Capítulo 4- Bem vindo de volta

De longe era possível vê a neve sob o monte Taigeto. O retorno a sua cidade deixam Viktus um pouco cabisbaixo e com saudades de seus novos amigos.

Passando pelos quarteis eles vêem Andreas em um treino de Pancrácio do qual ele possui suas mãos manchadas de sangue assim como os demais meninos que passaram a manhã toda socando um escudo de bronze preso por cordas em uma árvore, tal treinamento tem o intuito de calejar as mãos dos futuros soldados, Viktus e Gorgo sentem orgulho de seu familiar por ele não está demonstrando sinais de dor aparentes, Gorgo segue mais em frente e devolve a carroça e cavalo para um homem mais velho, ela o agradece e vai embora com seu filho.

No alto da colina Sullis vê sua mãe se aproximando e logo para tudo o que está fazendo para a abraçar e casuar de seu irmão, a plantação está viva e muito bem cuidada algo que sua mãe a elogia, a família vai para a casa principal e lá está uma mulher de aparência jovial, uma mulher bela de cabelos negros, pele branca como a neve e olhos azuis claros como os de um lobo, tal mulher é a empregada da casa e seu nome é: Aretha. Ela para tudo que está fazendo e cumprimenta sua mestre que apenas solicita para ela ficar a vontade:

- Para com isso, Aretha. Você já está com a gente a quase 10 anos. Não precisa de tais formalidades, você já faz parte dessa família.- Gorgo a solicita- Você anda praticando sua leitura como te ensinei?

- Sim, senhora... quando eu tenho tempo eu leio um pouco

- Excelente.

Viktus se sente um pouco triste por não poder aprender a ler, seu pai vivia lhe dizendo que tal ato iria desviar sua atenção para ser tornar um grande guerreiro, uma total perca de tempo para sua educação militar. Fazendo assim Gorgo nunca sequer pensar em lhe ensinar o básico de leitura.

- Sullis, depois ensine a Aretha o básico de notas musicais. Isso você pode ensinar pro seu irmão também, mas nada além disso.- Gorgo gentilmente pede

- Tá, tá.

- Agora Viktus, vá ajudar sua irmã com a plantação... eu preciso de uma boa noite de sono agora.

Viktus vai até as macieiras junto de sua irmã, ela ainda está de certa forma com um pouco de raiva de seu irmão por ter-la lhe abandonado sozinha com as plantações, Viktus se sente meio culpado mas nem tanto pois viajar para Atenas foi muito melhor que escutar sua irmã reclamando em seus ouvidos, ela o nota meio perdido nos pensamentos e rapidamente grita: " Vai trabalhar seu vagabundo!", Viktus toma um susto e rapidamente retorna, eles por ali ficam em total silêncio e para quebrar o gelo o menino pergunta:

- Você já foi para Atenas?

- Já. Há uns 2 anos atrás para ajudar a mamãe também... por que?

- Lá é muito bonito...

- De fato, mas as pessoas lá nem tanto. As mulheres são alcoólatras e os homens magros e retardados que só pensam em si mesmo.

- Nem tanto... Lá tinha uma garota muito...

Sullis rapidamente larga sua cesta no chão e parte para seu irmão se ajoelhado e dizendo para ele continuar.

- Uma garota? Como ela é?

- Linda, com belos olhos azuis como o oceano e de cabelos de fogo. Assim como seu irmão

- Pera aí... Um irmão? qual a idade dele?

- A minha talvez e ela deve ter uns 8

- Ah tá - Ela responde meio desapontada e se levantando- Enfim, você ainda é muito jovem para pensar em namoradinhas, principalmente Atenienses. Pense no futuro dessa gloriosa cidade, uma mulher Ateniense é magra e nunca dará a luz há um puta de um guerreiro!

- "Puta de um Guerreiro?"

- Esqueci que você só tem 5 anos... Enfim você precisa se casar com uma bela mulher Espartana, somente elas podem dá a luz um saudável e futuro soldado.

- Bela mulher? Igual você e a mamãe?

- Se você fosse maior de idade e não fosse meu irmão essa cantada teria dado muito certo.

Viktus pega uma maçã e fica um pouco pensativo, sua irmã já tem 15 anos e em breve ele deve arrumar um pretendente mas ela não parece se importar com tal coisa

- Irmã, você gosta de alguém?

- Não... Ainda não. Minhas amigas já estão todas pensando nisso mas eu tô dando um passo de cada vez.

A conversa de ambos é interrompida por Aretha que os chama para comer, a mesa está pronta e os três se sentam ao seu redor, cada um possui um copo fresco de leite e um pedaço de pão com carne. Viktus devora a comida rapidamente deixando Aretha feliz por ele ter gostado tanto assim de sua comida que foi feita de forma simples devido a falta de recursos, já que com Gorgo viajando, Viktus a acompanhado e Brasidas no quartel a casa ficou somente nas mãos de Sullis e o estoque de mantimentos era suficiente para as duas

- A gente precisa comprar mais comida. Obrigada, Aretha e de que você precisa? nós já te falamos que você é da família pode pedir que a gente compra- Sullis dá uma certa bronca na empregada

- Nada... é que não precisa disso. Eu não quero incomodar-los

- E a gente vai comer pouco? e você também? me poupe viu fala o que você precisa. Isso é uma ordem de sua senhora.

A doméstica fica um pouco sem jeito mas acata as ordens e pede para comprar suco, pães, carne e legumes para para poder um ensopado de sua terra natal. Sullis termina de comer e se levanta da mesa e se direciona a porta

- Vamos lá, Pirralho. Vou precisar da sua ajuda com as compras - Sullis abre a porta e faz Viktus a acompanhar

O Casal de irmãos se direciona ao mercado da cidade que está cheio e bastante movimentado, o grande e sagrado ritual de Carnéia está prestes a chegar e toda a população da Polis não quer deixar as coisas de última hora. A bolsa de Sullis rapidamente enche com as compras e no retorno eles escutam aplausos e gritos vindos de praça central, ambos ficam sem entender e vão averiguar o motivo... tal motivo os deixam paralisados e com a boca prestar a entrar mosca: Andreas sendo açoitado novamente mas dessa vez ele não demonstra dor e nenhuma emoção sequer, o punidor o solta das amarras e o garoto vai ao chão com suas costas abertas e sangrado, Andreas é acolhido por seus outros companheiros que o levam de volta ao quartel ao se retirar ele é aplaudido e ovacionado pela plateia.

Sullis e Viktus chegam com as compras e a entregam para Aretha que os agradece meio sem jeito, os irmãos se sentam no banco localizado na área externa da casa e observam o por do sol

- Quem diria que o Andreas iria amadurecer. Que ele sirva de exemplo pra você pirralho. Um soldado que não demostra dor e que será motivo de aplausos de todos

- Eu vou me tornar um PUTA DE UM GUERREIRO IGUAL O MEU IRMÃO!!!- Viktus se esguela

- É isso daí, pirralho.

- Sullis!!! QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ ENSINANDO PRO SEU IRMÃO???!!!- Gorgo grita de seu quarto fazendo os pássaros voarem das árvores.

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