Era o aniversário de 30 anos de Said, ele decidiu fechar uma boate, para comemorar o seu último aniversário como solteiro, estava decidido a curtir a noite inteira, fosse dançado ou fosse com alguém, iria curtir com tudo o que tinha direito, afinal daqui a três meses ele seria um homem casado. "casado" quando pensa nessa palavra lhe dá coceira. O medo que tinha era que a noiva com quem iria se casar fosse uma adolescente sem noção e para completar, feia. Com toda a certeza do mundo era virgem e sem experiência.
Estava decidido a não pensar nisso, no seu aniversário, não queria pensar nem como ela era e nem como seria o seu casamento, só queria curtir a noite, mas por mais que tentasse, não conseguia deixar de pensar como seria essa Zaya.
— Bebida liberada pra todo mundo, hoje a boate é nossa, música DJ.
Um lindo moreno, de olhos negros, 1,90cm, corpo musculoso, barba por fazer, um lindo sorriso e rico, chama a atenção de todas as mulheres presentes. Said comemora o seu aniversário de 30 anos no melhor estilo de solteiro pegador, dança com duas mulheres agarradas a ele, beija sem se preocupar quem seja, pois as duas estão dispostas a degustar dos seus beijos. Antes da noite acabar ele escolhe uma aleatoriamente para o acompanhar a um quarto de hotel. Ele tinha um apartamento na zona sul do Rio, mas raramente usava, só quando bebia muito em algum evento, não gostava de ir para casa quando bebia muito, pois, os seus pais geralmente o criticavam, por ele desprezar os costumes da família. Quando estava acompanhado ia para algum hotel, no seu apartamento só ele, mesmo que muitos acreditassem que ele usasse o lugar como um motel.
Três meses depois
Said anda de uma lado para o outro tentando falar ao telefone, pois quem ligou para ele só queria falar, ou melhor gritar.
— O que pensa que você está fazendo rapaz? —Alguém muito aborrecido grita ao telefone — Eu quero você aqui em 24 horas. Você está ouvindo?
— Vovô, eu não estou me sentindo bem, por isso eu não fui ainda, preciso me recuperar.
A verdade é que Said estava pensando em um jeito de não ir para o seu próprio casamento, que considerava ridículo, mas pela reação do seu avô Omar, ele sabe que o seu destino está traçado, e não teria como fugir da responsabilidade que traçaram para ele. Os seus pais já tinham ido para o Líbano e ele iria uma semana antes do casamento, mas se pudesse, sumiria e só apareceria depois da data do casamento.
— Você pensa que eu nasci ontem? Desde que vocês foram morar no Brasil você não veio uma única vez visitar o seu avô por não ter tempo, mas tinha tempo de viajar com os amigos. Agora vem com essa história de está doente? Onde está aquele menino cheios de desejo de ajudar o próximo? Sabe o que acontecerá com essa jovem se você não vier? Você se perdeu, só quer saber de gastar com mulheres e bebidas, pensa que eu não sei sobre a sua vida? Não pense você que me engana.
— Vovô...
— Como tem coragem de me dizer, que faltando sete dias para o seu casamento, sete dias Said, você está doente, doente? Quer mesmo que eu acredite nessa sua desculpa?... — O seu avô continua gritando, fazendo ele afastar o telefone do ouvido para não estourar o seu tímpano — Se você não chegar aqui em 24 horas, pode esquecer que tem avô, pode esquecer que tem riqueza, pode tratar de procurar um emprego, pois na empresa você não entra, nem para varrer o chão, pois enquanto eu estiver vivo, não desfrutará de nenhuma mordomia que a família pode te dar.
— Meu voou sai hoje a tarde, já que não tem outro jeito. — Said suspira desanimado, pois se ele não aparece é bem capaz de Zaya sofrer as consequências por sua atitude, além disso, não quer ser pobre.
— Veja como fala comigo, eu sou o seu avô.
— Me desculpe vovô. Amanhã a noite eu estarei chegando em sua casa.
— Agora você está começando a entender. Não vou permitir que um neto rebelde acabe com a reputação da minha família. Alá, Alá! — O avô, respira fundo fazendo Said ouvir a sua respiração — E lembre-se que divórcio não faz parte desse casamento enquanto eu estiver respirando, não vou deixar que você destrua a vida dessa jovem que se guardou para você.
Quando Said encerra a ligação, ele senta no sofá e joga a cabeça no encosto, fica olhando para o teto, pensando no absurdo que está vivendo. Um homem de 30 anos sendo obrigado a se casar com uma pirralha de 18 anos, parece brincadeira, ele pensa desanimado. Ele se levanta e vai para o seu quarto, já tinha guardado todas as coisas que levaria, sua mala já estava pronta e na sua mala estava a sua roupa para o casamento. 'Quem será essa Zaya?' Said pensa, ele não consegue nem mesmo imaginar como ela possa ser, pois, nem a mãe dela ele conheceu, e não lembrava da fisionomia do pai dela. Ele pega a sua mala e segue para o aeroporto com o seu motorista, quando voltasse, o mesmo seria o motorista da sua esposa.
O casamento seguiria a tradição Libanesa, pois toda a família era religiosa e seguiam a tradição islâmica, com exceção do noivo, que apesar de conhecer os costumes, não se considerava mais um religioso, mas pelo bem da família, precisava seguir todo o ritual.
— Eu não acredito que cheguei até aqui. Só espero que essa garota não seja mimada, pois é só o que me faltava — Said fala com o seu pai enquanto acaba de se arrumar para o seu casamento — Se bem que, pelos costumes daqui, mimada ela não deve ser, pois com certeza aprendeu apenas a obedecer.
— Você quase matou o seu avô, tinha que ver a reação dele quando chegamos sem você, ele quase me fez voltar para te buscar — Samir fala, rindo ao lembrar da reação do pai.
— Tenho pena dessa garota. Ela nem sabe com quem está se casando, isso é um absurdo.
— Que o seu avô não te ouça, pois, é capaz de te obrigar a morar na casa dele. Zaya é muito querida por todos, e sempre foi feliz por ser a sua noiva.
— Se isso acontece, acredite, eu nem espero ele me matar, eu mesmo faço isso. Aturar uma mulher que não escolhi e um avô vigiando os meus passos, nem nos meus piores pesadelos.
Depois de arrumados, seguem para a celebração, Said segue o seu pai. A cerimônia seria em um dos mais sofisticados salão de festa da cidade. 'Se não tem outro jeito, deixa eu colocar o meu pescoço na guilhotina' pensa Said entrando no carro que os levaria ao local da cerimônia. Assim que chegam ele respira fundo antes de sair do carro.
As mulheres já tinham ido se encontrar com a noiva, mas Zaya só tiraria o véu para o noivo. Quando chega a hora do noivo entrar no salão, Said prepara o seu melhor sorriso e quando os tambores anunciam a sua entrada, ele entra ao som dos tambores. Said consegue distribuir o seu melhor sorriso, como se estivesse feliz, quem o visse não acreditaria que ele estava ali na força do ódio, pois dançava animado no ritmo da música, como mandava a tradição.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 62
Comments
Gloria Katia Baffa
Olha casar assim muito complicado por ele não viver costume da religião dele.
2025-01-26
2
Fatima Gonçalves
CARAMBA QUE ESTOU COM PENA DELA ISSO SIM
2025-02-19
0
Ellen Martins
Rapaz chato, mimado é ele, esperava um homem, não um pirralho de 30 anos!!!!
2025-01-26
1