mas não existia nada além de montanhas... isso é muito estranho, é como se esse lugar nunca existisse.
Amizade — Ser aqui é o vale das lamúrias, onde está o apóstrofo?
Chico — Será que chegamos cedo demais?
Lucas — Vamos esperar, logo ele irá aparecer. Foi aqui onde ele disse que mora. Ele tem que aparecer, mesmo que tudo isso não faça sentido.
"O apóstrofo parece ter a forma de uma sombra esfumaçada de cor preta."
Chico — Lucas... Lucas! Por que você está a chorar?
Amizade — Parece que ele travou, mas ele não para de olhar para o sol.
Pássaro — O sol... está a ficar vermelho, mas como isso é possível?
Chico — Pássaro! A amizade está a ficar sem cor! O que é isso?
Pássaro — As minhas asas... Elas estão pesadas. Algo está a acontecer na ilha, lentamente... será que... (Lágrimas) será que...
Chico — Devíamos ter voltado... todos estão a ser afetados... (Grita)
"E então, o ser aparece, e a única coisa nítida no seu ser, é o chapéu."
Lucas — Uma estátua? Não!... É você o apóstrofo, não é?
— Cada um de vocês, exceto o lucas, podem fazer uma pergunta.
Amizade — Uma pergunta..., mas por quê?
Pássaro — O que você pretende com tudo isso?
Chico — Eu... eu não quero, vamos precisar para quê?
Lucas — Todos precisam perguntar, porque todos vocês têm um questionamento de alguma coisa. Por favor, pessoal, vocês têm que perguntar...
"Cores são sombras superficiais? Ou cores são palavras ocultas e profundas?"
Amizade — Quem eu sou?
Apóstrofo — Você... É uma versão de outra história.
Amizade — Eu, eu não entendi...
Chico — Por que você é assim, tão assustador?
Apóstrofo — Não faço parte desse mundo, não sou bem-vindo aqui.
Chico — Desse mundo? Então existem outros mundos...
Pássaro — Para com isso, apóstrofo! Qual é o seu objetivo?
"O pássaro está com muito medo... ele sabe de muita coisa, sempre soube?
Apóstrofo — Pássaro, você sabe... eu vim para salvar o lucas...
Pássaro — Salva-lo? Acha mesmo que vamos acreditar nessas mentiras?
Apóstrofo — Se menti para vocês, então conte-nos a verdade... O que você sabe?
Pássaro — Cala essa boca! Cala a boca! Cala essa maldita boca!!!
Apóstrofo — Você foi um covarde, pássaro... podia ter salvado todos, você é patético, pássaro!
Lucas — O que aconteceu comigo antes? Qual é a minha história? Quem eu sou? Por favor... diga-me... diga-me!
"Uma história é a balança, dois seres as mantém."
Apóstrofo — Esse mundo só pode ter um protagonista. Lucas... você não faz parte, pois é um protagonista da sua história, no seu mundo... Você é um erro que o autor rejeita! Você se matou no seu mundo... O autor desejou que fosse assim, e esse é outra história, a história da pássaro... A sua existência alterou o mundo e a história, isso é o princípio do fim... assim como foi na sua história. Fizemos um acordo, a verdade a um preço. Você aceitou a proposta, e agora darei o preço por tudo!...
"O coração da amizade para, e ela sem cor, cai no chão, quase sem vida..."
Pássaro — Amizade, amizade!... Por favor, responda-me!... Perdoe-me...
Amizade — Eu... te... perdo-o... (Os olhos do pássaro ficam brancos e as suas asas crescem)
Pássaro — Por favor, fica comigo, não morre... não morre...
Lucas — Porque ela teve o mesmo destino... porque ela?
Apóstrofo — Você causou a morte dela... Dois seres em mundos diferentes não podem coexistir, caso contrário, seguirão o destino igual até ambos sucumbirem.
Pássaro — Eu vou matar você!!! (Voa na direção do apóstrofo)
"O apóstrofo faz as asas do pássaro queimarem lentamente, com chamas rosas."
Lucas — Por que tudo isso?... Não consigo entender.
Pássaro — Lucas! Por favor... dá-me a adaga que está com você...
Lucas — Adaga? O que você vai fazer?
Pássaro — Por favor, entregue-me rápido! Não aguento toda essa dor...
Lucas — Tome... (Joga a adaga para ele)... Desculpe por não ter ajudado.
Apóstrofo — Tudo é o destino... A culpa é do autor...
Pássaro — (Começa a chorar) Vou estar ao seu lado, amizade... para sempre...
"E então, o pássaro enfia a adaga no seu coração, a morrer ao lado dela."
(Lucas está sem reação, não consegue aproximar-se dos seus amigos)
Lucas — Chico, você precisa os socorrer, depressa!...
(Chico está com medo, a sua reação é de choro, o seu rabo está entre as patas, que recuam)
Apóstrofo — Você não sentirá dor, apenas aceite que acabou... tudo acabou...
(Lucas flutua e o chão começa a tremer)
Apóstrofo — Vocês não serão os últimos, o autor também irá morrer...
(Então, uma voz cresce no interior do apóstrofo, até consumir tudo...)
"O som das ondas a chama sem parar, mas os seus olhos nunca mais irão enxergar."
{Você sabe de tudo, o que fará com que você mude? Você olha com sangue nas mãos, os seus olhos sangram? Você é frio... capa por capa. Ser de muita dor e raiva, sabe que poderia ser diferente, sabia onde esse caminho irá levá-lo, você vale-se de reticências no seu interior, tudo para que, afinal? Você não tem amor, é uma clara moldura que vive no reflexo do espelho! Você sabia que o espelho iria quebrar algum dia, mas não fez nada. O seu poder é sangue, tudo o que há na sua escuridão é sangue! Você fez o seu cubo, com as suas diversões presas nele, até que a liberdade dos menores anunciará o seu fim. E você sabe disso. Você sabe!}
"Ficar sozinho, até um dia tudo mudar. Se acontecer, tudo isso acabará."
{Ele não mudou, ele quer que não esperem nada de bom, vindo do seu ser. Ele, ainda pode ser bom? Ele, quer mostrar isso? Ele perceber o seu mal, mas não pode admitir a ninguém. Ele é assim... não existiu assim, nas buscou criar o seu caminho, a continuar a criar o que chama diversão, ele sabe exatamente o que está a fazer, detalhe por detalhe, insanidade por insanidade... Ele era, ele tornou-se, e não mais pode suportar, até mesmo na ausência do seu ser. Ele tem lágrimas passadas, que matam... lágrimas do veneno da sua alma, não acabam e quer fluir.}
"Após tudo, esperança ainda há? Essa resposta nem o tempo responderá."
{Eu sabia, sabia de tudo e quero mudar? Quero as minhas aversões nas costas sobre o meu domínio, eu vou dormir tranquilo com essa realização. Eu posso e sei bem o que fiz e farei, esse é o tempo da minha existência, tempo por tempo. Eu vivo com as minhas limitações e isso não deixou-me divertir como queria. Eu sei que sou vazio! Eu sei, eu sei!... Eu nem sei se alguém está a ouvir-me... Eu posso transmitir o que eu passei e sinto! Solidão, raiva, cansaço, desprezo, traição, e nada mais!...}
...{Poesia}...
...*As suas pupilas são em formato de coração...
^^^Em um aroma doce e suave, de uma bela canção^^^
...No passeio do campo, seguro a sua mão...
...Do vento em tempo, em cada estação....
...No amor e na dor, no bailar da confusão...
...Se a música acabar, perderei o seu coração...
...Se um dia eu te encontrar, em uma nova criação...
...Descansaremos ao horizonte, no balançar da diversão....
...Não podemos nos separar, ou as memórias sumirão....
...No destino foi traçado, pelo ciclo, a união...
...Amizade temos passos, onde sempre sonharam...
Os nossos sonhos machucados, pelo luto, a escuridão.
As nossas vidas, não se apagam, nas memórias viverão
No final nós dormiremos, no profundo da visão
Seguiremos sempre o mesmo, a cumprir essa missão
Os nossos corpos, frente ao espelho, sempre terá explicação.
De: Pássaro
Para: Amizade*
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Atualizado até capítulo 48
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