Mais tarde Daniele vai para o seu quarto. Ela entra e olha ao redor, nas paredes havia um papel de parede com motivos coloridos, e em alguns locais o papel de parede parece ter sido rasgado.
Havia uma cama de solteiro, um armário e algumas caixas de papelão em um canto.
Ela senta na cama e começa a tirar de sua mochila alguns pertences.
Nesse momento, alguém bate na porta e ela diz que pode entrar.
Era Reinaldo segurando uma pilha de tecidos.
— Oi Dani… — diz Reinaldo — posso te chamar assim? — Daniele acena em positivo e ele entra e se senta ao lado dela. — Eu trouxe algumas coisas que eu acho que vai precisar. Aqui tem toalhas e algumas roupas. São de Sônia, mas ela não usa mais. Claro que você é mais magra do que ela, mas por causa da gravidez, creio que podem ajudar.
— Obrigada. — Dani diz em agradecimento e após continua — Eu vou precisar das toalhas, mas acho que das roupas não. Amanhã acho que vou sair e comprar algumas coisas essenciais.
Reinaldo dá um leve sorriso e após acaricia o rosto dela. Daniele se afasta, pois se sentiu um pouco sem jeito com essa aproximação dele.
Não se importando com o afastamento dela, ele continua:
— Eu vou com você. Não precisa gastar as suas economias. Eu tenho recursos, sabia? O meu irmão te disse que sou dono de uma loja de materiais de construção? Não fica muito longe daqui e eu posso te levar lá para conhecer.
— Obrigada, mas não precisa. Eu posso tentar me virar sozinha. Não quero incomodar. — Daniele responde, educadamente.
— Não seja orgulhosa, linda. — após ele dá um leve beliscão no queixo de Daniele, dá um sorriso e sai do quarto.
Daniele começa a se sentir incomodada com ele. Na verdade, ela começa a sentir que havia algo errado naquela casa. Pelo comportamento dele e pelo comportamento de Sônia.
Ela já passou por tantas coisas e não queria se meter em mais problemas, por isso, foi até a porta e a trancou. Após, se deitou na cama e começou a procurar por Bela, nas redes sociais.
Naquela noite, ela quase não dormiu, preocupada e pela manhã, se levantou bem cedo e foi tomar banho.
Na casa havia apenas um banheiro social e ela não estava se sentindo confortável, lá.
Ao chegar ao banheiro, viu os pertences do casal nas prateleiras, porém não mexeu. Ela ainda tinha um pouco de shampoo e sabonete aos quais usava na prisão.
Ao terminar o banho, percebeu que deveria comprar produtos de higiene. Não se sentiria confortável utilizando os produtos dos outros, sem contar que aquele casal era totalmente desconhecido para ela.
Ela terminou de se vestir e saiu do banheiro. Para sua surpresa, Reinaldo estava na porta, a esperando.
— Bom dia, linda. — ele diz e dá um beijo no topo da cabeça de Daniele. — Humm, que cheiro bom. Parece que não usou o shampoo de Sônia. Não gosto muito daquele cheiro.
Daniele fica totalmente sem reação. As palavras dele eram muito estranhas.
— Bom dia. — os dois ouvem a voz de Sônia e olham de repente para ela. A impressão que ficou é que estavam fazendo algo escondido, quando Daniele apenas se assustou por ela ter chegado subitamente.
— Ah, é… bom dia senhora Sônia. — Daniele diz sem jeito, pois a forma como Sônia olhava para ela, também a incomodava.
— O que quer comer no café da manhã hoje, Dani! — diz Reinaldo, animado.
— Por favor, não se incomode. Só um café preto e um biscoito, para mim já está bom. — responde Dani, não querendo parecer um estorvo.
— Ah, não faça cerimônia. Eu vou fazer panquecas para você e para o seu bebê. — ele acaricia a barriga de Dani com intimidade e ela pega na mão dele e tira.
— Panqueca? — diz Sônia — Faz tempo que não faz panquecas. — ela diz olhando fixamente para Daniele.
— Pensei em ser hospitaleiro com nossa convidada, Sônia. — Reinaldo diz, já colocando o seu avental.
Daniele, gagueja, um pouco sem jeito:
— Me desculpem, eu não quero parecer estar fazendo desfeita, mas vou tomar café na rua. Eu tenho muitas coisas a resolver. Não quero ser um peso para vocês.
— Você vai na rua agora? — Reinaldo diz, já retirando o avental — Eu levo você, vamos no meu carro.
— Não, por favor. Eu me viro. — Daniele diz, de forma evasiva — Olha, faz panquecas para a senhora Sônia, ela parece que gosta das suas panquecas. Eu não quero atrapalhar vocês.
Antes que ele respondesse, Daniele sai da cozinha e caminha a passos largos em direção ao quarto. Chegando lá ela pega sua mochila e vai rápido para a saída do apartamento.
Só ao chegar a rua, ela respira aliviada. Então pega um táxi, que a deixa em um shopping próximo dali.
No shopping, compra alguns produtos de higiene pessoal e algumas peças de roupas em uma loja de departamento. Poucas, pois sabia que estava próximo de dar a luz e provavelmente perderia aquelas roupas.
Enquanto ela andava pela loja de departamento, passou pela sessão infantil e por um impulso entrou no local.
Lá, começou a olhar as roupas para bebês e instintivamente acariciou a sua barriga. Mesmo que não costumasse pensar sobre isso, tinha criado um laço com o bebê.
Chegou até a imaginar a criança vestida com algumas roupinhas e por isso, acabou comprando por impulso algumas roupas. Pensou que ela poderia presentear o seu sobrinho.
Ao sair do shopping, ela começou a procurar um lugar para ficar. Acabou constatando que o taxista tinha razão, era difícil alugar um apartamento. Alguns tinha que ter fiador, passar por entrevista com o proprietário e etc mais de burocracias que até ela conseguir realizar tudo, já terá dado a luz.
Então começou a buscar por pensões e hotéis para ficar. Algo que ela também não teve sucesso.
Como estava em alta temporada, a maioria dos locais estavam lotados. Os que não estavam eram muito caros ou não pareciam seguros, e por isso, ela acabou voltando para botafogo.
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Atualizado até capítulo 90
Comments
Jucileide Gonçalves
Quando se estar no mato sem cachorro a tendência é; se correr o bicho pega se ficar o bicho come.
2025-03-31
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Cida Lima
meu Deus ela ta vendo que homem não é de confiança pq não vai procurar em outra lugar
2025-03-06
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Patricia Mariana
mulher deixa de ser burra liga pro taxista conta dos irmão e cunhada dele
2024-12-04
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