Chega o dia da saída de Daniele. Após se despedir de Xaiane e de algumas prisioneiras, ela é encaminhada para a saída da prisão.
Dani olha a sua volta, onde tudo estava deserto. Olha o céu nublado e o horizonte.
Fazia tanto tempo que ela não via o mundo de fora que tudo parecia novo e estranho para ela.
Ela olha para esquerda e depois para a direita, tentando decidir para onde ir. Agora, ela está a oficialmente sozinha no mundo, tendo que enfrentar todas as dificuldades da sobrevivência cotidiana.
Ao longe, ela vê taxi se aproximando e então, faz um sinal.
O taxista passa direto, pois aquela era a porta da prisão e ele evitava pegar passageiro por ali. Porém, ele olha pelo retrovisor e vê apenas uma garota perdida e grávida.
A sua consciência dói e ele acaba dando a ré e voltando.
Daniele entra no táxi e o taxista, antes de dar a partida, diz:
— Olha, eu não entro em comunidade. Posso te deixar próximo, você tem alguém que pode te buscar?
Dani olha para o nada, pensativa. Agora ela não tinha ninguém e nenhum lugar específico para ir.
— Eu não tenho ninguém me esperando e não vou para uma comunidade. Você pode me levar a um lugar onde tenha um caixa eletrônico do banco vinte e quatro horas?
O taxista olha para ela e era impossível não se sensibilizar. Ela claramente não sabia bem o que fazer.
— Acho que tem um em um posto de gasolina próximo daqui. — ele responde.
Dani acena em positivo e o taxista dá a partida.
— Depois de acharmos o caixa eletrônico você tem para onde ir?
Daniele faz uma expressão pensativa e após, diz:
— Acho que preciso de um celular. Você pode me levar a algum lugar que eu possa comprar um?
— Certo… — o taxista diz, faz uma pausa e após pergunta — Você tem quantos anos?
— Dezessete. — Dani responde sucintamente.
— Você não tem ninguém mesmo te esperando? Onde estão seus pais e seus parentes?
— A minha mãe morreu há alguns anos atrás e meu pai… acho que meu pai não me quer por perto. — ela abaixa a cabeça, ainda sentindo a dor do abandono.
— E o pai do bebê? — o taxista pergunta, a olhando pelo retrovisor.
— Ele não está mais nesse mundo. — Dani diz, acariciando o seu ventre e relembrando de seu irmão Victor.
— O que você fez? — o taxista pergunta, ainda não acreditando que viu aquela garota que parecia tão doce, sair de um lugar como a prisão.
— Eu não fiz nada. Me acusaram injustamente. Passei um ano de minha vida presa porque minha madrasta me odiava, por eu ser fruto de um caso do meu pai. Agora está tudo comprovado, mas parece que eu ainda estou pagando por erros que não cometi. — ela enxuga suas lágrimas, pensando em sua vida atualmente.
— Tudo bem, garota. Fique calma. Eu vou te ajudar.
O taxista realmente ficou comovido com Dani. Ela tinha uma expressão calma e doce, não falava gírias. Parecia um pouco melancólica e perdida.
Então, ele a levou em um pequeno shopping, próximo dali.
Dani foi ao caixa eletrônico, enquanto o motorista a esperava na frente do shopping. Ele não sabia porque, mas confiou nela.
Chegando ao caixa, ela conferiu o saldo da conta e lá estavam exatos um milhão de reais. Era muito dinheiro e ela nem sabia o que fazer com aquilo. Só sabia que poderia pagar seus estudos e tentar construir uma vida melhor, daqui para frente.
Então, ela sacou um pouco da quantia e após foi em uma loja de celulares. Lá, comprou um celular simples e um chip, para que pudesse se comunicar.
Depois, voltou para o táxi.
— Conseguiu resolver as suas coisas? — o taxista pergunta, com um sorriso sereno no rosto.
— Algumas coisas. — Dani responde, um pouco mais animada.
— Para onde quer que eu te leve agora? — ele pergunta, feliz por te-la visto um pouco mais animada. Ele não sabia porquê, mas se afeiçoou a ela.
— Eu queria ir para algum lugar, próximo a Copacabana. — responde Dani — Você conhece alguma pensão que eu possa me hospedar ou alguma casa que eu possa lugar a um preço barato, por aquela região?
— Bem, aquela região é muito cara. Mesmo uma pensão deve custar muito para você. Tem certeza que quer ir para Copacabana? — o taxista responde, a advertindo.
— É que daqui a um mês, irei dar a luz. A minha cesariana está agendada para um hospital que fica em Copacabana. — responde Dani.
— Em Copacabana? — o taxista pergunta, confuso. Pois naquele bairro, um hospital particular é muito caro. Se perguntou como ela conseguiu ter uma cesariana agendada para lá. Porém, ele resolveu não a interrogar sobre isso. — Bem, não é tão fácil assim alugar uma casa, precisa contatar uma imobiliária, fazer um contrato. Leva dias ou até meses dependendo. E sobre uma pensão… bem, eu acho isso muito perigoso para uma garota nova, como você. Vou fazer o seguinte, eu tenho um irmão, que mora em Botafogo. Vou pedir para ele te abrigar na casa dele até encontrar um lugar para morar. Ele é casado e mora com a esposa. Eles também são gente de bem, não se preocupe.
Daniele não tinha alternativas, então acabou aceitando a ajuda do taxista.
Eles se encaminharam para Botafogo e chegando lá, o taxista a deixou no carro e entrou no prédio, para conversar com o irmão primeiro.
Meia hora depois, ele desceu com o seu irmão e eles pareciam que estavam discutindo.
Daniele percebeu qua havia algum problema, então ela saiu do carro, querendo agradecer ao taxista pela ajuda, mas ela iria tentar encontrar uma outra alternativa.
Porém, quando ela saiu, os dois pararam de discutir.
— Moço, eu sou muito agradecida pela sua boa vontade. Pode me levar para uma pensão, mesmo. — Dani diz, se sentindo mal por ter sido o aparente motivo da discussão dos irmãos.
O taxista olha para ela, com um olhar pesado e então, diz:
— Tudo bem, eu vou te ajudar a encontrar um lugar seguro.
Ele vai em direção a Daniele, porém antes que se aproxime mais, é parado pelo irmão.
— Tudo bem, ela pode ficar. — ele diz e fixa o olhar Daniele, o que a faz se sentir acuada.
— Que bom Reinaldo! Fico feliz que tenha mudado de ideia. Deus vai te abençoar por ajudar uma pessoa que precisa. — o taxista volta e abraça o irmão.
Após, ele vai até Dani e dá o seu cartão.
— Qualquer coisa pode me ligar, querida. — ele dá um leve sorriso e volta para o carro.
Dani pega as suas coisas e vai em direção a Reinaldo. Este se aproxima e se oferece para carregar a sua mochila.
— Eu me chamo Reinaldo. Qual é o seu nome, mesmo? — ele pergunta.
— Daniele Silva. — Dani responde, com um sorriso simpático.
Renaldo devolve o sorriso e diz:
— Você é uma garota muito bonita, Daniele. Acho que vou gostar de abrigar você em minha casa.
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Atualizado até capítulo 90
Comments
Cida Lima
meu ela deveria procurar outro lugar é o taxista é boa pessoa pq não levou ela pra casa dele
2025-03-06
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claudia da silva
Esse cara vai querer se aproveitar dela.
2024-12-03
1
Fatima Gonçalves
CARAMBA SAIU DA CADEIA E FOI CAIR NA CASA DE UM CANALHAS
2025-03-16
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