Maverick
Beirando a loucura, prestes a me levantar e agarrar Kim, e saciar os desejos do meu coração que pulsava por ela, meu corpo que clamava por ela... O meu celular tocou no bolso, quebrando todo clima que nos envolvia. Soltei a mão delicada dela, e atendi a ligação do hospital, e logo desliguei.
— Era do hospital, me pedindo para ir trabalhar de noite...— falei suspirando.
Ela meneou a cabeça e se levantou, começou a tirar os pratos em silêncio. A ajudei lavando as louças, estávamos num silêncio intrigante, apenas o som da banda soava.
A verdade, era que da nossa boca saía uma coisa, e do nossos olhos outra, nossos corpos pareciam protestar nossa consciência. Eu tentei ignorar meu corpo, evitar qualquer atitude que me fizesse arrepender mais tarde, até ama-la além do que um amigo deve amar, eu tentei evitar...
Mas meu coração me repreendia, a cada passo manco dela, a cada vez que passava perto de mim, destilando seu perfume, mais estava sendo atingido por um sentimento profundo...
Deixamos a cozinha, ela se sentou no sofá e eu olhei o seu tornozelo. Estava um pouquinho roxo e inchado.
— É bom se aquietar um pouco... vou colocar mais gelo no local.— falei massageando o pé dela, sentindo a pele suave nas minhas mãos e olhando suas unhas pintada de vermelho, que deixava seus pés atraentes.
Ela gemeu baixinho, me enlouquecendo. A deixei, e peguei gelo no freezer, coloquei num pano, e voltei para colocar nela. Os olhos dela me encarava brilhando, já não sabia o que faria para resisti-la, tudo nela me atraía imensamente, estava ficando sem opções ou recursos para suportar a atração.
Ela tocou ao seu lado no sofá, gesticulando para que eu me sentasse ao seu lado. Mesmo sabendo que seria minha perdição, me sentei.
— Se estivesse na sua casa, o que faria agora?— ela perguntou.
— Tempo livre... hmm... acho que estaria lendo, estudando alguma novidade na medicina.— murmurei pensativo.
— Nossa... mesmo depois de anos de estudos, ainda tem continuar lendo e estudando?!— ela exclamou incrédula.
Dei risada.
— A medicina está sempre avançando, tenho que acompanhar. Você nunca lê?— perguntei.
— Além dos meus livros de receitas?— ela falou pensativa— Bom, alguns romances inacabados...— concluiu rindo.
— O que faria, se estivesse sozinha?— indaguei.
— Estaria no meu bistrô... mas como não estou... certamente passaria o dia maratonando uma série na Netflix.
— Nesse caso, vou te acompanhar... coisa mais rara é eu assistir um filme, que dirá uma série!
Ela balançou a cabeça em negação e sorriu. Peguei o controle para ela, e esperei ela colocar alguma coisa na TV.
— Colocaria a série "Gray's Anatomy", mas acho que já vive muito de hospital...— ela murmurou— Vamos continuar os filmes "Missão Impossível"?
— Pode ser...— respondi dando com os ombros.
Ela se encostou no sofá, sem resistir, a envolvi no meu braço, ela se aconchegou no meu peito, e nessa posição íntima e acolhedora, assistiria os sete filmes dessa coleção, só para não ter que sair mais daqui, pelo menos não tão cedo...
Mais tarde, pedimos comida indiana, e passamos a tarde do mesmo jeito, aconchegados um no outro, assistindo e cochilando.
No final da tarde, mesmo não querendo, tinha que ir embora, e deixar do aconchego de Kim.
— Preciso ir, Kim...— balbuciei acariciando os cabelos dela que estavam jogados no meu peito.
— Hmm...Que pena...— ela resmungou enterrando a cara no meu peito.
A abracei, afaguei ela nos meus braços, alisando suas costas.
— Kim, foi maravilhoso a sua companhia. Podemos fazer isso sempre que tivermos a oportunidade?— perguntei segurando o rosto dela.
— Vai ser um prazer, doutor.— ela falou sorrindo.
Meu corpo que já tinha normalizado, voltou a me impulsionar, me forçando a beijar os lábios que desenhavam um sorriso perfeito.
Me aproximei da testa dela, e pousei um beijo demorado ali, fechei os olhos e suspirei profundamente, sentindo o cheiro dela se impregnar em mim. Me afastei, e levantei. Ela se levantou em seguida, ofereci minha mão para ajuda-la. Peguei meu casaco, e ela veio mancando atrás de mim. Peguei a chave do meu carro e na porta que dava para garagem, ela segurou minha mão.
— Vou sentir sua falta...— resmungou.
— Também...— falei me virando para encara-la.
Ela subiu as mãos no meu rosto e acariciou. Fechei os olhos apreciando o toque das mãozinhas dela. Ela finalizou com um beijo na minha bochecha, por cima da minha barba por fazer.
— A gente se fala... nos vemos amanhã?— falei com voz rouca e baixa.
Ela assentiu.
— Até amanhã, Maverick!
Caminhei até o carro e entrei. Ela abriu o portão da garagem, e acenando para ela saí. Não sabia se suspirava aliviado por resistir meus sentimentos, ou se me arrependia de não ter me entregado de vez...
Cheguei em casa, a solidão estava forte... O silêncio, o vazio... tudo era perturbador...
Organizei minhas coisas, separei algumas roupas para levar na lavanderia, e fui até a casa dos meus pais, certamente minha mãe estaria fazendo algo para o jantar.
Entrei pela porta da frente, e dei de cara com meu pai.
Arnold Barker, 65 anos
— Quem está sumido sempre aparece!— ele exclamou.
Sorri.
— Onde esteve querido? Estava de folga e passou o final de semana fora de casa...— minha mãe, Dorothy, apareceu me indagando.
Dei um abraço nela.
— Fui no show dos "Coldplay" com uma amiga e passei o final de semana com ela.
Os dois se entre olharam e sorriram satisfeito.
— Fico feliz que esteja vivendo a sua vida.— afirmou meu pai sorrindo.
— Traga sua amiga para jantar conosco um dia, gostaria de conhece-la.— sugeriu minha mãe com um sorriso.
— Vou combinar um dia.— respondi.
Acompanhei minha mãe até a cozinha e abri as panelas.
— Com fome? Eu e seu pai já jantamos. Pode comer.
— Vou comer um pouco. Tenho que ir trabalhar daqui a pouco...
— Pensei que só iria amanhã...
— Eu também... mas me ligaram logo cedo...— reclamei me servindo num prato.
Jantei conversando coisas aleatórias com meus pais.
Meu pai é um médico também, um clínico geral e atende até hoje. Minha mãe uma enfermeira aposentada. Tenho uma irmã cinco anos mais nova, casada, que mora na capital Washington e é pediatra. Praticamente toda família está relacionada a saúde, mas cirurgião, eu sou o primeiro.
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Atualizado até capítulo 104
Comments
Denise Figueiredo
acho que vai dar casamento 💒 esses dois, estão atraídos um pelo outro..
❤️❤️
2024-03-31
4
Denise Figueiredo
Família linda e todos da saúde, médicos e enfermeira... história de capítulos leves e ótimos de ler, amando...
2024-03-31
2
Mm Macêdo Santos
muito boa a história
2024-03-24
1