Capítulo 10

Jantei com Milena ouvindo um pouco sobre seu encontro com Jason, pois o que ela queria mesmo era me fazer falar o que senti quando beijei Amanda e cada detalhe de como foi, desejando entender coisas que nem eu mesma entendia.

Pelo que ouvi dela, Jason não passou de uma boa companhia enquanto bebiam, não rolou nada além de conversa, mas parecia satisfeita com isso. Fui embora bem tarde, mesmo que ela tenha insistido que eu ficasse para dormir. Não tinha nada que me fizesse ficar em paz com meus pensamentos, nem mesmo enquanto conversávamos sobre coisas aleatórias, eu não conseguia parar de tentar imaginar como seria terminar meu namoro.

Faziam dois três meses desde que Josh me pediu em noivado e desde aquela noite eu fiquei imaginando que dalí a talvez um ano eu estaria casada, dividindo a cama e o teto com ele, tendo aquele tipo de conversas idiotas sobre a vida de seus amigos e futuramente sendo seu pilar o apoiando na carreira que desejava seguir. Ele tinha planos de assim como o pai entrar para a política um dia. Eu sabia que me apoiaria em meus planos futuros, mas que também me atrapalharia um pouco. Estava acostumada a ele e sabia que tirá-lo de minha vida definitivamente não seria fácil, mas era necessário.

Quando deitei em minha cama enviei uma mensagem pedindo para conversar com no dia seguinte e me respondeu com uma pergunta, mas deixei claro que diria apenas pessoalmente. Ao sair da conversa observei o nome de Amanda e me segurei para não mandar nada, lutando contra minha vontade de perguntar como estava e o quê estava fazendo. Mas como se nossos pensamentos estivessem conectados ela me enviou algo naquele instante e com o coração pulando no peito vi que era uma foto minha, tão bonita que nem acreditei ser eu.

Viu como ficou linda? 11:28

Estava agora mesmo pensando em você. 11:28

Deveria estar pensando em outras coisas... 11:31

Ainda nos veremos no sábado? 11:31

Sim, eu, você, Agnes e Rebecca. 11:32

Preciso te ver antes... 11:32

Boa noite, Louise. 11:35

Onde você está agora? 11:35

Na casa do seu noivo, por quê? 11:35

Vou até aí! 11:35

Espero que esteja brincando. 11:36

Estou falando sério, me espera na piscina. 11:36

Levantei da cama movida por uma força maior e parei diante do espelho verificando se a maquiagem de antes ainda estava em meu rosto. Ainda vestindo a mesma roupa de quando cheguei em casa desci quase correndo, deixando minha sanidade para trás, não conseguindo parar pra pensar em nada que não fosse chegar ao meu destino e ver ela, Amanda.

Não havia trânsito. Era simples sair de Westbrook, entrar na avenida e seguir poucos quilômetros até a casa de Josh, mas naquele momento pareceu a travessia do estado. Minhas mãos estavam frias e suavam. Eu odiava e amava aquela sensação.

Não estacionei exatamente na frente da casa, deixei o carro um pouco afastado e entrei pela lateral que dava acesso a área da piscina sem ter que passar por dentro da casa que notei estar pouco iluminada. Caminhei devagar pelo caminho de pedras atravessando o belo jardim de Kathe, até chegar onde queria e avistar Amanda, sentada em uma cadeira, com as pernas encima da mesma, mexendo no notebook que estava sobre a mesa e tomando algo de um copo em sua mão. Os cabelos já tinham perdido mais da metade do alaranjado e estavam presos em um coque, usava um short que devia ser minúsculo e um blusão. Fiquei parada observando ela pegar o celular e o encarar por um tempo, logo depois largou o copo e digitou uma mensagem que talvez fosse para mim, mas deixei o celular em casa. Me aproximei devagar e o pouco som de meus passos chamou a atenção dela que me olhou rapidamente demonstrando surpresa, levantando da cadeira.

— Você estava aqui antes, ou saiu apenas porque eu falei que vinha? — Sorri observando ela revirar os olhos.

— A luz do quarto de Josh ainda está acesa — disse apontando para o segundo andar. — Se você não veio até aqui para vê-lo será um problema para nós duas, Louise.

— Será um problema para mim. Vem, vamos para algum lugar, manhã vou terminar tudo com Josh, mas hoje quero falar com você.

Amanda suspirou desviando o olhar, parecendo decidir, e logo depois me deu as costas indo até a mesa onde desligou o notebook, em seguida voltou para irmos juntas até meu carro.

— Para onde vamos? — perguntou assim que entramos no veículo.

— Minha casa. — Sorri nervosa e tentei me concentrar na direção.

Eu podia ver a perna de Amanda se movendo freneticamente em sinal de ansiedade. Ela não disse mais nada, mas nem precisava, eu sabia o que passava em sua cabeça. Amanda estava tentando se proteger, eu entendia perfeitamente e não era que aquela parte de mim não continuasse achando tudo aquilo uma loucura, mas eu estava completamente seduzida por aquelas novas sensações.

Estacionei o carro e saí rapidamente. Amanda me acompanhou. As luzes de casa estavam apagadas, mas através das portas laterais a iluminação vinda da piscina era suficiente para clarear até a escada onde ao colocar o primeiro pé senti a mão dela em meu braço.

— Seu quarto? — sussurrou.

— Qual o problema? — Voltei a subir rapidamente e abri a primeira porta à esquerda.

As luzes ainda estavam acesas, Amanda entrou passando os olhos por todo o cômodo. Meu quarto costumava estar sempre arrumado, mas naquele dia, em especial, estava um tanto bagunçado, começando pela cama, os livros nas prateleiras que tomavam uma parede e peças de roupa encima de uma poltrona. Fechei a porta atrás de mim e ela virou para me olhar.

— Sobre o quê você quer falar? — indagou me fazendo perceber que não tinha nada em específico em minha mente. Caminhei até a cama e sentei na ponta me sentindo uma idiota.

— Apenas queria te ver... — Amanda deu um sorriso, mas não era de divertimento ou coisa parecida.

— Você disse que vai falar com o Josh... — Confirmei. — Tem certeza sobre isso? Vocês estão noivos, namoram há três anos e agora de repente está se deixando dominar por... Isso.

— Não tenho intenção de pedir um tempo e ficar me martirizando enquanto não posso fazer nada do que quero. Se nossa relação de três anos parece tão pequena diante do que estou sentindo, o certo não é dar um fim a ela? Não foi você quem disse que eu precisava resolver as coisas com ele?

Ela, que ainda estava de pé no meio do quarto, não disse nada a princípio, deixando o silêncio se instaurar e consequentemente o frio em meu estômago voltou a dar sinais de meu nervosismo.

— Eu quero que tenha absoluta certeza, Louise. Se nós duas agirmos de forma impulsiva e você venha a se prejudicar no futuro eu não me perdoaria...

— Eu quero você, Amanda. Isso está tão claro em minha mente que não resta espaço para dúvidas — pronunciar essas palavras era tão fácil quanto respirar. Eu me surpreendia com a naturalidade dos meus sentimentos, de minhas palavras que vistas de fora com certeza não seriam interpretadas de maneira natural.

— Eu me surpreendo cada vez mais com você. — Ela estava tensa, eu sabia que tentava se segurar.

Eu queria muito ver a Amanda sem medos. Sabia que ela era muito mais que aquela mulher temendo se envolver com uma louca comprometida.

— Devo confessar que também estou me surpreendendo. — Ela sorriu e senti um certo frenesi ao vê-la se aproximar de mim o suficiente para ter que levantar a cabeça para olhar seu rosto. Senti seus dedos colocando as mechas de meus cabelos atrás de minhas orelhas enquanto parecia analisar meu rosto.

— Você é louca. — Sorri, não sabendo se devia considerar aquilo um elogio, já que na forma que ela falou soou com tal, mas meu sorriso foi interrompido quando suas mãos repousaram nas laterais de meu rosto e ela inclinou-se o suficiente para seus lábios tocarem os meus.

Seu cheiro e gosto me invadiram. Não tinha como não ter certeza de que preferia aquele beijo, aquele toque, aquela mulher. Amanda, sem desgrudar a boca da minha fez com que me inclinasse um pouco para trás, o suficiente para sentar em meu colo com uma perna de cada lado. Minhas mãos foram para suas coxas e senti meus dedos formigar ao tocar sua pele. Era uma sensação assustadoramente boa. Eu queria deslizar minhas mãos alí e seguir por cada centímetro, conhecendo com o tato o que vi naquelas fotos.

Meu corpo reagia a ela como jamais imaginei reagir a uma mulher. Seus lábios finos moviam-se lentamente junto aos meus e quanto mais o beijo se prolongava mais ela puxava meu rosto, me prendendo entre suas pernas, me fazendo sentir o calor que emanava de seu corpo.

Se aquilo era loucura, com certeza era a mais gostosa que já provei.

Amanda cessou o beijo aos poucos, terminando em selinhos que desceram por meu queixo e seguiram até meu pescoço. Senti um arrepio percorrer cada pedaço de mim e fechei os olhos inclinando a cabeça, permitindo ser beijada naquela região. Uma das mãos dela desceu para meu seio e arfei, só então percebendo o quê estavamos prestes a fazer.

Meu corpo queria.

Deu-se início a uma certa pulsação entre minhas pernas. Ela desceu a alça de meu vestido, descendo beijos lentos e provocantes por meu ombro esquerdo, voltando lentamente para o pescoço, logo depois me olhou nos olhos.

— Eu também quero você, Louise, mas tudo à seu tempo.

— E você me diz isso após me provocar? — Ela sorriu acariciando meu rosto com o polegar.

— É apenas um incentivo. — Franzi o cenho e ela saiu de cima de mim rapidamente. — Para você saber o quê te espera no futuro. Por hoje é só, eu não posso passar a noite aqui e amanhã você tem trabalho. Até que termine seu relacionamento é melhor que as pessoas não nos vejam juntas, não quero que surjam rumores que venham a te prejudicar.

— Tem razão. — Levantei da cama. — Mas você mal chegou... — lamentei.

— Vim apenas porque já percebi o quanto é teimosa, mas não pretendo dar um passo maior que minhas pernas. Não concordo em fazermos isso, não me sinto bem que sigamos por esse caminho da traição.

— Tudo bem. Confesso que admiro isso em você e me envergonho por saber que deveria ser eu a primeira a pensar e agir dessa forma. Vou te deixar...

— Não, você fica aí, eu chamo um Uber. — Nem terminou de falar e já foi logo retirando o celular que estava no bolso do short. — Mas não se envergonhe por fazer o que deseja. Cada um tem sua própria forma de pensar e agir, isso não nos torna melhor nem pior, talvez essa diferença nos beneficie. Nós duas pensando igual poderiamos fazer besteira, ou acabar não fazendo nada. — Ela riu desviando os olhos do celular, me encarando.

— Você tem razão... — Ela aproximou-se um pouco mais e segurou meu rosto.

— Mas você não imagina o quanto é difícil pensar racionalmente quando já sei o quanto é bom beijar sua boca. — Suas palavras me pegaram completamente desprevenida.

Amanda estava baixando a guarda.

Eu queria pedir que ficasse, mas sabia que o certo era ir com calma, até porque eu nem conseguia imaginar como reagir caso alguém descobrisse sobre aquilo. Nossa troca de olhares naquele momento foi intensa e nossos lábios voltaram a se unir, ela passou os braços ao redor de meu pescoço enquanto eu puxava seu corpo para junto ao meu. 

Não era que eu tivesse beijado poucas pessoas, até porque quando tentava encontrar aquele tal "parceiro ideal", Milena costumava me apresentar diversos caras e no máximo eu conseguia trocar um ou dois beijos, não conseguindo manter uma conexão nem mesmo de pensamentos, por isso jamais quis entregar meu corpo, mas com Amanda eu queria ir além. Queria me mostrar para ela que parecia me ver de uma forma tão diferente, me fazendo sentir maior, como ela mesma disse que me sentiria depois das fotos, mas não foram as fotos, foi o olhar dela. Eu me sentia mais viva que nunca.

Quando nos afastamos Amanda olhou o celular e avisou que já tinha que ir, mas eu não queria deixar e esperar pelo sábado a noite, queria tê-la um pouco mais, então beijei seus lábios incansavelmente, mesmo que ela quisesse escapar, mas sempre sedendo facilmente. Cada movimento de nossas bocas e línguas denunciava o que nossos corpos desejavam naquele momento.

— Eu preciso ir — murmurou com os lábios junto aos meus.

— Eu sei... — Mordi seu lábio e voltei a beijá-la sentindo aos poucos meu corpo sendo empurrado em direção a porta.

— Assim fica difícil — murmurou me fez encostar contra a madeira. Ela me encarou com desejo, me acendendo ainda mais apenas com um olhar. E de repente enfiou as mãos por baixo de meu vestido. — Acho que estou prestes a fazer o que não devo... — Senti em meu corpo o efeito daquele gesto enquanto ela segurava as laterais de minha calcinha.

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Comments

sua crush? ~ ♀️🔞

sua crush? ~ ♀️🔞

Eitaaa menina que tentação e fogo é esse kkkkkk 🔥🔥🔥

2023-01-09

1

sua crush? ~ ♀️🔞

sua crush? ~ ♀️🔞

ela tava testando vc vendo se iria gostar ou n rsrs

2023-01-09

1

Tassiane0 Castro

Tassiane0 Castro

meu Deus CADÊ o restante

2022-09-01

1

Ver todos

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