Kim
Já estava na terceira taça de champanhe, as palestras se iniciaram, uma nutricionista já havia falado, e agora um médico geriatra palestrava. Uma grande tela no fundo apresentava slides da clínica para idosos, o que para mim, era um asilo luxuoso, mas eles nem ousam falar "asilo" apenas "clínica de repouso para terceira idade".
Chegou a vez de Maverick, e realmente ele estava absurdamente tranquilo, e sabia o que falava, uma postura de professor de universidade. Ele foi rápido e objetivo, abordando como evitar que um idoso sofra algum acidente domiciliar, procedimentos de primeiros socorros para evitar danos permanentes, principalmente na coluna... entre outras coisas. Só sei que quando Maverick voltou para sentar-se comigo, já estava na quarta taça de champanhe...
Ele me olhou e deu um sorriso e prestou atenção no psiquiatra que palestrava. Um homem, que acredito ser o marqueteiro, apresentou a "clinica de repouso" com todos os detalhes e profissionais, e encerrou a apresentação. Músicos tomaram conta do palco, e solavam animados, um ritmo jazz. Os garçons andavam mais rápido pelo lugar, e além de champanhe ofereciam aperitivos como: cocktail de marisco, canapés, rissóis...
— Se saiu muito bem, Maverick. Parecia um professor de universidade.— comentei com um sorriso.
Ele sorriu e tomou todo champanhe da sua taça de uma vez.
— Já tomei quatro taças, está delicioso, tô me sentindo mais leve e relaxada.
Ele me olhou admirado e pegou outra taça. Dentro de alguns minutos já havia esvaziado a taça.
— Estamos quites!— exclamou se levantando— Vamos dançar?
Ele estava com a mão estendida, seria impossível resistir, além do mais, o solo do trompete, o contrabaixo, o piano e a bateria estavam num conjunto melodioso alegre e atraente. Uns dois casais já dançavam animados, nos juntamos a eles e dançamos alegremente, acompanhando o ritmo contagiante. Ríamos do nosso jeito desajeitado. Voltamos para mesa ofegantes, o jantar foi servido, jantamos conversando descontraídos sobre nossa infância. Tomamos mais champanhe, já estavamos ligeiramente alterados no humor, mas estávamos muito á vontade e felizes. Quando o jantar baixou no estômago, voltamos para dançar, mas dessa vez uma cantora estava no palco e cantava uma famosa música, "Moon River" de Audrey Hepburn, o piano se sobressaía majestosamente, e nos levou ao um clima romântico. Meu corpo estremeceu quando senti a mão de Maverick me envolver a cintura, enquanto a outra deslizou meu braço até alcançar minha mão, fazendo todo meu corpo arrepiar-se, me puxou suavemente para si, e tudo esquentou dentro de mim, me vi como uma adolescente, sentindo borboletas no estômago, aquela sensação de frio na espinha... relaxei, me deixei levar no ritmo dele, e quando dei por mim, estava totalmente envolvida com ele, sorrindo das gentilezas que sussurrava no meu ouvido. Maverick, era um homem perfeito, que aquece meu coração e faz acreditar em príncipes encatados e amor de contos de fada. Apoiei minha cabeça no ombros dele, fechei os olhos e suspirei perdidamente apaixonada... ouvindo a cantora iniciar uma nova canção de Frank Sinatra, "All The Way"
(tradução)
"De Todos os Modos...
Quando alguém te ama, não é bom a menos que ela te ame
De todos os modos
Feliz por ele estar perto de você
Quando você precisa de alguém para te animar
De todos os modos
Mais alto que a mais alta árvore
É assim que deve sentir
Mais fundo que o profundo mar azul
É essa sua profundidade se ele for real
Quando alguém precisa de você, não é bom a menos que ela precise de você
De todos os modos
Através dos bons e maus anos
E por todos os anos entre nós
Venha como vier
Quem sabe onde está a estrada que nos levará
Só um tolo diria
Mas se você me deixar te amar
É certo que eu vou te amar
De todos os modos..."
Não tinha nada em mim que não exalasse a paixão que me arrebatou, nem minha consciência protestava mais... Maverick era meu amigo sim, mas não podia mais negar que os sentimentos se aprofundaram. Tentei pensar em como lidaria com tudo isso, mas estava envolvida demais, meu corpo estava leve e meu cérebro se recusava a pensar, só queria sentir o momento, embalada por Maverick, que nesse instante arquejava no meu pescoço, senti a mão dele descer na minha cintura um pouco mais, se aproximado do meu quadril, me pressionou contra ele sutilmente, nossos corpos se juntou mais, meu coração palpitava tão acelerado que temi Maverick sentir minha pulsação frenética, e meu corpo acabar entregando tudo o quê estava aflorando dentro de mim.
— Está nervosa?— ele perguntou suavemente no meu ouvido.
— Porque?— respondi com uma pergunta.
Certamente tudo em mim já havia denunciado...
— Sua respiração ofegou, estou sentindo seu pulso na minha mão e seus batimentos cardíacos estão 120 por minuto, sendo que o normal na sua idade é de 50 a 90. Como não está praticando nenhum exercício físico intenso, a única explicação é nervoso, porque é muito nova para ter problemas cardíacos, como arritmias...
Tive que me afastar um pouquinho para encara-lo.
— Está me examinando enquanto dançamos?— perguntei com um sorriso.
Maverick estava tão ansioso e confuso quanto eu, talvez até seja por isso que diagnosticou meu comportamento com tanta precisão. Outra mulher poderia até ficar brava por ele descrever tudo o que meu corpo estava passando, mas eu, me senti mais atraída por ele, fantasiei ter um homem tão sensível ao meu lado, que pode enchergar além do que eu falo, mas o que estou sentindo. Os olhos dele me olhava com flama, não era a única estar com os sentimentos aflorados...
Ele puxou a minha mão que segurava e levou até o peito dele.
— Estou exatamente como você, Kim... meu coração está num ritmo de 132 batidas por minuto...— falou ofegante.
Pude sentir o pulsar de seu coração na minha mão, que parecia o soar de tambores constantes. Nesse instante, como já havia acontecido uma vez com ele, tudo foi desfocando ao redor, até parecer que só eu e Maverick existia no mundo. Já nem dançávamos mais, estávamos paralisados nos encarando, com olhares penetrantes e tão aguçados, que enxergavámos a paixão avassaladora que nos arrebatou repentinamente...
— O que está fazendo comigo, Kim...— murmurou levando as mãos para o meu rosto.
— Poderia fazer a mesma pergunta...— respondi arfando.
Ele estava tão próximo que sua respiração soprava quente no meu rosto, e seu hálito cálido me inebriava...
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Atualizado até capítulo 104
Comments
Claudia Regina Amaro
E agora vai
2024-05-11
0
haydee correa
eita agora vai
2024-04-27
4
Denise Figueiredo
o coração descompasso bebê de vez....🤫🤭☺️☺️☺️☺️
2024-03-31
0