Los Ferrari

Prudence e eu caminhamos lado a lado pelas ruas agitadas de Nova York até ela me puxar para o interior de um agradável restaurante italiano, aparentemente, recém inaugurado.

O ambiente é agradável e aconchegante. Com mesas de madeira envernizada espalhadas pelo amplo salão, toalhas de mesa xadrez e uma decoração rústica adorável. O cheiro de molho vermelho e manjericão se espalha por todo o lugar, e logo uma garçonete animada vêm nos guiar até uma mesa mais reservada, parecendo bem familiarizada com os gostos de minha colega.

— Eu sei que o lugar parece vazio, mas é porquê foi inaugurado faz apenas algumas semanas. E como é um local discreto, ainda não descobriram. - Prudence diz enquanto a garçonete simpática vai buscar água para nós, afim de nos dar um momento para decidir nossos pedidos.

— É bom aproveitarmos o momento então, porquê quando for descoberto, vamos ter que reservar lugares com meses de antecedência. - Sorrio divertida enquanto me acomodo, observando o lugar com um sentimento crescente de Nostalgia.

Meu olhar é atraído pelas rosas vermelhas e brancas que decoram a maioria das mesas. O perfume das flores me faz imaginar por um momento como seria crescer em um ambiente assim. Parece de fato um dos melhores lugares para se criar uma criança. Principalmente com as vozes animadas conversando em italiano na cozinha.

— Já escolheram seus pedidos? - a garçonete coloca nossos copos com água sobre a mesa com um sorriso doce.

Ela é uma jovem adorável. Parece ter a mesma idade da minha irmã Alice, cabelos escuros presos em uma trança e olhos acinzentados que parecem saber exatamente como deixar qualquer pessoa a vontade com sua presença. Seu olhar cai sobre mim com maior atenção e ela parece espantada por alguns instantes, como se tivesse acabado de ver um fantasma.

A garota pisca algumas vezes e respira fundo antes de repetir sua pergunta, com a voz trêmula. Percebo que ela não olha mais para nenhuma de nós, e um clima desconfortável se instala no ambiente.

Nós fazemos nossos pedidos rapidamente e a garçonete se manda para a cozinha, mais pálida que uma assombração de filme de terror.

— O que aconteceu com ela? - a pergunta sai antes que eu consiga raciocinar direito sobre o assunto.

— Eu não faço idéia. Talvez ela tenha tido uma queda de pressão repentina? Isso é mais comum do que se pensa... - Prudence observa enquanto a garota se afasta, logo voltando sua atenção para mim. - Tendo dificuldades em se adaptar a empresa, imagino?

— Um pouco, eu acho... - observo meu copo como se ele fosse super interessante, uma onda de insegurança me atingindo com força total. - Deve estar bem óbvio que eu não me encaixo nem um pouco nesse ambiente corporativo da Upper.

— É verdade que você destoa um pouco de tudo aquilo, mas isso não é algo ruim. - ela sorri. - Você não vai querer se encaixar nesse ambiente, acredite em mim. É o famoso ditado "cobra engolindo cobra", querida.

— Faz quanto tempo que você trabalha lá?

— Pouco mais de um ano. E se quer saber, têm sido o ano mais infernal da minha vida. Eu só consigo ser eu mesma quando estou longe de lá. - ela passa o dedo sobre a borda de seu copo, parecendo distante.

— Se eu tivesse que chutar, diria que aquelas secretárias e recepcionistas padronizadas e maldosas tem algo nessa história... - digo casualmente, observando o movimento nas ruas pela grande janela de vidro ao nosso lado.

— Pois é... Elas são realmente maldosas. Qualquer hora eu te conto melhor sobre isso. - ela força um sorriso, enquanto a garçonete volta.

A moça coloca os pratos diante de nós com cuidado, ainda sem olhar para nenhuma das duas, parecendo desconfortável. Olhando na direção da cozinha, vejo um homem vigiando ela atrás do balcão com olhos severos. Ela sai em silêncio, e sinto seu olhar sobre mim vez ou outra enquanto ela atende as outras mesas.

— Vocês se conhecem? - Prudence me trás de volta a conversa com um olhar curioso.

— Não... Não que eu me lembre, pelo menos. - forço um sorriso, dando uma garfada generosa no meu prato de lasanha.

— Entendo... Me fala mais de você, Crystal! - ela diz com entusiasmo, me olhando com expectativa. - Posso te chamar assim, não é?

— É claro! - solto uma risada leve. - Bem, eu não tenho muito o que falar sobre mim. Eu trabalhava como cantora freelancer antes de ser contratada pela Upper Corp. Vivo em Nova York desde que consigo me lembrar, e tenho uma adorável princesinha me esperando em casa, sob os cuidados da minha irmã.

— Então você é mãe?

— Sim!

Seguimos com nossa conversa animada por mais alguns minutos até que vemos ninguém menos que Lucian Falcone entrando no restaurante, acompanhado de uma linda mulher em trajes elegantes e finos, exibindo suas curvas e longos cílios, agarrada ao braço do empresário.

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Comments

Amore

Amore

Pocha vida sempre tem uma mocreia para incomodar afffffffff

2023-04-05

0

ARMINDA

ARMINDA

POIS BEM A GARÇONETE CONHECE CRISTAL. FICOU APAVORADA.🤔🤔🤔🤔🤔 UMMMM QUAL SERÁ O SEGREDO DE CRISTAL.🤔🤔🤔🤔🤔🤔🤔

2023-02-15

1

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