Maverick
Me compadeci pela srta. Montgomery, estava claramente arrasada com o divórcio.
— Não precisa responder se não quiser... Mas o que levou o divórcio?— perguntei.
Ela deu com os ombros pensativa, e soltou um riso nervoso.
— Ele me pediu o divórcio, depois de manter uma amante por mais de dois anos...
Os lábios dela tremeram de raiva, e olhava a caneca na mesa com ódio, como se estivesse vendo o próprio marido.
— Me perdoa por fazê-la lembrar disso... eu sinto muito... traição conjugal é algo lastimável!— falei pousando minha mão na dela sobre a mesa.
Ela suspirou e senti seus dedos flexionarem na mesa, acariciei o dorso da mão dela com meu polegar. Ela colocou sua outra mão sobre a minha, e senti uma paz, como se fôssemos amigos de longa data. Fitei os olhos castanhos claros, como mel, ela tinha cílios longos e naturais, olhos expressivos e lindos.
— Agradeço o carinho doutor...— ela murmurou com um sorriso.
O sorriso dela, preencheu meu coração, nunca tinha reparado tanto em como ela era linda, uma mulher bem atraente.
— É uma pena que seu ex marido, não soube valorizar o que tinha nas mãos.— falei com pesar.
— Se é que tenho algo para ser valorizado...— ela balbuciou cabisbaixa.
— Não diga isso! O canalha, era seu ex marido!— exclamei indignado, os olhos tristes estavam cortando meu coração, apertei a mão dela sutilmente e a encarei nos olhos— Mulher é como uma flor que precisa de cuidados especiais, ele não soube cultivar seu amor. Um dia vai achar alguém que saiba valorizar isso em você.
Embora estivesse cansado, ficaria o restante do dia dizendo palavras para anima-la, só para ver o sorriso perfeito desabrochar na minha frente.
— É muito gentil, dr. Barker!— ela falou encabulada.
Ficou ainda mais linda, com as bochechas rubras.
— Pelos momentos de conversa íntima, acho que podemos dispensar o formalismo, que tal me chamar de Maverick?— sugeri com um sorriso.
— Tudo bem. Mas só se continuar a me chamar de senhorita, me sinto mais nova assim!— falou rindo.
— Com todo prazer, senhorita Montgomery.— disse num tom grave e elegante.
Ela riu e me encarou.
— Amigos?— perguntou.
— Amigos!— respondi confirmando.— Poderia me trazer a conta?
— O que é isso? Como vou cobrar de um amigo tão gentil? Por conta da casa dou...— ela se interrompeu com um sorriso— Maverick!
— Obrigado! Preciso ir... Dormir enquanto minhas meninas estão na escola, porque quero fazer como a SENHORITA me disse: nas minhas folgas, dar redobrada atenção para elas.
Ela se levantou assentindo, e me levantei em seguida.
— Isso mesmo meu amigo, não vamos deixar que a rotina e falta de atenção mate nossos relacionamentos!— disse estendendo a mão.
Segurei o cumprimento.
— Que os céus me ajude!— exclamei.— Posso ficar com seu número? Para se caso precisar de um conselho emergencial...
Falei inocentemente, mas mesmo assim soou como uma cantada mal feita.
— Desculpe... eu não quis parecer invasivo...— balbuciei arrependido.
— Já está querendo pular fora? Pensei que fôssemos amigos?— ela disse fingindo decepção.
Levantei os olhos e ela pegou um cartão no balcão e anotou seu número.
— Sempre que precisar, estou a disposição, para ajudar um pai com suas filhas!— falou sorrindo eufórica.
Sorri de volta, assentindo com o cartão na mão.
— Obrigado! Tenho certeza que conversar com você, está sendo melhor do que terapia.
— Nesse caso vou ter que cobrar minhas habilidades terapêuticas.— respondeu rindo.
Ela me acompanhou até a porta, e nos despedimos. Caminhei até minha vaga especial no estacionamento dos médicos e entrei no meu "Jeep Grand Cherokee" na cor grafite. Estava me sentindo estranhamente bem, depois das conversas que tive com a Kimberley, até o meu cansaço pareceu esvair do corpo.
Cheguei em casa, a faxineira estava com aspirador ligado e com fones de ouvido, cantava e dançava na sala. Uma cena que tirou um sorriso dos meus lábios, a senhora baixinha e roliça, dançando e cantando, não é uma imagem que vemos todo dia. Mas quando se trata da Adele, tudo pode acontecer. Toquei nas costas da mulher. Ela deu um pulo e deixou o aspirador cair da sua mão.
— Dr. Barker?! Oh! Me desculpe!— ela exclamou desajeitada.
— Tudo bem, só queria avisar que cheguei e vou dormir.— avisei.
— Sim, sim... vou fazer outras coisas, para não atrapalhar seu sono.— falou tirando o aspirador da tomada.
Subi as escadas e fui direto para meu quarto, troquei minha roupa e me joguei na cama exausto, não demorou para eu adormecer.
Fui acordado pela minha filha, a Hope, minha caçula de dez anos.
— Te acordei?— ela perguntou deitando na cama.
— Agora sim...— bocejei.— Chegaram agora?
— Não. Na verdade já faz tempo, a vovó disse para vir olhar se ainda estava vivo...— ela falou me encarando e colocando a cabeça no travesseiro ao lado.
— Onde está a Holly?— perguntei me sentando na cama.
— Saiu com o novo namorado.— ela falou naturalmente.
Mas meu coração quase saltou no peito.
"Desde quando minha filha namora?"
— N-namorado...?— gaguejei confuso.
— Sim. Aquela pessoa que te convida pra sair, dá presentes no dia dos namorados, e que trocam salivas! Nojento!— ela explicou revirando os olhos.
— Eu sei o quê é um namorado!— reclamei.
Por outro lado me sentia aliviado, por Hope ainda achar "nojento" ter um namorado.
— Será que poderia manter esse pensamento sobre namorado, até os trinta anos?— falei suplicante.
— As suas ordens!— ela exclamou rindo, e logo deu um salto na cama e me encarou— Desde que me leve no meu primeiro jogo de futebol feminino na semana que vêm!
— Não vou prometer, querida, mas vou fazer de tudo para ir...
Vi os olhos dela abaixarem tristes.
— Então esquece! Nunca vai me levar!— protestou indignada, saindo do quarto e batendo a porta.
"O que eu faço agora?"
Me sentia perdido, lembrei das palavras da Kimberley: "Aproveite as folgas para estar presente com ela"
Me levantei e tomei um banho. Coloquei um conjunto de moletom e tênis. Era quase 18h, mas ainda assim, fui até o quarto da Hope, e bati.
Ela abriu com uma atitude azeda.
— Que tal irmos treinar no campo do condomínio?— perguntei entrando no quarto e pegando a bola preferida dela.
Ela me olhou incrédula.
— Vai vir ou não?— indaguei saindo do quarto.
Sorri ao ouvir ela pegar o tênis e calçar, e logo descer as escadas comigo.
Cheguei na cozinha e minha mãe preparava o jantar.
— Olá querido! Descansou?
— Oi mãe! Descansei sim.— respondi me aproximando dela e dando um beijo rápido em seu rosto.
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Atualizado até capítulo 104
Comments
Maria lourdes Jesus
comecei a ler essa história estava achando muito sem noção no primeiros capítulos agora já 5 e 6 capítulos já estou amando
2025-03-24
0
Valdineide dos santos
depois de lê o segundo e o terceiro estou lendo esse, estou amando
2024-08-30
3
Fê 🥰🔥🌹
Ela se maltrata demais, nossa
2024-06-17
3