CAPÍTULO 8 - Eu não vou me esquecer dessa noite.

Said a beija e enquanto saboreia os lábios da esposa, a conduz até a cama, ele a deita e fica admirando o seu corpo. Zaya começa a se sentir desconfortável ao ver o marido a olhando, é como se ele estivesse a despindo com os olhos, mesmo que já estivesse se sentindo nua vestida com aquela camisola. Desvia o olhar por não ter mais coragem de encará-lo.

Said percebe que ela está envergonhada e talvez até mesmo amedrontada, mesmo querendo ser beijada. Ele decide que não a fará sua na noite de núpcias, teria tempo para isso, queria que ela estivesse preparada para recebê-lo. Ela precisava também querer, pois parece que ela foi criada apenas para dizer sim, sim e sim a ele, como a boa esposa obediente. Não teria pressa, na hora certa ela seria a sua mulher e não apenas a sua esposa.

Ele se deita ao lado dela e os cobre, a aconchegando nos seus braços, colando os seus corpos para poderem dormir.

Zaya fica petrificada, ao sentir o corpo do marido colado ao seu. Ficou sem conseguir se mexer até o seu corpo doer, ela lera tantas coisas, mas a realidade era muito diferente. Ele era um homem, e ela nunca tinha recebido um abraço, nem mesmo do seu pai. Nada podia se comparar ao que estava sentindo.

Parecia ser tão fácil nos textos lidos, mas a realidade era muito diferente, chegava a ser angustiante. Está ao lado de um homem era tão difícil para ela, mesmo que esse homem fosse o seu marido, ainda mais vestida com aquela camisola, se sentia arrependida de ter vestido aquela roupa, ela estava quase pedindo a ele para ir ao banheiro trocar a camisola, vestiria a que a mãe lhe deu.

— Você está bem? — Said pergunta por perceber que ela está sem se mover.

— Sim, eu estou. — Responde sem ser honesta.

— Quer mudar de posição, ou que eu me afaste um pouco? — Said pergunta, percebendo o desconforto dela, mas ela não responde — Zaya?

— Said, eu posso me sentar um pouco?

Said não consegue acreditar no que ela está perguntando, será que seria sempre assim, até para se sentar ela ia pedir? Ele se afasta dela e se senta na cama.

— Zaya, eu já te disse que você pode fazer o que quiser, sentar aqui, na sala, andar pela suíte, beber água, suco, refrigerante. O que você sentir vontade — Ela o olha — Menos voltar para a sua casa, pois, agora você é a minha esposa.

Zaya continua deitada segurando a coberta sobre si com as duas mãos, Said a olha e não sabe o que fazer para que ela se sinta melhor.

— Senta Zaya, não disse querer sentar um pouco — Zaya se senta, encostando-se na cabeceira da cama, ainda segurando a coberta sobre si com as duas mãos.

Said se levanta da cama, e pega a mão de Zaya, a fazendo soltar a coberta. Ele a leva até a sala e a coloca sentada no sofá, se não fosse assim ela não sairia do lugar, pelo que ele percebeu.

— Fala pra mim o que você tem? — Zaya não responde e isso começa o irritar, paciência tinha limites — Zaya eu estou mandando, fala pra mim o que você tem.

Zaya fica assustada, pois, ele parece está nervoso e irritado, a sua voz não estava tão calma como antes. Ela começa a se sentir ridícula com aquela roupa, os seus olhos queimam, mas ela sabe que não pode chorar. Sente vergonha por está vestida daquele jeito, mostrando as suas pernas, não deveria ser assim. Zaya sente o desespero tomar conta dela e não sabe como agir.

— Zaya!!!! — Said tenta buscar paciência onde não tem mais.

— Me desculpe por favor, eu não queria te aborrecer. Eu não quero nada, eu estou bem.

Said percebe que ela está tentando se manter calma, mas as atitudes revelam o contrário. Ele se senta ao lado dela que está desesperada puxando o robe para se cobrir e abraçando o próprio corpo, é como se ela estivesse em pânico.

— Hoje você dorme na cama. Eu vou ficar aqui no sofá, tudo bem? — Fala mais calmo.

— Não por favor não faça isso, eu prometo que vou me comportar como uma boa esposa, não terá do que reclamar.

Zaya sente vontade de chorar, mas não pode fazer isso, a sua mãe disse ser errado, todos os conselhos da mãe estavam falhando. Ela conseguiu irritar o seu marido na primeira noite deles, fazendo com que ele nem quisesse lhe tirar a virgindade. O que ela precisava fazer? Como fazer ele não a rejeitar?

— Zaya, você está nervosa e isso é normal, você deve está sentindo falta da sua casa, da sua mãe, e isso também é normal.

Quando ele falou na sua mãe ela não aguentou mais, mesmo tentando não chorar, foi difícil. Ela se sentia sozinha, ela sabia que ele era o seu marido mas ela não sabia como agir com ele. Said ficava lhe fazendo perguntas e não foi assim que a sua mãe disse que seria.

— Vem cá — Said a abraça e percebe que terá que ter muita paciência, coisa que ele não tem, talvez em casa seja mais fácil, pois terá a mãe dele e talvez elas se dessem bem. — Eu não quero que fique triste, eu não estou aborrecido. Sei que deve está sendo difícil para você, é a sua primeira vez longe de casa e longe de seus pais. Não quero que se preocupe, vamos nos conhecer aos poucos. — Ela o olha esperançosa — Tudo bem? — Zay confirma com a cabeça. — Eu disse para você dormir na cama sozinha para você poder ficar a vontade, nada mais que isso. Eu não estou te rejeitando, estou apenas cuidando de você — Said beija a sua testa — Agora acho melhor a gente dormir, já é muito tarde, amanhã teremos uma longa viagem.

Zaya se põe de pé, se sentindo melhor, ela vai para o quarto, não antes de dá um sorriso para Said e agradecer pela compreensão.

— Eu nunca vou me esquecer dessa noite. Muito obrigada!

— Eu também nunca vou me esquecer dessa noite. E não precisa agradecer. Boa Noite, Zaya!

— Boa Noite, Said!

Said sorri para ela e fecha a porta do quarto, deixando o sorriso morrer. 'Nunca vou me esquecer dessa noite Zaya, a minha noite de núpcias que não transei, mas precisei acalmar a minha jovem esposa em pânico' Said pensa balançando negativamente a cabeça, mas depois ele sorri, ao lembrar dela pedindo para ser beijada. Começou tão ousada, mas logo entrou em pânico. Ele ri, se jogando no sofá.

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