Conselho de Irmã

— O que deu em você para falar ao Sr. Smith que nós somos casados?! Tem idéia de como isso pode me prejudicar, Lucian Falcone?! - Olho para ele furiosa assim que entramos no carro.

— Eu é que deveria te fazer essa pergunta! - ele me encara com seriedade, apontando para o meu peito com uma carranca. - Primeiro aquele vestido maldito, e então você... você... Arranca ele na frente de todos aqueles caras!! Qual o seu problema?!

Ele morde os lábios e passa a mão outra vez pelos cabelos, parecendo lutar para manter seu autocontrole. Por alguma razão, minha raiva é rapidamente substituída por um sentimento de satisfação. Respiro fundo, afim de conter meu sorriso.

— Esse era o meu trabalho, oras! É para isso que eles me pagam. - Cruzo os braços, o olhando com curiosidade.

— Mas agora você trabalha para mim. Não precisa mais ficar tirando a roupa para aqueles tarados.

— Isso sou eu quem decido, Lucian... E os tarados pagam bem, então não vejo porquê dispensar o trabalho.

— E para quê você precisa desse dinheiro imundo?! Eu posso te pagar muito mais do que isso.

— Assunto confidencial, Senhor Falcone. Meus motivos não são da sua conta. Agora ligue essa máquina idiota e me deixe na esquina, antes que eu desça desse carro e acabe de uma vez só com essa sua farsa de ser meu marido.

Ele me encara como se eu tivesse acabado de dar um tapa em seu rosto. O vejo abrir e fechar a boca algumas vezes antes de finalmente obedecer, ligando o carro e saindo do estacionamento da boate.

Passamos os próximos minutos em silêncio, até que ele finalmente volta a falar, parecendo um tanto quanto nervoso.

— E só pra você saber, eu não estava blefando. Mesmo que você finja não saber ou que realmente não se lembre, eu sei que você é a minha Diana... E eu vou fazer com que volte para mim, leve o tempo que for.

— O que te faz pensar que eu seja mesmo essa mulher? Quer dizer, ela deveria estar morta, não? As notícias mencionam enfaticamente isso.

— As notícias estão erradas. - ele aperta o volante com força, e vejo a tensão se formando em seu maxilar. - O corpo dela nunca foi encontrado.

Mais um momento de silêncio se segue, durante o qual ele lentamente se acalma. E as palavras que rondavam meus pensamentos até então, escapam da minha boca antes que eu possa evitar.

— Eu ficaria feliz em ser realmente Diana Lefevre...

Agarro inconscientemente o cinto de segurança, evitando olhar para Lucian e mantendo minha atenção fixa na paisagem que passa pela minha janela. Meu coração descompassa assim que percebo que falei em voz alta.

— Eu estou certo de que é você. Eu a reconheceria ainda que estivesse cego em uma multidão.

— Confiante demais...

— Vêm comigo pra casa essa noite? - ele pergunta com certa hesitação e cautela, sem olhar para mim.

— Não. Eu preciso ir para casa, Lucian... Tem alguém importante esperando por mim lá.

— Alguém importante? - seu tom de voz é ácido e ele força uma risada. - Tudo bem, eu te deixo em casa. Acho que estou apressando um pouco as coisas, não?

— Um pouco, sim... Mas não se preocupe. - sorrio para ele, da forma mais doce que consigo.

Quando o carro para na frente do prédio onde moro, Lucian parece bem distante. Ele sequer reage enquanto eu solto o cinto e pego minha bolsa. O olhando com mais atenção, um palpite dos seus pensamentos fica bem claro para mim. Coloco minha mão sobre seu braço, em seguida deixando um beijo no seu rosto.

— Obrigada pela noite, Senhor Falcone. Foi certamente emocionante.

......................

Alice está me esperando na porta assim que chego, com uma expressão séria e quase raivosa. Ela me dá passagem para dentro do apartamento sem nem responder ao meu "boa noite". Pelo horário, Sophie já está dormindo faz algum tempo. A ausência da pequena sempre me deixa melancólica quando chego tarde em casa.

— Você estava com ele, não é? - Alice diz em um tom frio, enquanto abre a geladeira e me oferece uma latinha de refrigerante. - Lucian Falcone veio te trazer em casa. Eu vi a hora que desceu do carro dele.

— Sim, não vejo nenhum problema nisso... - pego um pacote de batatas fritas no armário e me jogo no sofá, sendo acompanhada de perto por minha irmã. - Ele se ofereceu para me acompanhar em alguns shows, muito atencioso da parte dele, não acha?

— Ele te ouviu cantando? - ela não se senta comigo, andando pela sala e observando alguma coisa pela janela de vidro.

— Sim... Não têm nada demais nisso, por quê está se preocupando tanto?

— Diana Lefevre. Esse nome diz algo para você, querida? - Alice me lança um olhar incisivo que eu nunca vi antes em seu rosto. Por um instante, um arrepio passa pela minha espinha.

— Diz, sim... A esposa de Lucian que morreu em um acidente de carro cerca de dois anos atrás. No que está pensando?

— A palavra "acidente" não parece um pouco forçada para você? É óbvio que a garota não morreu em um acidente, querida. Ela foi assassinada. - vejo o punho de Alice se fechar com força, e ela suspira, parecendo lutar para se controlar. - É o quê acontece com quem se aproxima demais daquele homem e de todos que são como ele. O fim é um só: caixão.

— Não seja tão dramática, Alice!! O fim de todo mundo é esse. A única diferença real é que alguns vivem mais tempo do que os outros, e morrem de formas diferentes também... No fim das contas, ninguém vive para sempre.

— Você vai se arrepender terrivelmente caso não se afaste de Lucian Falcone enquanto pode, Crystal. Escute o que eu te digo, é um conselho de irmã. - e com essas palavras, Alice me deixa sozinha.

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Comments

Amore

Amore

Nesse angu tem pedregulho, ei aposto que essa tal de Alice não é irmã da Diana🥰🥰👏👏👏🎊🤩🤩👏👏🎊🎊🎊🤩🤩🤩🎊🎊🎊🎊🎊🤩🤔🤔🤔🤔🤔

2023-04-05

0

ARMINDA

ARMINDA

ALICE TEM MEDO DA APROXIMAÇÃO COM DE CRISTAL COM LUCIAN.😬😬😬😬😬😬

2023-02-22

2

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