CAPÍTULO 17 – Quer ser minha mulher?

Said antes pensava ir se encontrar com Alana, mas vê como Zaya ficou depois de ouvir a conversa deles ao telefone, está o deixando desconfortável. Alana nunca significou nada para ele, mas lembrar que ficou com ela o dia inteiro como um casal e ainda estava disposto a dormir com ela, o deixava arrependido. Decide deixar Alana de lado, ficaria com Zaya, tentaria devolver a ela um pouco de alegria, isso é, se ela fosse capaz de o desculpar. Zaya é jovem e inocente, e não tinha culpa dele ter sido obrigado a se casar com ela, querendo ou não, agora ela é a sua esposa.

Quando casou pensou em fazê-la sofrer, mas ao vê-la pedir que a devolvesse, mesmo correndo o risco de ser castigada, apenas para não ficar com ele, pode perceber que ela também não queria ficar ao seu lado, além disso ela já tinha sofrido muito, por não ter vida, pois cresceu sem conhecer nada apenas para se tornar a esposa perfeita.

Said sabe que ela está na cozinha, talvez tenha visto em Dolores, uma figura materna, por isso gosta de ficar com ela. Ele vai até elas e a encontra descascando batatas.

— O que está fazendo aqui na cozinha? — Pergunta com voz natural.

— Estou ajudando Dolores, ela não me pediu, apenas gosto de ajudar.

— Vamos sair — Said vê que ela não se move — Te espero em 15 minutos no carro.

— Tudo bem. Nós vamos voltar para almoçar? — Zaya pergunta para saber se iriam demorar.

— Podemos decidir isso depois — Said responde saindo da cozinha.

Zaya fica olhando Said sair da cozinha, sem muita vontade de sair com ele.

— Vai minha filha, não deixe o seu marido esperando.

— Se eu tivesse escolha eu não sairia com ele.

— Said é um bom homem e tenha certeza que se ele te chamou para sair é porque quer estar com você, pois não costuma fazer as coisas para agradar aos outros.

— Vou me arrumar — Zaya sai da cozinha com um sorriso, depois de ouvir o que Dolores disse, e Dolores se sente feliz, pois pelo jeito o patrão teve um pouco de consciência em relação ao que estava fazendo com a esposa.

Zaya sobe e se olha no espelho, ela olha as suas roupas, são todas parecidas, inúmeros vestidos praticamente iguais. Ela passa uma maquiagem básica, e não demora nem mesmo os 15 minutos que ele tinha dado e se encontra com ele.

Ela entra no carro e é a primeira vez que ela anda de carro no banco da frente. Eram tantas coisas que estava fazendo pela primeira vez.

— Quer ir em algum lugar?

— Não tenho nada em mente.

— Zaya, me desculpe por ontem, eu não devia ter te deixado tanto tempo sozinha.

— Você poderia me levar no Pão de Açúcar? — Said sorri, pois ela simplismente o ignorou.

— Sim, vamos visitar o Pão de Açúcar.

Ele consegue arrancar alguns sorrisos dela, ela fez questão de tirar fotos juntos para mandar para a mãe dela e para Aisha, a sua prima, de quem estava com muita saudade.

Eles almoçam no restaurante que tem no local e depois de almoço resolvem descer para passearem mais um pouco pela cidade, mas dessa vez não descem do carro, apenas passeiam. Zaya parecia encantada com tudo, e ele se sentiu feliz de vê-la sorrindo depois de tudo.

Quando chegam em casa ela corre para dizer a Dolores que tinha ido ao Pão de Açúcar, contou o que tinha visto e até o que tinham almoçado. Said fica parado na entrada da cozinha satisfeito por vê-la falar animada sobre o passeio deles. Cris já tinha chegado e fica feliz por Said ter levado Zaya para passear.

Zaya foi para a sua suíte, ela fica na sala e liga para Aisha, contando tudo sobre o passeio que teve com o marido. Depois manda algumas fotos para ela e para a sua mãe. Estava se sentindo feliz, ela nunca tinha feito nada de diferente, e tudo para ela era novidade.

Said foi no escritório, e ficou pensando na mulher com quem foi obrigado a casar, ela era bonita, submissa e inteligente. Mas a verdade é que ela também não o amava, apenas disseram para ela que deveria amá-lo, mas será que ela amaria uma outra pessoa. Said se lembrou do tal Carlos, que a ajudou e até a defendeu. Ele decide que talvez o melhor seja consumar o casamento. Ele ainda estava pensando em Zaya quando o seu telefone toca, "Alana"

— Não me ligue, se eu quiser falar com você eu te ligo.

— Com quem pensa que está falando?

— Já disse, não quero que me ligue mais...

— Eu não sou a sua cordeirinho, você pode falar assim com ela...

Said desliga antes de Alana continuar, e ainda bloqueia o número dela. Chega de Alana na sua vida, ele sobe para o quarto queria ver como estava a sua jovem esposa.

— Oi, o que está fazendo? – Ele pergunta vendo ela rindo com o celular na mão.

— Eu estava enviando as nossas fotos para mamãe e para minha prima Aisha, antes, estava conversando com Aisha.

— Zaya eu vou deixar dinheiro com você e também vou te deixar um cartão, o que quiser comprar use ele, não importa o valor.

— Então, eu não vou precisar de dinheiro.

— Sim, você precisa. Cris pagou o seu almoço e João comprou água de coco para você. Não há necessidade disso.

—Tudo bem, obrigada. — Ela aceita, já que ele estava insistindo, não o aborreceria por causa disso.

— Eu vou tomar um banho.

— Vou separar a roupa para você vestir. Você vai sair?

— Não, eu vou ficar em casa — Ela dá um sorriso tímido — Eu gosto de ficar em casa de bermuda. — Ele prefere esclarecer, antes que ela pegue um terno, talvez.

— Vou preparar a sua roupa então. — Said entra no banheiro para tomar o seu banho e se sente feliz por ter conseguido amenizar toda a confusão do dia anterior. Ele sai com uma toalha enrolada, e fica feliz quando a encontra sem o seu hijab, estava com os longos cabelos soltos sobre os ombros.

— Você fica ainda mais linda assim — Said se aproxima e pega os seus cabelos entre os dedos — Zaya quero te fazer uma pergunta.

— Se eu souber responder

— Só você sabe e pode responder — Ele beija o seu rosto — Você é a minha esposa, você quer ser a minha mulher?

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