Kim
— Está com fome?— Maverick me perguntou me olhando de soslaio— Quero fazer outra coisa de adolescente. Que tal MacDonald's?
— Excelente idéia!— disse piscando para ele.
Ele ligou o som do carro, e deixou "Nirvana" tocar, o clássico "Small Like Teen Spirit"(Cheira a Espírito Adolescente).
— "Carregue suas armas e traga seus amigos, é divertido perder e fingir"!— cantei divertida.
— "Ela está entediada e auto-confiante, oh não, sei um palavrão"— continuou Maverick.
— "Olá, olá, olá, que baixaria, olá, olá, olá, que baixaria..."— cantamos em uníssono.
Caímos na risada, e cantando feito duas crianças, chegamos no "MacDonald's". Nos esbaldamos nos hambúrgueres e batatas fritas. Fingimos não ter rolado nada entre nós, não ousamos tocar no assunto. Foi um clima, um momento, mas acho que passou.... Saímos da hamburgueria rindo à toa, na porta de saída, não observei os degraus e torci meu pé, e se não fosse Maverick do meu lado para me amparar, teria ido de cara no chão. Foi humilhante, mas quando olhei os olhos arregalados do doutor, e sua expressão preocupada, caí na risada.
— Você está bem?— ele perguntou confuso.
— Sim...— balbuciei em meio aos meus risos descontrolados— Ain!— bradei, quando tentei dar um passo.
— Acho que está com uma torção no tornozelo...— ele comentou me segurando.— Se apoie em mim, vou te ajudar a chegar no carro.
Apoiada nele, fui "pulando" de um pé só, até o carro. Me sentei com as pernas para fora, ele abriu o zíper da minha bota e retirou. Meu coração acelerou no peito, tentei ignorar, mas quando ele retirou a meia e subiu um pouco da minha calça para examinar meu tornozelo, meu coração só faltava saltar do peito. Suas mãos apalparam meu pé, massageando. Estava a beira da loucura, com o toque quente e macio.
— Foi uma entorse do tornozelo, não é grave... nada que um pouco de repouso com as pernas para cima e gelo, não possa resolver...— afirmou, colocando minhas pernas para dentro, juntamente com um pé da minha bota.
— Certo, doutor. Sou um desastre mesmo!— falei rindo.
— É a lesão mais comum que existe, Kim!— ele falou levantando as sobrancelhas.
Ele contornou o carro, e entrou. Conversamos coisas aleatórias, sobre os feitos no prefeito da cidade, ou a falta dele...
Chegamos em casa, abri o portão da garagem e Maverick entrou com o carro, ele me ajudou sair, abriu a porta de casa, e me deixou sentada no sofá, empurrou a mesa de centro e colocou meus pés, retirou minha outra bota, me levando ao espaço sideral novamente.
— Você é um amor...
— É o que os amigos fazem, não é?— disse com um sorriso— Tem gelo?
— Na cozinha...— respondi apontando a direção.
Ele foi e logo voltou com o gelo enrolado em um pano, colocou no lugar que estava inchado e vermelho.
— Como posso te agradecer?— perguntei com um sorriso.
Ele sorriu e se sentou ao meu lado.
— Está com dor?— perguntou.
— Nada que seja insuportável. É mais quando coloco o pé no chão.
— Posso te receitar um anti-inflamatório... se a dor ficar muito intensa.
— Por enquanto não estou precisando.— respondi— Tem uma torta de chocolate na geladeira, fiz hoje... você gosta?
— Será que existe alguém que não gosta?— falou sorrindo.
— Eu levantaria e te serviria... mas meu médico me instruiu a ficar de repouso... então...
— Médico sensato, o seu!— exclamou— Por uma torta de chocalate, eu faço qualquer coisa!— concluiu se levantando.
— Tem pires, no armário a direita da geladeira.— falei alto para ele ouvir.
Com dificuldade, alcancei o controle da TV na mesinha de centro, e liguei.
Maverick apareceu com as fatias de torta nas mãos. Se sentou do meu lado e me entregou uma fatia.
— Um filme?— perguntei procurando um aleatório no catálogo.
— Pode ser... Humm! Essa torta está incrível! Está entre as top dez!
Encarei ele, Maverick sempre come tortas, desde que o conheço. Estava com o canto da boca sujo de chantilly, e saboreava a torta com gosto.
— É a minha preferida, nunca falta nos meus finais de semana solitários.— falei, apontando a sujeira em sua boca.
Ele limpou com a língua, fazendo eu me perder na beleza sensual dele, minha respiração arquejou, junto do meu coração que pulsava freneticamente. Ele me olhou por uns segundos, e senti o mesmo clima do final do show, desviei o olhar encabulada, e foquei no cartaz de um App.
— Que tal "Missão Impossível" 7?— perguntei sem tirar os olhos da TV.
— Pode ser o primeiro? Nunca assisti esses filmes...
Não queria, mas tive que olha-lo. Estava incrédula.
— Não acredito! É um clássico do Tom Cruise!
Ele encolheu os ombros. Dei risada e iniciei o primeiro filme dessa série. Comi a torta, e deixamos os pires na mesinha de centro. Estávamos desconfiados, um pouco constrangidos talvez, o clima do beijo pairava na minha cabeça e até parecia pairar no ar, e me deixou sem palavras, sem saber como agir. Assistimos o filme, pelo menos parte dele, acabei dormindo no sofá, e acordei com o toque dele nos meus braços.
— Kim... Kim...?
Abri os olhos atordoada e assustada, me tranquilizei com os olhos lindos dele, que me encarava com carinho.
— Nossa... eu dormi...— bocejei.
Ele sorriu. Se levantou e olhou meu tornozelo.
— Quer ajuda para ir para sua cama?— perguntou me olhando.
— Acho que estou bem... eu não sei...— respondi.
Coloquei meus pés no chão, ele segurou meus braços e me ajudou a levantar. Me firmei no chão, meu pé ainda doía um pouco, mas estava bem melhor, o que me deixou sem equilíbrio, foi ficar junto dele mais uma vez.
— Está menos dolorido...— balbuciei.
— Mas vou te ajudar a subir as escadas, não é bom forçar muito...
Apoiada nele, subi as escadas até meu quarto.
— Maverick, está tarde, tenho um quarto de hóspede para você dormir.
Ele assentiu.
— Vou ficar, não é bom que fique sozinha com essa lesão.— falou me deixando próxima da minha cama.
— Preciso ir no banheiro... mas acho que dou conta sozinha...
Mancando fui até o banheiro.
— Está tudo bem? Dá conta?— perguntou preocupado.
— Sim... obrigada. Tem lençóis limpos e edredom dentro do armário, fique a vontade para pegar...
— Vou te esperar.— ele falou sentando na poltrona do quarto.
Assenti e entrei no banheiro. Troquei minha roupa por um pijama, fiz minha higiene e saí.
Ele se levantou rapidamente, abri meu guarda roupa e peguei lençóis e um edredom. Entreguei para ele, as mãos roçaram nas minhas, e desejei jogar tudo no chão e chama-lo para dormir comigo... mas seria muita afobação minha... não sou desse tipo de mulher... Fui até a porta e apontei para o quarto de visita.
— Ok... Boa noite, Kim!— ele se despediu me dando um beijo na testa.
Ele já ia sair, segurei o braço dele.
— Maverick...— ele se virou e me encarou— Obrigada... não sei como te agradecer... é um grande amigo.— falei ternamente.
— Não foi nada... qualquer coisa é só me chamar. Fico feliz de estar sendo útil na minha folga... foi uma noite maravilhosa, adorei os momentos juntos...— falou sorrindo.
— Foi maravilhoso sim...— confirmei sorrindo.— Boa noite, Maverick!
Ele assentiu e saiu do quarto. Fechei a porta, meu coração parecia um soar de tambores. Deitei na cama com um sorriso bobo.
Estaríamos apaixonados? Ou era só bobeira da minha cabeça?
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Atualizado até capítulo 104
Comments
Francis Damasceno
Autora seu texto é muito bom! Dialogos interessantes e maduros.
2023-04-22
52
F Valeria Feliciano
hummm o homen não bebeu, esta de carro, qual a necessidade de dormir na kza dela?? malandrinha ela.. 😂😂😂😍
2024-04-25
0
Denise Figueiredo
amo essas histórias bem elaboradas,um texto maravilhoso, espero que eles se dêem bem ❤️🩹❤️🩹
2024-03-31
1