Cap-9 Um Furacão de Emoções

Kath

Descanso o copo na mesa, Ethan só agora repara na minha expressão preocupada.

— Aconteceu alguma coisa, Kath?

Suspiro profundamente, deixo de encarar os olhos verdes escuros, e encaro o vazio da sala.

— Vamos nos sentar.— Ethan aponta para o sofá de couro na cor marfim.

— Desculpe Ethan, aparecer aqui do nada. Espero não ter atrapalhado a sua reunião.— falo me sentando no sofá.

— Não me atrapalhou, a reunião estava no fim.— ele se senta ao meu lado.

— Preciso dos seus serviços, já que o Brandon está de férias.

— Posso te encaminhar ao assistente do Brandon, ele tem se mostrado competente em casos jurídicos.

— Não. Só confio em você, e não tem a ver com a transportadora...— murmurei.

Ele franze a testa em interrogação.

— Terá que usar a confidencialidade entre cliente e advogado, a partir de agora.

— Está me preocupando, Kath.

— Não é novidade para você, que a máfia italiana usa meus serviços para o contrabando deles, seu sócio está envolvido nisso, você sabe.

— Sabia que eles causaria problemas, cedo ou tarde...

— Na verdade, a culpada sou eu... agi com negligência com a facção criminosa, e eles sentiram na pele o meu desleixo e um dos líderes da máfia veio me ver hoje.

— Porque fez isso, Kath? Não sabe como eles são perigosos? Eles tem políticos, policiais, promotores, juízes... tudo ao lado deles. Não sabe como essa rede de pessoas, é grande.

— Eu sei... agora não adianta eu me lamentar, o meu erro está feito e quase me custou a vida.

— Kath... quer me matar do coração? Precisa ter cuidado!— ele me olha preocupado.

— Desculpe... eu vou precisar de um contrato de casamento.— minha voz sai baixa.

— O quê!?

Ethan me ouviu perfeitamente, e do seu jeito calmo, passou a inquieto.

— O senhor Moretti, disse que pode salvar a minha vida, se eu me casar com ele.— argumentei.

— Não me diga que aceitou um pedido infame, desse?!— exclamou enfurecido.

Abaixo os olhos, não por estar intimidada, mas envergonhada da minha situação.

— Eu não tenho saída, Ethan. Estou encurralada, como um animal indefeso.

Ele se levanta pensativo, passa as mãos no cabelo, e anda de um lado para o outro, como se assim, encontraria uma solução para os meus problemas.

— Kath, vende a sua empresa, case-se comigo, e vamos fugir dessa cidade agitada e viver em um lugar tranquilo. Fora desse país, quem sabe?

Me levanto e me aproximo dele, acabo me emocionando com sua atitude firme e decidida. Ele estaria disposto a deixar a sua vida aqui, só para estar comigo em outro lugar.

Por que não me apaixonei por esse homem? Isso é injusto, não só para ele, como para mim também.

— Ethan... sabe que eu te amo de todo coração. Mas o meu amor por você, não é de uma mulher apaixonada, é de uma amiga.

Ficar de frente para ele, encarar os olhos marejados, me dói demais.

Mas como enganaria o coração dele? E agora é tarde demais para tentar enxergar ele, com olhos de uma amante.

— Não faz isso, Ethan... não sabe como está difícil pra mim...

Ele dá uns passos para trás, e se apoia em sua mesa, claramente decepcionado.

Coloco as minhas mãos no rosto dele, e acaricio a barba, os fios grossos e macios.

Ele fecha os olhos, sentindo o meu toque. Sinto as mãos dele, me envolver a cintura.

É o meu tempo de seca, mas o meu corpo se acende, acabo desejando mais do toque dele.

Minha respiração acelera, quando os olhos verdes me encaram com um desejo lascívo. Ele me puxa para si, colando nosso corpo. Eu quero mais, mas não é por sentimento, é um desejo carnal, é os meus hormônios femininos querendo me controlar. Afinal, apesar de não estar apaixonada, ele é um homem lindo, exala masculinidade e atrai qualquer mulher.

A barba roça o meu pescoço, a respiração quente, faz meu corpo arrepiar, está visível a minha atração. Ele toma meus sinais corporais como sinal verde, e me beija feroz. Hesito por uns instantes, quando a língua atrevida percorre os meus lábios, mas acabo me rendendo a boca que me devora com ardor.

Nos beijamos loucamente, até perder todo fôlego que temos.

Quando paramos para respirar, ele segura meu rosto e me encarando diz:

— Eu te amo, Kath... com todas as forças do meu ser.

As lágrimas rolam no meu rosto, eu não consigo ser a mulher de ferro agora, estou vulnerável, se alguma coisa não acontecer e me impedir, vou cometer o maior erro da minha vida, e ceder aos desejos do meu corpo, que há anos não experimenta, o que é estar com um homem.

Vou acabar confundindo o Ethan, ele não pode me servir de espape, para pressão entre as minhas pernas.

Com a falta de reação minha, ele beija meu pescoço, deixa rastros molhados. Acabo gemendo baixinho... minha calcinha está mais encharcada do que nunca.

Ele tem uma pegada tão firme na minha cintura, as mãos começam a descer sutilmente para meu quadril.

Como eu vou resistir a tudo isso?

— Ethan...— suspiro num desejo ardente.

Isso só o motivou, se sentiu em liberdade de agarrar as minhas nádegas.

O que eu estou fazendo?

Querendo aliviar a minha frustação com sexo?

Usar um amigo apaixonado, como um objeto sexual?

Quando as mãos começam a entrar por baixo da minha blusa, eu recuo.

— Desculpe Ethan. Mas eu não posso...— falo colocando a blusa soltinha dentro da calça de cintura alta.

— Porque? Eu sei que me deseja, Kath. O que há de errado?

— Não posso fazer isso com você! Eu não sou apaixonada por você, não vou te usar para satisfazer as necessidades do meu corpo. Você é meu amigo, não quero que a nossa amizade seja danificada por isso...

Ele tenta se aproximar, mas eu só recuo, mais um toque dele e não serei capaz de sair dessa sala sem pelo menos um orgasmo.

— Vende a transportadora, casa comigo, Kath.— ele insiste, me implorando com os olhos.

— Sabe que não faria isso... não sou de fugir, Ethan.

— Então fique comigo, pode me usar, não me importo, mas deixe eu sentir você, pelo menos uma vez...

Engoli em seco, está difícil me controlar.

— Isso só te machucaria mais, Ethan.

— Quem sabe você não se apaixone por mim...— disse em suplício.

— De que adiantaria a essa altura? Em poucos dias estarei casada com outro.

— Você não precisa se casar!

— Não vou vender a minha empresa, Ethan... estou destinada aquele lugar. Essa é a minha vida.

Ele suspira frustrado.

Me recompondo, falo com seriedade.

— Quero um contrato, onde o Vincenzo Moretti, não pode dormir comigo, me beijar e ter relações sexuais. Não vai se intrometer no meu trabalho na transportadora. Não vai me tratar com desrespeito, não vai me dirigir palavras ofensivas. Se quiser, pode acrescentar mais coisas e me avisar. Preciso do contrato amanhã de tarde. Você pode levar pra mim e me acompanhar na assinatura?

— Claro...— ele responde com olhos baixos e entristecidos.

"Odeio ter que agir assim, mas que escolha eu tenho?"

Pegando a minha bolsa no sofá, caminho até a porta. Quando estou prestes a sair, segurando a maçaneta, me viro ligeiramente e digo:

— Adeus!

Saio do escritório andando a passos largos, estou prestes a desabar em um furacão de sentimentos e emoções.

Mal me despeço da secretária, que me olha assustada.

Quando entro no elevador, eu solto o ar, que nem sabia que havia segurado.

Porque estou agindo assim?

Uma atitude estúpida atrás da outra!

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***