The Silence

Olho perplexa para o rosto de Lucian. O farol está fechado a nossa frente, e ele aperta o volante com força, parecendo ansioso. A música que está tocando me parece estranhamente familiar e nostálgica, roubando o ar dos meus pulmões por alguns instantes.

Quando o refrão chega, a melodia sai da minha boca antes mesmo que eu possa perceber, como se fosse natural. As batidas do meu coração frenéticas e minha mãos suadas agarrando firme minha bolsa. Em resposta ao seu pedido, fecho os olhos e canto para ele, como se fizesse isso diariamente.

— Eu vou sentir você. Vou te ver. Eu vou te ouvir. Depois do silêncio.

Os olhos de Lucian caem sobre mim como uma tempestade violenta. Brilhantes, selvagens, indecifráveis. Eu consigo enxergar mesmo com meus olhos fechados. Estou prestes a parar, mas o ouço sussurrar para que eu continue, acima dos acordes da música. Ele volta a dirigir.

— Os oceanos podem queimar por tudo que eu me importo.

E nas cinzas te encontrarei lá

Eu sei que um dia a lua vai explodir

E todos os peixes vão apodrecer

Tudo irá mudar

Mas ainda permaneceremos...

Sou interrompida bruscamente quando um impacto atinge a traseira do carro, me fazendo morder a língua com força sem querer. Meu primeiro instinto é me virar para meu chefe, que me encara com uma mistura de fúria e preocupação em seu semblante.

— Você está bem, Crystal?

Aceno que sim com a cabeça, sentindo o gosto de sangue tomar conta do meu paladar. Aperto os olhos com força, virando o rosto para o outro lado, fazendo meu melhor para conter a dor e o medo que se apoderam de mim.

— Aguenta firme, tá legal? - Lucian diz com calma, enquanto pisa fundo no acelerador e eu fico colada ao banco, apavorada demais para abrir os olhos. - Eu não vou deixar nada acontecer com você de novo, eu prometo.

Nós damos voltas e mais voltas pela cidade, tentando despistar o tal perseguidor. Ouço com atenção quando o Senhor Falcone desliga o som e aperta um botão de chamadas. Não demora nem três segundos até que uma voz masculina responda do outro lado da linha com um alô.

— Pai, sou eu. Temos um problema, acha que consegue enviar alguém para ajudar? - Lucian vez ou outra olha para os retrovisores, soltando alguns palavrões ao ver que a perseguição se estende. Ele faz uma curva brusca e eu solto um grito, me segurando firme no painel.

— Ela está com você? - Reconheço o tom preocupado de Henri Falcone no telefone. - Os rapazes estão a caminho, apenas se concentre em manter a garota segura. Se ela se ferir teremos grandes problemas.

— Está bem...

......................

Eu não faço idéia de quanto tempo se passa até que os tais rapazes cheguem, mas parece uma eternidade. Eu só volto a respirar normalmente quando Lucian aperta a buzina do carro, sinalizando para seus aliados antes de partirmos. Ele desacelera e alterna sua atenção entre mim e a estrada, preocupado.

— Têm certeza que você está bem? Me desculpa por isso...

— Eu... vou ficar... - tento recobrar meu fôlego o melhor que consigo.

Enterro meu rosto nas minhas mãos, murmurando uma melodia calma enquanto Lucian envia um áudio para seu pai e continua dirigindo rumo a casa de show. Eu sequer percebo quando ele estaciona o carro nos fundos da boate, só voltando a mim quando sua mão envolve a minha e a afasta do meu rosto.

— Hey... Olha pra mim... - ele solta seu cinto de segurança e segura meu maxilar, encarando meus olhos com um brilho estranho.

— Você vai me contar o que está acontecendo? - coloco minha mão gentilmente sobre seu pulso, tentando meu máximo para não encarar explicitamente seus lábios enquanto ele fala.

— Por enquanto ainda não... - ele comprime os lábios por um instante, suspirando. - É muito cedo. Eu preciso ter certeza antes de te falar mais, entende? Não quero que você corra riscos desnecessários.

É minha vez de apertar os lábios, reunindo todas as minhas forças para resistir ao impulso de questionar suas palavras. Meu coração ainda está martelando no meu peito, tanto que quase consigo ouvir suas batidas nos meus ouvidos. Mas algo dentro de mim diz que não é a hora certa para encher ele de perguntas. Forço meu olhar para longe de seu rosto, balançando a cabeça com firmeza.

— Está bem... Eu escolho confiar em você, Senhor Falcone. Mas espero ter a sua palavra de que vai me explicar tudo o quanto antes. Eu preciso saber pelo quê eu estou me arriscando.

Um minuto de silêncio se segue, o qual coloca uma pilha de dúvidas na minha cabeça. Quando finalmente reúno coragem o suficiente para olha-lo outra vez, ele retira os meus óculos com uma concentração surpreendente. Só não me surpreende mais do que sua atitude seguinte. Sem nenhum aviso prévio, ele pressiona seus lábios quentes nos meus.

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Comments

Amore

Amore

Eu tenho certeza que essa moça e a Diana esposa lo Luciem 👏🥰🥰🥰🥰🥰🥰👏🥰🥰🥰

2023-04-05

0

ARMINDA

ARMINDA

UMMMMM🤔🤔🤔🤔 LUCIAN Ta TESTANDO CRISTAL PRA VE SE. É A DIANA . E JÁ SABE QUE É. EITA QUE BEIJO QUE DEU NA CRISTAL.🤪🤪🤪🤪🤪

2023-02-18

2

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