Capítulo 5 - Campo/Parte 4

— Hei! Crianças! Parem de se esconder, e apareçam!... Crianças?

Lucas — Será que ele vai demorar muito para perceber? (Sussurro)

Pássaro — Parem de conversar, e se fingem de morto! (Sussurro)

Amizade — Só a ser um velho, para não perceber que esse sangue falso, na verdade, é só o líquido do tomate. (Sussurro)

Pássaro — Silêncio! Ou ele vai perceber. (Sussurro)

Amizade — Está bem! Não aguento esse cheiro de tomate. (Sussurro)

"Parece, que o plano está a dar certo. Essa guerra custou muitas coisas."

Lucas — Para você deve ser um perfume, pássaro. (Risos e sussurro)

Amizade — (Riso) Essa foi boa. (Sussurro)

Pássaro — Dai-me paciência. (Sussurro)

— O que aconteceu, vocês morreram? Deve ter colocado munição muito pesada. Eu devo ter matado eles... Droga! Nem consigo vê-los.

Amizade — Está a dar certo. (Sussurro)

— Melhor voltar para a casa. Devo estar a caducar. (Resmunga)

"A batalha foi vencida, mas não será o suficiente para eles."

Pássaro — Acredito que ele não vai mais voltar.

Amizade — Jura? Pássaro! Estamos deitados aqui faz um tempão!

Lucas — Se não fosse as nuvens a cobrir o sol. Estaríamos queimados.

Pássaro — O que vocês sugerem?

Amizade — Já que perguntou, vamos assustar ele.

Lucas — Mas o nosso objetivo não era fugir, quando aparecer uma oportunidade?

Amizade — Era, mas não estamos com pressa, de voltarmos para a casa.

"Se vestir de fantasma, para o assustar. O plano, será posto em prática."

Amizade — Estão todos prontos?

Lucas — Esse pano não tem os buraquinhos para o nariz, como eu vou respirar?

Pássaro — Você é um boneco, lucas, não precisa respirar. E esse plano é uma vergonha! Eu não acredito que estou a fazer isso.

Amizade — Pare de reclamar! As chances de sucesso são grandes.

Pássaro — Se você está a dizer.

Amizade — Vamos começar. Todos preparados? Um... Dois... Três!

("Uuuhh!... Uuuhh!... Uuuhh!... Uuuhh!...")

— O que está a acontecer?... Haaa!!! F-Fantasmas

Amizade — Você matou, as pobres crianças roubadores de vegetais e frutas!

— Não era a minha intenção! Eu só queria dar uma lição...

Amizade — Matando?... O que vale mais, as frutas e as verduras, ou as crianças?

— Eh!… As verduras e as frutas dão-me dinheiro.

Amizade —... Você irá pagar por ter feito isso com as pobres crianças!

Lucas — Amizade... Você não prendeu o seu pano direito.

"A amizade não percebeu, a sua fantasia havia caído e a farsa foi descoberta."

— Ah!... Crianças levadas! Estão a tentar assustar-me?

Pássaro — Não acredito nisso.

Amizade — Eu falei para você ajudar-me a colocar essa fantasia!

Pássaro — Você quem deu a ideia, e não sabe pôr em prática direito.

Lucas — E lá se vai, as nossas chances de sucesso. Devíamos ter ido embora.

— Acreditam que pode enganar-me? Vou pegar as minhas bombas de beterrabas.

Pássaro — Não, se eu puder evitar...

"O Pássaro, de repente, começa a voar. A sua asa melhorou por completo."

Pássaro — Você irá nos deixar em paz. Por bem ou por mal.

— Haaa!!! Um fantasma de verdade!!! (...)

Amizade — Conseguimos! Agora ele nunca mais vai nos atacar com cenouras!

Pássaro — Chega de tudo isso, vamos para a casa! Lucas, pegue a cesta.

Amizade — Mas está de noite, é perigoso...

Pássaro — Nós podíamos ter ido mais cedo, se não fosse por essa brincadeira!

Lucas — Pessoal, o fazendeiro aparenta não estar bem...

"O fazendeiro desmaiou de susto, mas logo estará normal."

Lucas — O que vamos fazer? Não sabemos se ele morreu ou não.

Pássaro — Vamos colocá-lo na sua cama, e fugirmos o mais rápido possível.

Amizade — Certo. Enquanto isso, eu vou pegar mais algumas frutas.

Pássaro — Ah!... Que seja! Amizade. Só vamos fazer isso logo.

Lucas — Pronto... Missão cumprida. Vamos logo pássaro, eu estou a segurar a cesta.

Amizade — Também estou pronta. Segura direito essa cesta, lucas!

Pássaro — Já que todos estão prontos. Hora de irmos para a casa.

"Os finais podem ser mais tristes que o começo."

[Pássaro] Eu não sou uma figura má, apenas obedeço às pessoas. E acredito que não devo ser tratado diferente das demais pessoas, ao meu redor. É verdade, não sou o único ser da minha espécie, nesse mundo, mas nunca ví ou soube da existência de outras pessoas parecidas comigo. Não me arrependo das minhas atitudes, muito menos das minhas palavras, e é bem difícil ser o único da minha espécie em um mundo de pessoas totalmente diferentes. Enfim, o amanhecer chegou...

"Quem é o pássaro? Um intermediário entre os mundos."

[Amizade] Acredito que não vivi o suficiente, mas tudo o que eu passei nesses dias, eu não vou abrir mão até o fim! O meu ódio pelo pássaro está a acabar, com o tempo. Entendi que tudo o que eu preciso agora, é um pouco de paz! Só... Paz! Eu ainda quero cantar a música da minha vida... É o meu desejo profundo. Sabe, correr enquanto vê o Lucas a ser carregado pelo pássaro, a segurar a minha cesta, é estranho e legal. Olha! O amanhecer!...

"Quem é a amizade? Um ser que existe para dar alma ao boneco."

[Lucas] Sinto que a amizade e o pássaro ainda se amam. Estou muito feliz de ter conhecido eles. Não sei o que seria de mim, se nunca tivesse os encontrados. No meu interior, o destino que devo seguir é com a amizade, os olhos dele é único, ela evita olhar para o pássaro, da mesma forma, e com o mesmo olhar. A sensação do vento no meu corpo é único também. Acredito que o pássaro também queria uma companhia, não jugo as suas atitudes e nem as suas palavras. Espero que ele se encontre de verdade, em algum lugar, no seu interior. O amanhecer é lindo.

"Quem é Lucas? Alguém que existe por um erro, que não pode-se reparar."

...{Lembrança}...

(— Mamãe! Carregue-me por favor? Eu quero voar até as nuvens!

— [Risos] Você tem imaginação muito fértil, não é?

— Sim! Mas isso é ruim, mamãe?

— Ah não! Isso é até bom. Quero que seja muito feliz.

— Então, eu quero ser feliz igual a você! E com aroma suave também [Risos]

— Oi! Será que a senhora pode deixar eu brincar com ela?

— Claro que pode, mas olha! Não voe com ela por aí, ela ainda muito filhote.)

"O desejo dos ares, nos trouxe a dor da terra, perdoe-me..."

(— Hei! Espere-me! Não consigo correr tão rápido assim.

— Mas eu não estou a correr, isso chama-se voar!

— Sério? Como é voar?... Deve ser legal! Eu também quero voar.

— Calme-se pequena filhota, quando crescer, eu a levarei para passear sob as nuvens.

— Ah!... Mas eu queria agora! Só um segundo, por favor?

— Eu não posso, a sua mãe não autorizou.

— Então... Eu não quero mais saber! Não somos mais amigos, vai embora!)

"... Mas você causou o meu trauma! Você é a culpada deles odiarem-me."

(— [Suspiro] Tudo bem, se deseja tanto... Mas é só por um momento!

— Muito obrigada, pássaro! Vamos!

— Só não se mexa, para não escapar das minhas mãos e cair.

— Certo, não vou descuidar! — [...] — Nossa! Como é incrível a vila, vista de cima.

— Não se agita, senão irá cair, pare de tremer!... Hei!?...

— Está muito alto... Coloque-me no chão! Por favor, por favor!!!

— Acalme-se! Não fique agitada... Está a começar a escorregar... Há!!! [...] Amizade?)

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