A fome primeiro afeta sua mente, você fica com uma fúria elevada, cansaço mental e até mesmo em alguns casos perde seus sentidos. Após isso os sintomas passam a ser físicos, tais como a fraqueza e dificuldade para mobilidade. Viktus está a cinco dias sem sequer saborear uma grande refeição na boca, sua equipe foi punida no último treinamento de estratégia em combate após a derrota humilhante para o pelotão do instrutor Temório, tal pelotão é considerado como o melhor de todos. Andreas faz parte de tal pelotão e seu maior rival e o pelotão de Macxus do qual se encontra Hélio e Dell. No total há 5 pelotões: Danael, Temório, Macxus, Drako e Rossis.
Viktus está suando feito um porco, o sol debaixo de sua cabeça é como de um deserto egípcio, o verão de Hellas costuma ser quente mas havia anos que as temperaturas não costumavam ser demasiadas elevadas. Daro está mancando e segurando com força um pequeno pedaço de pão velho, ele senta ao lado de amigo e lhe compartilha um pedaço.
- Estou morrendo de fome...faz tempo que os garotos da minha idade não comem direito... Nosso pelotão só perde
- O meu pelotão Também.
Hélio e Dell passam por ali correndo, eles fingem que não ouviram a conversa mas dão a volta como se não quisesse nada e param em frente aos meninos.
- Olha. só... vejo que vocês crianças estão bastante cansadas e pelo visto estão sem comer bem a deixa eu vê... 5 dias? Isso é que dá fazerem parte de um pelotão do qual só tem fracote- Hélio debocha
- Quando você tiver nossa idade. Espero que seu grupamento tenha de tornado forte. Os garotos de 7 a 13 anos do seu pelotão são horríveis incluindo vocês. Dell complementa
- É. Eu espero que sim- Viktus responde cabisbaixo
- Olha, você quer se tornar forte ? Ouvi dizer que seu irmão Andreas é o aluno mais forte de todos e tem de tudo pra se tornar um Polemarco de sucesso no futuro
- Verdade ?
- É. Você não deseja ser igual a ele? Bom, ele nunca passou fome. Ele sempre pegava comida para seu grupamento as escondidas, não sei se você sabe mas a comida é o que dá forças para vocês é por isso que vocês vivem perdendo. Vocês já são fracos e sem comida são mais ainda
- Você tá falando de roubar?
- Não... Se ninguém souber que você esteve lá.
Viktus e Daro olham uns aos outros e percebem que seus veteranos tem razão, há fome estava afetando seus desempenhos em matérias da qual antes tinham facilidade.
- Vocês podem ajudar a gente?
- Mas é claro. Nós encontrem atrás do armazém principal. Vocês serão ajudados e esse será nosso segredinho, não conte para ninguém.
Hélio dá uma piscada para os garotos e retorna a se exercitar com seu companheiro, ao se afastar ele corre serrando seus punhos e se lembrando da humilhação que Andreas lhe provocou o batendo sem qualquer chance de reação há noites atrás.
- Você tem certeza que vai fazer isso? O Andreas lhe falou pra você ficar longe do irmão dele.- Dell aflito lhe pergunta
- Eu não vou deixar isso barato. E você como sempre é um covarde, todos são. Você e os demais ficaram me olhando enquanto ele me batia
- Você sabe do que ele é capaz. Ele sozinho derrotou um grupo de 5 rapazes de 16 anos que roubaram sua comida e eles foram parar no hospital. Eu não queria parar lá também.
Os trigos balançam de um lado para o outro fazendo uma serenata junto do canto dos grilos, a luz do luar ilumina a traseira do armazém. Viktus e Daro ali esperam a chegada dos seus veteranos, a espera não é longa, os dois rapidamente lhe dão as dicas de como entrar e sair dali rapidamente. Os pães ficam guardados no segundo andar, os sucos e vinhos são mantidos em caixas de madeira assim como o leite.
- É melhor vocês entrarem logo. Qualquer sinal dos instrutores nós vamos chamar vocês- Hélio instrui.
A porta é aberta, Viktus e Dell adentram por ela rapidamente e ficam felizes com o que vêem. Havia muito mais do que eles esperavam.Há queijos, frutas, leite e tudo de bom que possa se imaginar. Os garotos começam a encher sacolas que por ali mesmo encontraram, eles nunca haviam ficado tão felizes desde o dia em que começaram o Agoge
- Já temos o suficiente para todos, vamos.- Daro lhe alerta
Viktus, balança sua cabeça em gesto positivo e parte para saída, ele a empurra mas ela não se abre, ele tenta novamente mas ela nem se meche, ele grita para Daro o ajudar e os dois fazem o máximo de esforço possível mas nada acontece. Eles escutam gritos do Hélio e Dell com os dizeres: " Ladrões, Ladrões de comida". Naquele momento, Viktus se arrepia da cabeça aos pés, ele sabe o tamanho da punição que irá enfrentar, não por roubar e sim por ter sido pego.
As luzes de tochas passam pela janela, a porta é aberta e dela soldados agarram os meninos pelos braços, o último a passar por ela é o grande Polemarco Decório, Hélio e Dell estão logo a sua retaguarda sorrindo feito demônios.
- Dois Ladrões de comida... quem diria. Bom trabalho, Hélio e Dell. Estão Dispensados
Os veteranos, rapidamente somem dando gargalhadas deixando os meninos para trás, Decório caminha lentamente até às crianças, se ajoelha em frente a elas e pergunta calmamente:
- Quem é o organizador disso? Quem deu a ideia de roubar a estufa?
Daro e Viktus, não sabem o que responder pois não sabem se isso é um jogo mental ou não. Uma coisa que eles são ensinados durante o treinamento é: " Nunca dedure um companheiro." Isso faz parte de um código de ética, pois em caso de guerra eles devem negar até o fim mesmo que sendo torturados a localização de sua tropa.
Os garotos não sabem o que responder, Daro pensa em contar rapidamente a verdade e que eles foram enganados por seus veteranos mas antes mesmo dele poder dizer algo Viktus afinal com convicção: " FOI EU. A IDEIA FOI MINHA E TOTALMENTE MINHA. Daro não tem nada haver com isso."
Decório, dá uma bufada com seu nariz e se levanta
- Muito bem- Decório conclui- Leve o culpado para o tronco e o outro menino para o alojamento.
Viktus e escoltado até a praça pública e amarrado fortemente por cordas seus pés e braços, uma plateia rapidamente se forma ali ao redor. O menino ao vê seu pai se aproximando com um chicote respira profundamente
- Brasidas. Seu filho foi pego roubando nossa estufa. Dê a ele o castigo merecido e que Ares lhe dê força para não sucumbir a dor.
Brasidas, nada diz. Ele para atrás de seu filho e sussurra " Não chore, resista." Os sons do chicote eccoam pela noite assim como os gritos de Viktus e quando mais alto ele gritava mais forte Brasidas o chicoteava, Gorgo que por ali passava, reza para Zeus para seu filho resistir, Aretha se recusa a assistir tal barbaridade, assim como Sullis que tapa os olhos de sua meia irmã e vai para longe.
Andreas percebe que Hélio e Dell lhe olham sorridentes e rapidamente percebe o que ocorreu e isso lhe causa uma raiva profunda do qual ele sabe que não pode reagir. Pelo menos, não ainda.
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Atualizado até capítulo 63
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