Zaya acorda feliz, apesar de tudo o que aconteceu em sua noite de núpcias com o seu marido, ele conseguiu a deixar tranquila, para que conseguisse dormir. Ela se levanta e vai no banheiro, faz a sua higiene e logo coloca as suas roupas, veste um de seus vestidos longo azul e coloca o seu hijab e se maqueia, quando ela está pronta, vai até a sala para poder encontrar Said ainda dormindo. Eles iriam a casa da família do seu marido para poder se despedirem, o avô Omar fez questão de reunir a família em sua casa, para que eles não ficassem cansados. O motorista iria buscá-los no hotel e depois os levaria ao aeroporto.
— Said!— Zaya tenta o acordar, encostando nele as suas mãos delicadas. Ele estava totalmente jogado naquele sofá, que não era pequeno e parecia ser muito confortável — Said, você precisa acordar.
Said acorda ainda com muito sono, parece que tinha acabado de dormir e já precisava acordar, era isso mesmo? Se pergunta.
— Eu não vou acordar agora, preciso de mais algumas horas de sono — Responde sem nem abrir os olhos, acreditando está muito cedo para acordar.
— Tudo bem, eu só pensei que não quisesse fazer o avô Omar esperar. — Zaya jamais iria o contrariar, mas acha melhor dizer o motivo que fez ela acordá-lo.
Quando Said escuta Vô Omar, ele abre os olhos, teria que se levantar, querendo ou não. Melhor se despedir do seu avô sem aborrece-lo.
— Você está certa, não é bom que ele fique esperando.
Said a olha, surpreso. Essa realmente é a sua esposa? Ela já estava pronta, arrumada com o seu vestido longo de mangas compridas, mostrando apenas as mãos, cabelos cobertos e maquiada, e com voz mansa acordava o seu marido.
— Separei uma roupa para você, está em cima da cama. Quer que eu faça mais alguma coisa? — Zaya pergunta com naturalidade.
— Eu vou tomar um banho e pedirei o nosso café da manhã.
— Eu irei esperar aqui na sala. — Ela se senta no sofá, assim que ele se levanta.
— Tudo bem, eu não demoro — Said entra no quarto e decide fechar a porta, para evitar constrangimento.
Quando ele acaba de tomar o seu banho ele se arruma, antes ele olha para a roupa que ela deixou separada para ele e sorri, pensando se seria sempre assim, era até engraçado. Ela tinha escolhido uma camisa azul clara e um terno azul marinho, ele depois de pronto volta para a sala, já tinha pedido o café da manhã, pediu logo que acabou o banho. Quando batem à porta, trazendo o café da manhã, Zaya foge para o quarto, fechando a porta.
Quando terminam o desjejum o motorista já os aguardava, e Said decide ir se despedir dos familiares. Antes de saírem do quarto, Zaya esconde o rosto, mas quando chegam na casa do avô, onde estava toda a família, incluindo os pais de Zaya e também Aisha, a sua prima, ela deixa o rosto descoberto. Almoçaram todos juntos na casa do avô Omar. Said percebeu a semelhança da esposa com a sua sogra Samira, elas eram muito parecidas, ambas eram lindas.
Antes de se despedirem, o avô chama Said no seu escritório, Said já podia imaginar sobre as recomendações e sobre fazer filhos.
— Você fez seu papel de marido, ou envergonhou a nossa família.
— Não se preocupe, ela não é mais virgem.
— Alá, Alá! Que notícia maravilhosa. Podemos, ter um bisneto a caminho — O avô fala animado, abraçando o neto — Eu sabia que não iria decepcionar o seu velho avô. Tenho certeza que amará essa jovem, e serão felizes, assim como eu fui com a sua avó.
Eles ainda conversam mais um pouco, mas o que Said não esperava é que o velho fosse continuar o assunto do bisneto depois que acabaram a conversa no escritório. Omar chega na sala com as mãos levantadas em festa, na presença de todos festeja a possibilidade de um bisneto a caminho
— Nosso menino já começou a fazer o seu papel de um Fakhry, quem sabe daqui a alguns meses não teremos um novo membro na família, que venha um menino cheio de saúde. Alá!
— Alá! Alá! — Todos respondem animados.
Zaya olha para Said, mas ele chega ao seu lado e segura a sua mão apertando, como se fosse um aviso para ela permanecer calada, ela morde os lábios, pois sabe que não tem nenhum bebê no "forno".
— Minha filha, não precisa ficar envergonhada, a família precisa saber dessa possibilidade — O seu pai fala, e ela apenas sorrri para ele, mas permanece muda. Quando eles se despedem todos desejam saúde para o "bebê".
Zaya sente um aperto no perto, é capaz de sentir saudade antes mesmo de se despedir. Se despedir de sua prima foi muito difícil, foi a única amiga que ela teve.
— Você promete que vai no Brasil me visitar?
— Eu prometo, que assim que eu puder eu vou te visitar. Vou sentir muita saudade de você.
— Aisha, obrigada por sempre ter estado comigo, por nunca ter me deixado sozinha.
— Eu que agradeço por ter me aturado por tantos anos — Elas choram abraçadas.
Mas o pior momento estava por vir, quando chega a hora de se despedir da sua mãe não é fácil. A vontade que Zaya tinha era não ir embora, não queria se afastar da mãe.
— Mamãe, promete que vai ficar alguns dias comigo? Eu vou sentir tanto a sua falta.
— Filha, o seu marido está te esperando, você precisa ir. Eu também vou sentir a sua falta — Samira sente o seu coração apertado, não sabia dizer quanto tempo ficaria sem ver a sua menina, mas não podia demonstrar está triste com a sua partida para o Brasil — Eu te amo filha, e não esqueça os conselhos da sua mãe — Zaya chora soluçando abraçada a mãe e foi necessário o pai dela as separarem, para ela poder ir com o seu marido.
— Filha, acompanhe o seu marido. — Samira beija as mãos da filha que se nega se soltar dela.
Said pode sentir a dor da esposa, que parecia não querer se separar da mãe, afinal antes eram só as duas, iriam sofrer muito separadas. Não achava certo o que a obrigavam a fazer, mas ele não podia fazer nada para mudar aquilo, afinal ele também estava ali obrigado.
Depois de se despedirem eles entram no carro para serem levados ao aeroporto. Ela continua chorando por um tempo, mas tenta se recompor e quando consegue se acalmar aborda um assunto que não agradou Said.
— Porquê deixou o seu avô acreditar que teremos em um bebê em breve?
— Porque é mais fácil deixar ele acreditar que está no controle.
— Mas você mentiu para ele, mentir não é errado? — Pergunta o olhando séria, sem entender o que ele queria dizer.
— Deixe que com a minha família eu me entendo, prefiro que não interfira nisso — Zaya não esperava que ele ficasse aborrecido por ela abordar esse assunto, ela prefere se calar, já que ele colocou um ponto final no assunto.
Eles seguem para o aeroporto, pegariam o voou no final da tarde e a noite do dia seguinte, chegariam em casa.
— Vou sentir saudades — Zaya fala com o coração apertado ao entrar no avião.
Se apreensiva por estar indo para um país estranho e tão distante, onde não teria ninguém que ela conhecesse, pois, nem o seu marido podia dizer conhecer, quanto mais os pais dele.
— Você não estará sozinha — Said fala segurando a sua mão e acariciando com o polegar, Zaya apenas da um sorriso triste.
Depois de mais 20 horas de viagem, eles chegam ao Brasil, Zaya se sente muito cansanda ela nunca havia viajado, nem mesmo para perto, quanto mais para o outro lado do oceano. Ela esconde o seu rosto assim que o avião pousa, e quando ela vê a agitação do aeroporto, com pessoas muito diferentes, com roupas diferentes, cabelos soltos, ela se sente uma estranha ali. Tem mulheres com as pernas de fora, e até umbigos de fora ela pode ver. Said percebe que ela está assustada, e segura firme a sua mão. As pessoas ficam a olhamdo e ela sente falta do seu quarto. Ali, no meio daquela gente, era o último lugar onde ela gostaria de estar.
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Atualizado até capítulo 62
Comments
Fatima Gonçalves
CARAMBA A ESTRANHA É ELA NO BRASIL
2025-02-19
0
Gloria Katia Baffa
Parabéns autora
2025-01-26
1
TerezinhaSantos❤
gostando muito da historia pois amo historias assim de tradições e outros paises
2024-10-28
3