CAPÍTULO 14 – Arrependida

Said sente o seu coração disparar, por está preocupado com Zaya, sem saber onde ela poderia estar e vom quem.

— A pessoa nos disse que ela quase foi atropelada e que ele a ajudou, mas ela está muito assustada e a única coisa que ela soube responder foi o nome dela e o nome do marido Said Fakhry, daí foi fácil ele localizar a empresa.

— Ele deixou algum número de telefone?

— Ele deixou um número de telefone e o endereço dele — O segurança passou as informações para ele.

Said avisa que está indo buscar a sua esposa. Ele manda Franciso ligar para João para que ele deixasse de procurar Zaya e que voltasse para casa e trouxesse a "louca" da Cris, pois precisava ter uma conversa com ela.

...

Zaya estava em uma loja próxima ao banheiro do Shopping, onde Cris tinha ido. Elas haviam combinado de Zaya esperar naquela loja, mas um homem ficou a olhando e falando em um rádio, ela começou a ficar com medo, pois tinha muitos sequestros onde ela morava de pessoas importantes, e ela era esposa de Said Fakhry, ela esconde o rosto com o seu hijab e o homem vem em direção a ela, Zaya se sente apavorada e sai da loja correndo. Não consegue achar o banheiro, e não sabe mais onde está, ela anda sem saber para onde está indo, até que consegue ver a saída, ela decide tentar encontrar João, está com medo e sente o desespero tomar conta dela, ela sai e as pessoas esbarram nela, a olham como se ela fosse um ser de outro mundo. Zaya começa a chorar e tenta fugir dali, pois todos estão a olhando ela corre sem direção, ouve-se buzinas e pessoas gritando com ela, até que ouve-se uma buzina e um carro freiando, mas antes que sinta o impacto, braços a puxam evitando que ela seja atropelada.

— Você quer morrer?

— Me solta, não toque em mim.

— Me desculpe, mas eu apenas evitei que fosse atropelada.

— Eu quero ir pra casa, eu preciso ir pra casa — Zaya fala chorando, se afastando do homem que a salvou.

— Tente ficar calma, eu vou tentar te ajudar a volrar para casa — O jovem que a salvou percebe que ela não é louca, só está assustada e com medo — Qual o seu nome? Onde você mora? — Pergunta sem encostar nela.

— Eu não sei onde eu moro, eu estou com medo— Zaya confessa não conseguindo parar de chorar.

— Calma, eu vou ficar com você até você se lembrar onde você mora. Sei que você não é daqui, pois não conheço ninguém que ande com essas roupas. Você é das arábias?

— Eu sou Libanesa, mas eu moro aqui no Brasil — Fala mais calma, por saber que não ficará sozinha.

— Venha vamos nos sentar, e eu vou tentar te ajudar.

— Obrigada. — Zaya sabe que não tem escolha, precisa de ajuda e ele estava disposto ajudá-la.

— Eu me chamo Carlos e você?

— Zaya, me chamo Zaya e o meu marido se chama Said.

— O que você se lembra para ver se eu consigo te ajudar.

— Eu me casei e vim morar aqui no Brasil com o meu marido, mas como ele trabalha muito eu sai com Cris, que trabalha na casa, viemos com João o motorista — Ela conta o restante da história nos mínimos detalhes, incluindo o homem na loja a olhando, que descobriu ser o segurança da loja, contou também do medo de ser sequestrada.

— Então você é a esposa do Senhor Said Fakhry, um dos estrangeiros mais ricos que reside aqui no país.

— Não sei se ele é um dos mais ricos, mas ele é o meu marido. — Carlos ri pela ingenuidade dela, sorte que ele não é nenhum bandido, porque senão ela seria sequestrada com certeza.

Ele começa a pesquisar no seu celular, e tenta todos os telefones que encontra relacionado a Said Fakhry, até que alguém atende e ele fala o que aconteceu, deixa com a pessoa que o atendeu o número do seu telefone e o seu endereço em Botafogo, um bairro da zona sul do Rio, que era próximo ao shopping onde ela estava. Como já era tarde ele resolve levá-la para o seu apartamento, pelo menos para tomar uma água, mas ela não aceita subir com ele, então ele fica com ela na portaria até alguém chegar para buscá-la, ninguém retornou a ligação para ele, provavelmente estariam indo buscá-la.

Ela estava assustada e era nítido que estava com medo, ele a convenceu de descobrir o rosto, para chamar menos atenção, percebia-se que ela estava desconfortável, como se fosse acostumada a andar com o rosto coberto, mas ela não questionou, deixou o rosto descoberto e ele viu o quanto ela era bonita.

— Qual a sua idade?

— Dezoito, fiz a alguns dias, e me casei semana passada.

— E porquê não está em lua de mel?

— Meu marido é muito ocupado — Carlos sabia que essa não era verdade, provavelmente ela já estava prometida a ele por isso se casaram.

— Você ama o seu marido? — Pergunta curioso

— Eu devo amá-lo — Zaya responde não gostando da pergunta.

Eles estavam sentados a uma certa distância, mas Zaya estava com muito medo do que Said faria com ela. Ela estava perdida em pensamentos quando ela o vê chegando no portão do prédio, ele parecia estar muito irritado. Carlos percebe o pavor no rosto de Zaya e tenta acalmá-la.

— Vai ficar tudo bem — Ele pede ao porteiro que abra o portão e Said entra como um animal irado.

— O que você pensou que estava fazendo? — Said rosna com Zaya.

Foi o suficiente para Zaya desabar, ela não consegue segurar os soluços.

— Será que você poderia falar de forma mais agressiva com ela? Pois, acho que foi muito delicado.

Carlos enfrenta Said, mesmo ele sendo mais baixo e menos musculoso, mas ficou com muita raiva ao ver o tal Said Fakhry gritando com a jovem esposa. Sentiu muita raiva quando vê o que se diz marido chegar brigando com ela que já estava assustada — Será que não percebeu como ela está assustada.

— Acho melhor não se meter.

— Porquê senão o que? Será que não está vendo que ela está com medo, se não fosse eu ajudá-la você a encontraria em um hospital, isso é, se tivesse sobrevivido.

— Vamos embora Zaya – Said a segura pelo braço.

— Você é um idiota, se ela estivesse em lua de mel, não estaria correndo entre os carros.

Said ia agredir Carlos, mas Zaya com as poucas forças que tem impede.

— Por favor não o machuque, ele me ajudou. Eu quero ir pra casa, por favor me leve pra casa.

Eles se afastam sem se quer se despedir do rapaz que a ajudou. Eles seguem em silêncio e Zaya fica encolhida todo o trajeto, arrependida de ter saído de casa.

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