Viktus admira a paisagem da bela Baía de Salamina a distância, ele vê os belos barcos portando corujas em suas velas. Ele se lembra do grande herói Themistocles do qual seu avô tanto falava.
Alexios e Kiara se sentam ao seu lado, segurando uma espada de madeira recém feita. Alexios tenta lhe animar mas falha, sua irmã tenta fazer o Espartano lhe dirigir a atenção o dizendo sobre um novo livro, mas ele a ignora completamente.
- Já fazem 6 meses que ele se foi... E você ainda tá bastante triste. Como a gente pode te ajudar?- Alexios lhe pergunta
Viktus nada diz ele apenas tenta manter seu foco nos navios imaginado o passado e tudo que seu avô lhe contou.
Os Atenienses sacrificaram sua cidade pelo bem de toda Hellas, eles viram o fogo tomar conta da sua Polis. Enquanto uns fugiam pelos navios, os inimigos os seguiram e foi ali onde começou a batalha decisiva; Os Atenienses com menos de 300 navios afundaram mais de 30.000 navios Persas. Quando nós Espartanos chegamos a batalha ela já estava parcialmente decidida e ali eu conheci Themistocles que é um dos homens mais corajosos que lutei ao lado, eu era um simples Infante cobrindo as baixas...mas naquele dia eu desejei ser um naval.
Essas são as palavras que Viktus repete em voz alta pesando em seu avô. Alexios e Kiara se impressionam com a história contada pelo seu amigo e pedem para ele lhe contar mais, pois notou-se que dessa forma Viktus parecia se sentir melhor.
- Seu avô parecia ser um grande homem- Kiara lhe diz
- Ele deve tá no Campos Elísios junto do nosso também. Ele morreu na Batalha de Plateias, lutando pela liberdade.- Alexios complementa
- O Avô de vocês também foi um guerreiro?
- Na verdade ele era um poeta- Kiara lhe conta com um belo sorriso no rosto- A guerra obrigou ele a empunhar uma espada e ele foi um remador de um dos navios comandados por Themistocles.
- Antônio, meu avô. Me contou sobre o feito dos remadores, eles eram homens fortes e valentes como ainda são.
Kiara se levanta rapidamente e dá a ideia deles brincarem de naval, tal ideia não anima muito o jovem Viktus pois seu avô era infantaria e seu desejo é seguir seus passos e os de seu pai.
A jovem Ateniense o pega pelo braço e os dois correm lado a lado, deixando até mesmo o pequeno Alexios para trás. As folhas douradas junto da brisa do amanhecer caem sobre a garota, seus cabelos vermelhos fogo balançam como a mais fina corda de uma harpa, Viktus não sabe o motivo mas ele sente um forte aperto no coração, assim com seu rosto fica cotado só de vê Kiara sorridente. Ele não sabe o do porque sentir tal sensação mas ele se lembra das palavras de seu pai: "No dia em que seu coração palpitar e acelerar por uma mulher é o sinal que você está destinado a passar momentos felizes com ela".
- Você sabia que foi aqui onde minha mãe me ensinou a ler?...- Kiara lhe diz apontando para uma grande árvore
- Aqui é muito legal. Têm vários pássaros por todos os lados
Olhos claros e escuros se cruzam como um rio próximo de um oceano, ambos ficam meio sem jeito por estarem ali sozinhos até que uma voz masculina eccoa por eles: " Vocês querem brincar de pique pega e nem me chamaram?" pergunta Alexios
- Vamos! Tá comigo!!- Grita Kiara Entusiasmada
Mas antes deles poderem começam a voz de Kassandra toma conta do local fazendo todos pararem imediatamente que estavam fazendo. A mãe dos Atenienses está esbelta com seus belos cabelos ruivos presos e com uma bela tiara dourada. Ela pede para seus filhos que já está tarde e que eles já devem ir para casa.
- Mas já?- Pergunta a garotinha
A mãe dá uma pequena gargalhada e balança sua cabeça, Alexios dá um pequeno e fraco no braço de seu amigo e diz que está ficando mais forte graças a ele.
- Vem com a gente, vou te levar para sua mãe. Já está tarde- Kassandra diz com um sorriso no rosto.
O sol começa a ser substituído por belos prontos brilhantes no céu, estreladas cadentes caem a medida em que caminham pelo bosque Ateniense. Gorgo aparenta não está muito feliz com a demora de seu filho, Viktus ao perceber o olhar de sua mãe já logo pensa: " Estou frito". Alexios admira a bela Espartana de cima a baixo e deseja que um dia tenha uma esposa tão bela quanto ela.
- Eu lhe falei para chegar antes do por do sol.- Gorgo seriamente diz
- Eles são só crianças. O importante é que todos estão bem... você não devia ser assim tão dura com ele- Kassandra interrompe antes mesmo de Viktus abrir a boca.
A Espartana olha para ela de cima a baixo com desdém e até com um pouco de repulsa.
- Obrigada. Mas eu não lhe pedir opinião de como cuidar de meu filho.
- Perdão se pareceu isso...
- Eu que me desculpo, não quis ser grossa... obrigado por trazer meu pequeno em segurança.
As duas mulheres se cumprimentam e seguem seus rumos, Kassandra olha para trás pensando no que a espartana havia passado, era bastante normal a mulher ser seria mas de todas as vezes ela nunca havia sido grosseira. Gorgo coloca Viktus na carroça sem dizer sequer uma palavra e no caminho de retorno assim se segue, a última noite da viagem chega e Viktus acorda com a carroça imóvel e um pequeno brilho de tocha que pode ser visto pelo vão do pano traseiro esse brilho é acompanhado de vozes altas como uma discussão.
A mulher ao vê seu filho lentamente saindo da carroça e pede para ele voltar só com gestos de sua mão, mas de nada adianta. Criminosos abrem a traseira da carroça e vêem Viktus, eles o puxam pelos cabelos e o jogam no chão em frente a sua mãe.
- Se você não quer morrer na frente de seu filho. Nos de tudo que você tem- O criminoso ordena
- Viktus... feche os olhos e conte até 100. Se você escutar minha voz eu vou te pegar pelos braços e você só abre os olhos quando eu falar... tá bom? Se você abrir antes da hora o Minotauro vai te pegar- Gorgo gentilmente solicita
A criança faz o combinado, ele conta e conta a medida em que gritos começam a adentrar seus ouvidos juntos com sons de aço perfurando a carne, ele tenta contar mais alto mas não consegue, ele sente algo respingar em sua bochecha mas mesmo assim segue de olhos fechados.
Ele senta uma mão lhe pegar pelos braços e limpar seu rosto a mesma que lhe conduz para dentro da carroça novamente, o rinchar dos cavalos é vivaz e a carroça começa a se locomover. Viktus começa a respirar com dificuldades, assim como seu coração começa a sair pela boca até que uma voz de sua mãe lhe acalma dizendo para abrir os olhos. Ele chora ao vê sua mãe manchada de sangue, seu vestido que antes era branco se tornou vermelho como o vinho.
- Não se preocupe querido... esse sangue não é meu, eu tô bem.
O sol começa a nascer no horizonte tal como os cantos dos lobos que passam a ser substituídos por cantar de pássaros e gargarejo de galos a medida em que os campos deixam de ser floridos. A mulher caminha junto de seu filho chamando a atenção de todos da cidade que parecem até lhe admirar.
A grande casa no alto de colina tem seu guardião Brasidas que ao vê sua esposa naquele estado rapidamente manda seu filho entrar em sua residência e logo pergunta o que aconteceu a Gorgo.
- Digamos que eu tive de matar uns bandidos que tentaram roubar as mercadorias e as Dracmas
Viktus do lado de dentro abraça sua empregada que já possui uma grande barriga circular, a mulher segura o menino pela cabeça carinhosamente e Aretha arregala seus olhos ao vê sua dama em tal estado a mulher adentra sem dizer uma palavra e vai se limpar. Viktus fica com sua empregada a abraçando em estado de choque mesmo sem ter visto quase nada.
Gorgo está limpa, seus cabelos estão belos e soltos assim como uma roupa azul límpida como a cachoeira, Viktus ao escutar-la dá um grito assustado e tampa seu rosto na barriga de Aretha sem mesmo olhar para sua mãe
- Você pode deixar eu e meus filhos a sós por um momento, por favor? Aretha- Gorgo gentilmente solicita
A jovem moça de Creta atende o pedido e deixa os dois a sois. a Espartana pede para seu menino abrir os olhos. Ele escuta e faz o que lhe é mandado, ao vê ela limpa ele a abraça fortemente
- Eu pensei que você tinha virado um monstro...que o Minotauro havia te pegado você tava manchada de sangue
- Eu virar monstro? bobagem... eu não me machuquei também tudo que eu fiz ali foi pra proteger você. Lembre-se um guerreiro não tem medo de sangue e Monstros, ele os encara de frente e rir da cara do perigo foi assim que eu matei o Minotauro
- Desculpa, mãe... eu fui fraco o vovô não deve gostar disso
- Não... Você apenas ficou preocupado é normal, você ainda é jovem e tem muito que aprender e seu avô com toda certeza teria orgulho pelo que você fez. Você seguiu as ordens de sua mãe sem fraquejar isso é coisa de um verdadeiro Espartano.
Viktus a abraça com toda força do mundo, Gorgo lhe aperta e de seus olhos saem lágrimas, lágrimas por seu filho não ter se machucado e também por ele está apertando seu corte de lâmina recém tratado.
Os outros foram pegos pelo minotauro?- Viktus pergunta com uma voz trêmula
Infelizmente sim...Eu não pude salvar-los- Ela o responde limpando uma mancha de sangue que havia ficado em sua unha.
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Atualizado até capítulo 63
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