Cap-16 Conhecendo a Sogra

Vincenzo

Me aproximo da senhora de cabelos platinados, com aparência frágil e sorriso meigo.

— É um prazer, senhora Dempsey!

Estendo a mão, que ela aceita gentilmente e como um bom cavalheiro, deixo um beijo, tentando causar uma boa primeira impressão, na futura sogra.

— Oh, querido! Me chame de Claire!— sugeriu com um sorriso.

— Como quiser.— respondi educado.

Ela anda com dificuldade e a ajuda de uma bengala de madeira. Seguro a mão desocupada, e a ajudo sentar-se no sofá.

— Obrigada querido.— ela sorri gentil, quando finalmente se senta.

Kath me olha meia desconfiada.

— Se me der lincença, Vin, eu vou arrumar o nosso jantar. Quer beber uma taça de vinho, querido?

Ela é muito boa, quase que até eu estou acreditando. Mas Vin? Não é um dos melhores apelidos.

— Aceito, Kitty. Precisa de ajuda?— pergunto.

— Não... pode ir conhecendo a minha mãe.

Ela se vira em direção a cozinha, não consigo tirar os olhos dela, admirar a beleza da mulher.

— Ela é linda, não é?— Claire me desperta para realidade.

— É sim, a mulher mais linda que conheci.

Fica mais fácil elogiar Kath sem ela me ouvir, e dizer que é a mulher mais linda que conheci, não é um mero disfarce, é a verdade.

Me sento ao lado da Claire, no sofá de couro, e observo a sala, sem muitos itens de decoração.

— Minha filha disse que veio para os Estados Unidos a pouco tempo, e vai morar em Nova York.

— Sim...estou há alguns meses aqui.— isso é uma mentira, mas como explicar para a sogra, que eu e Kath vamos nos casar em menos de um mês, já que nos conhecemos quando cheguei aqui.— Meu pai precisava de alguém de confiança, para gerenciar os negócios na américa, então me prontifiquei, e aqui estou eu!

— Estou curiosa, como conseguiu conquistar o coração da minha filha? —  Meu coração gela no peito —  cá entre nós, Vincenzo, eu já estava achando que ela nem namoraria mais, quanto mais casar-se novamente!

Me remexo no sofá, e apoio o braço no encosto.

— Bom... acho que não tem explicação para o amor...— falei sorrindo.

— Também acha que foi amor a primeira vista? Vocês são tão fofos!— ela sorri, e toma uma postura mais descontraída.—  Mas aposto que ela deu um trabalhão para admitir estar apaixonada, não é?

— Quem deu trabalho?— Kath pergunta com duas taças de vinho na mão.

— Você querida, conheço bem seu jeito dominador e blindado para o amor.

Kath me entrega uma taça com um vinho rosê.

A aproximação faz eu sentir de perto, o mesmo perfume doce encorpado, que incendeia o ambiente, e que já estou ligando á ela.

— As coisas mudam... não é mesmo querido?

Kath me faz encara-la, com seu sorriso provocante.

— Claro... nunca imaginei que me casaria com uma nova-iorquina...— experimento o vinho de sabor doce frutado — Muito bom, tem gosto doce e macio, sinto o aroma de frutas vermelhas.— falo apreciando o aroma do vinho, e tentando mudar o assunto.

— Entende de vinho, Vincenzo?— Claire pergunta curiosa.

— Minha família possui uma vinícola, na Sicília. Sou um grande apreciador da bebida.

Kath pareceu surpresa, mas não podia perguntar nada. Ela se afasta e volta para cozinha.

Estou fora de mim, já foi difícil, vê-la nas roupas elegantes de mulher com perfil profissional, agora imagine vê-la em um vestido curto aderente no corpo, que expõe toda a perna, joelhos e metade das coxas. Fora o decote nada recatado.

— Ela é uma menina muito boa. Só não coma nada que ela cozinhar, é péssima na cozinha!— Claire diz baixinho, sorrindo peralta.

— É mesmo? Será um prazer cozinhar para ela, todos os dias!— digo com um sorriso.

— Está mesmo muito apaixonado pela, Kath.— ela diz olhando meus olhos.

Sei que deveria concordar, sem hesitar, mas o peso das palavras me fizeram refletir o que está acontecendo comigo.

— Eu... E-estou...— balbuciei baixinho.

Minha sogra me encarou pensativa, por sorte Kath voltou ao cômodo.

— Vamos jantar?— ela nos convida.

Viro o restante do líquido da taça e bebo tudo de uma vez, a fim de afogar o sentimento confuso no meu coração.

Kath ajuda a mãe a se levantar, e eu estou estático sem nem mesmo conseguir sair do lugar.

— Está tudo bem, querido?—

Kath pergunta me olhando.

— Tudo bem!

Me levanto rápido, e tento mostrar naturalidade.

Ofereço o braço para senhora e acompanho até a mesa de jantar.

— Eu não cozinho, então espero ter acertado na comida italiana que pedi.— Kath fala bebericando uma taça de vinho.

—  O cheiro está muito bom!— elogio.

Tento ignorar o sentimento confuso que me acomete, e puxo a cadeira para senhora Claire se sentar, logo me sento ao lado e fico observando a mesa arrumada.

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