Quando eles entram na suíte Zaya permanece parada próximo a porta. Said coloca as mãos nos bolsos e fica parado olhando para ela.
— O que quer fazer agora? Quer conhecer a suíte?
— Pode ser. — Ela responde sem muita convicção — Eu nunca estive em um hotel antes.
— Você quer sentar um pouco? — Ela não responde, mas vai até o sofá e se senta na ponta, com todos os bons modos os quais ela aprendeu, mas isso não o agrada muito. Said vai até o banheiro e quando volta a encontra na mesma posição.
— Zaya, você pode fazer o que você quiser — Ela permanece sentada, apenas mexendo com as mãos uma na outra, em uma demonstração clara de nervosismo. — Você quer trocar de roupa? Tomar um banho? Beber alguma coisa? — Said também não sabia muito o que fazer, era uma situação constrangedora.
— Eu acho que eu vou tomar um banho, se não se importa.
— Estou totalmente honrado com a sua dedicação, mas eu não sou o seu dono — Ela o olha e ele consegue ver decepção em seus olhos e tenta explicar — Eu sei que você foi criada e educada para ser minha, mas eu sou apenas o seu marido, e espero que possamos nos dar bem. Mas eu quero que você entenda que você não precisa da minha permissão para tudo — Said senta ao seu lado no sofá e tenta fazer um carinho em seu rosto, mas ela se assusta com o gesto e afasta o rosto — Pode ir tomar o seu banho, se é isso que você quer. — conclui desanimado.
Zaya não consegue sair do lugar, a mãe dela sempre disse que ela teria que obedecer ao marido para que pudessem ser um casal feliz, e que a partir do casamento ela seria apenas dele, ele seria o seu dono. Agora ele está a rejeitando, dizendo que não a queria, se pergunta o que fez de errado, como ela conseguiria viver dessa forma. Ela não sabe o que fazer e muito menos o que dizer, sua vontade é voltar para a casa dos seus pais e continuar em seu quarto. Ela sabe que agiu errado ao se afastar dele, quando ele tentou tocar o seu rosto, mas estava se sentindo tão assustada com tudo o que está lhe acontecendo.
— Me desculpe por ter afastado o meu rosto — Said suspira, e sabe que não será nada fácil, quantos gostariam de uma mulher submissa, mas ela estava passando dos limites da submissão. Mas não podia ser diferente, foi criada para isso, longe de tudo e de todos apenas para se tornar uma esposa que apenas dissesse sim, sem questionar.
— Zaya, olha para mim — Ele pede sem encostar nela que o olha com os olhos assustados — Eu sei que você está confusa e talvez até amedrontada. Eu não estou dizendo que não te quero, mas acredito que não sou um homem tão machista assim que vá querer que você faça apenas as minhas vontades, sem levar em conta as suas vontades.
— Mas o meu pai me disse que seria assim, eu não estou reclamando, me desculpe se fiz algo errado, mas eu estou nervosa. Mas eu não me importo de não ter vontade, eu sempre obedeci o meu pai e sei que agora as suas vontades é que deverão ser as minhas. Sei que não devo te desobedecer, e nunca farei isso, acredite em mim.
Said fica a olhando, e fica imaginando se ela se casasse com um homem com tais pensamentos, os quais ela estava preparada para encontrar. Que vida essa jovem teria? Se pergunta, mas já sabendo a resposta, teria uma vida como a de muitas mulheres daquele país, de submissão e castigos, talvez já tivesse perdido a virgindade, sem nenhuma palavra de carinho e muito menos algum gesto. Ele suspira e procura ser paciente com ela.
— Posso segurar as suas mãos? — Ela estende as mãos para ele — Ele pega as mãos dela, que são muito macias e delicadas — Você queria que eu segurasse as suas mãos? Independente da minha vontade — Zaya fica olhando para ele sem saber o que dizer, está muito confusa, mas prefere confirmar, por não querer aborrece-lo. Confirma com a cabeça e ele ri — Isso é bom. Agora eu vou te fazer uma pergunta, apenas para você entender o que quero dizer quando digo que não sou o seu dono: O que VOCÊ quer fazer agora?
Zaya queria ir para a sua casa, mas não tem coragem de dizer o que realmente quer.
— Diga-me, o que você quer? — Ele segura o seu queixo e levanta o seu rosto e eles se olham nos olhos — Não tenha medo de dizer, seja o que for, eu não vou brigar com você.
Zaya fica o olhando e respira fundo, e juntando toda a coragem consegue dizer ao marido o que realmente quer.
— Eu queria ir para a minha casa — Said, nunca imaginou que ela falaria algo assim, ele ri triste, pois percebe o quanto ela se sente perdida e assustada, não tem como não se compadecer de uma jovem que foi empurrada para os braços de um desconhecido.
— Me desculpe, mas isso infelizmente eu não posso permitir — Ela abaixa a cabeça conformada — Acho melhor você ir tomar o seu banho.
— Com licença. — Quando Zaya fica em pé resolve acrescentar algo, para não deixá-lo aborrecido — Desculpa por querer voltar para a minha casa, eu sei que a minha casa agora é onde você estiver — Zaya segue em direção ao quarto, ela colocaria a sua camisola que foi comprada para essa noite. Said sente pena daquela jovem, a criaram apenas para obedecer, mas resolve provocá-la mais um pouco, porquê não?
— Quer que eu tome banho com você? — Ela fica vermelha feito um pimentão, e ele ri com o desespero dela, mas já imagina qual será a resposta que ela dará.
— Se você quiser...
— Eu quero, mas eu não vou. — Ela o olha sem entender — Estava apenas brincando com você. Quero que aprenda a dizer não, mas você um dia aprenderá. Eu sei que você quer tomar o seu banho sozinha, e é isso que você irá fazer. Pode ir tomar o seu banho, eu vou te esperar aqui.
— Preciso pegar uma coisa na minha mala — Said coloca a mala dela sobre a cama e depois sai do quarto, para que ela se sentisse mais a vontade.
Said volta para a sala e fica pensando na sua esposa. Ela é novinha, mas é linda e cheirosa, o seu corpo não deu para se ver ainda, pois não sabe como não a obrigaram a vestir burca, mas era quase assim que ela se vestia, já que mostrava apenas as mãos e os olhos. Até no dia do casamento a cobriram toda, o seu vestido de casamento era muito bonito, mas também era muito tapado, até os seus cabelos estavam escondidos, a única coisa que conseguiu ver até agora foi o rosto e as mãos da esposa. Estava curioso para ver a sua roupa para a noite de nupcias.
Depois que Zaya entra no banheiro para tomar banho, Said volta para o quarto e resolve tirar as suas roupas, coloca um pijama de seda, composto por calça comprida e blusa de manga curta, gostava de dormir apenas de cuecas, mas não faria isso com ela.
Ele fica ansioso esperando ela sair do banheiro, pois ela estava demorando muito, 'Será que virá toda escondida de novo?' Se pergunta, por acreditar que compraram para ela uma camisola que escondesse tudo. Said ri com esse pensamento, estava ansioso e não consegue ficar sentado, ele fica de pé olhando para a porta do banheiro, como se ela fosse abrir apenas pelo poder do seu pensamento.
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Atualizado até capítulo 62
Comments
Maria Rita Souza
já tô amando já já no começo
2025-01-18
0
Deusinha Santos
tô começando a gostar dele pensei que fosse um completo idiota mas mim enganei está se sendo um cavalheiro
2024-12-06
1
Fatima Gonçalves
CARAMBA SERÁ COMO VAI SER A ROUPA DELA
2025-02-19
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