Said não esperava que ela dissesse aquilo, ele sabe que ela ouviu ele falando ao telefone, mas ele não imaginou que ela o procurasse em seu escritório.
— O que você veio fazer aqui?
— Por favor me devolva, você já tem Alana, eu sou apenas um problema.
— Zaya, eu não posso te devolver...
Zaya corre para a sua suíte e se joga na cama, ela pega o seu telefone e disca para a sua mãe, sabe que seu pai irá escutar, mas ela precisa de sua mãe.
— Zaya o que houve?
— Desculpa sogra, eu disquei sem querer, Zaya está dormindo — Said tinha ido atrás dela e precisou intervir na ligação, pois se seu avô Omar soubesse o que tinha acontecido o culparia até a morte.
— Eu quero falar com a minha mãe.
— Amanhã você liga para ela, lá é madrugada agora. Vamos jantar, e não adianta dizer que não quer, quero você lá em baixo em cinco minutos.
Said sai da suíte e leva o celular dela, não era para ela ter ouvido a sua conversa com Alana, não era nem mesmo para ela saber de Alana, já que ele só tinha um caso com ela, nunca tiveram nada sério, era só sexo, eram livres para ficarem com quem quisesse.
Dolores fica preocupada com Zaya é muita coisa em um único dia, pois ela soube que Said estava no telefone com uma mulher, e pela reação de Zaya ela ouviu a conversa. Ela chega para jantar com o marido, mas nos seus olhos só há tristeza.
— Toma a sua sopa minha menina, Cris me disse que você só almoçou.
— Obrigada Dolores, obrigada por se preocupar comigo — Ela olha para Dolores e dá um sorriso triste.
Said fica a observando e começa a se sentir mal pelo que está fazendo com ela, pois a verdade é, ela é quem tem menos culpa em tudo aquilo. Podia imaginar a rigidez com que ela foi criada e mesmo assim ela ainda conseguia sorrir para ele, mas por seu egoísmo ele conseguiu apagar o pouco de alegria que ela tinha alcançado.
Zaya consegue comer a sopa que Dolores preparou, estava gostosa e ela estava com fome. Ela não consegue olhar para Said, sabe que a sua vontade nunca irá prevalecer, antes era com o seu pai, agora com o seu marido e não sabia como seria com os sogros. Teria que ter um objetivo para continuar viva, pois viveu até os 18 se preparando para casar, e ter filhos. Casar, ela já tinha casado, filhos talvez nunca tivesse e agora nem ela queria, pois, como Said a tocaria depois de se deitar com outra, Alana. Ela estava comendo como no automático, sem ver que Said a observava.
— Posso ir para o quarto? — Ela pergunta sem olhar para ele, quando acaba a refeição.
— Zaya... — Ela continua de cabeça baixa, e Said decide deixar ela ir — Sim, você pode ir.
— Com licença. — Ela retira-se sem olhar para ele.
Zaya entra no banheiro, e se olha no espelho, ela estava com pouca maquiagem, e decide apenas limpar a sua pele, mas não retira o seu hijab, nem a roupa que estava vestida ela tira, apenas se deita com uma imensa tristeza. Quando ela escuta Said entrar no quarto ela fecha os olhos.
Said sobe logo após ela ir para a suíte deles. Quando ele chega a vê deitada, mas ela nem mesmo trocou de roupa, foi a primeira vez que ela se deitou com os cabelos cobertos. Sabe que ela não está dormindo, mas não irá incomodá-la, já a magoou muito para aborrece-la. Ele entra no banheiro e toma um banho e se sente esgotado. Se arrepende até mesmo de ter ficado o dia inteiro com Alana e deixado Zaya sozinha, era a primeira semana dela longe dos seus pais, longe do lugar onde sempre viveu, e ele, simplesmente, não se importou com isso, a deixando sozinha. Said apoia os braços na parede do box e deixa a água simplesmente correr sobre ele.
Quando ele sai do banheiro, vê que a respiração dela está regular, deve ter adormecido por também estar esgotada com tudo o que ela passou sozinha. Ele senta ao lado dela e faz um carinho em seu rosto, mas ela realmente já estava dormindo.
— Me desculpe Zaya, mas não era para ser assim — Ele diz mais para si mesmo, antes de se levantar e apagar a luz, se deitando ao lado dela na cama.
Quando ele acorda, ela já havia acordado, consegue ouvir ela falando na sala com alguém e tenta escutar com quem ela está falando.
"— Sim mamãe, eu estava dormindo."
"— Esta tudo bem, eu só sinto muita saudade"
— Eu sei mamãe, sei que vou me acostumar..."
Ele vai para o banheiro fazer sua higiene, ela estava falando com a mãe, mas não estava falando mal dele. Ela ainda estava na sala mexendo no celular quando ele chega.
— Bom Dia, Zaya.
— Bom Dia. — Zaya se levanta e vai para o quarto trocar de roupa, pois ela havia dormido com aquela roupa que estava.
— Vou te esperar para tomar café.
— Tudo bem. — Said percebe que o sorriso que sempre havia, morreu, o brilho que existia nos olhos não consegue ver mais, pois ela nem olha para ele.
Zaya está o tratando como a um estranho, por isso dormiu com o seu hijab, ele não pensou que isso poderia incomodá-lo, mas não vê-la sorrir para ele estava o deixando aborrecido, não com ela, mas com ele mesmo.
Ela não demora a trocar de roupa e dessa vez não usa maquiagem, apenas troca o seu vestido por outro quase igual, apenas a cor era diferente. Ela sai do quarto, mas sem falar nada, ela espera ele se levantar para poderem ir tomar o café da manhã.
— Estava pensando, podemos passear um pouco hoje de carro. — Zaya estava tomando o seu chá, quando ele sugere um passeio.
— Não precisa se preocupar, eu não causarei mais problemas. Pode sair com as pessoas com quem gosta de estar. Eu posso me levantar? — Ela pergunta, deixando a sua xícara de lado, ela quase não havia comido e Said percebeu.
— Fique a vontade. — Said sabe que agiu errado, mas ele não queria que ela se iludisse com ele, mas também não gosta de vê-la triste daquele jeito.
Zaya sai da sala e vai para a cozinha como todos os dias faz, Dolores estranha ela ir ficar com ela na cozinha com Said em casa.
— Oi Dolores, Bom Dia!
— Bom Dia minha menina. Está melhor hoje?
— Eu estou bem, obrigada. Eu posso te ajudar?
— O seu marido está em casa, melhor você ficar com ele.
— Ele não gosta da minha companhia. Só vou deixar ele aborrecido por impor a minha presença. Daqui a pouco ele deve sair, eu não me importo. — Prefere se conformar que ele não gosta dela.
— Hoje as meninas estão de folga, só chegam no final da tarde, mas se ele sair eu posso preparar o que você quiser comer. O que acha?
— Não se preocupe comigo Dolores, faça o que está acostumada — Dolores percebe que algo morreu dentro dela, não existe a animação e a alegria que haviam antes.
— Tudo bem minha menina. Vai falar com a sua mãe?
— Eu já falei, acho, que se eu não tivesse falado não conseguiria nem estar aqui. A minha mãe é tudo para mim, acredite se não fosse por ela penso que nem estaria mais viva. — Zaya se lembra com tristeza por tudo o que já passou.
— Deve sentir muita falta dela...
— Sim, eu sinto tanto que chega a doer de tanta saudade.
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Atualizado até capítulo 62
Comments
Maria Aparecida Santos
uma menina, é muito triste saber até está passando por isso, mais ela vai aprender a viver.
2025-01-29
1
Rosely Catini
gente eu n sei se vou conseguir ler até o final essa história ,pois só consigo chorar ,como deve ser triste a vida dessas mulheres q foram criadas para se anularem ,
2025-02-19
1
Fatima Gonçalves
ELA ESTA MURCHANDO
2025-02-19
0