...Raquel Silva...
O trabalho hoje na loja está muito calmo, geralmente aqui lota de clientes. Não vi Hugo hoje, não sei se fico feliz ou triste, já que eu estava me acostumando com a presença dele aqui na loja.
Realmente Cíntia parou de falar comigo, não posso fazer nada, minha consciência eu tenho tranquila, não vou correr atrás dela.
Estou arrumando o cabideiro quando Dona Ivone me chama para conversar, entro em seu escritório e fecho a porta.
– Boa tarde, Raquel
– Boa tarde, Dona Ivone.
– Não vou enrolar na conversa. Serei breve, meu filho Hugo está chamando você para conversar. Disse para você o encontrar na empresa dele. – Dona Ivone diz, e eu me espanto o que Hugo gostaria de falar pra mim? E Hugo tem uma empresa?
– Certo, mas eu não sei onde fica. – Respondo.
– Dúvido que não conheça, é a Motos'corp. – Claro agora eu sei onde é. É uma concessionária onde vende variadas motos, desde as mais simples até as mais estilosas. Sempre passo por lá quando estou vindo ao trabalho, mas nunca vi ele por lá.
– Sei onde fica.
– Que bom, pode tirar o dia de folga depois que falar com ele.
– Ah, é pra ir hoje?
– Sim Raquel, ele deseja te ver hoje ainda.
– Ok, você pode me adiantar, o que ele gostaria de falar comigo?
– Sinto muito, não sei do que se trata. Mas pode confiar no meu filho. Ele é devasso e mulherengo, mas ele jamais machucaria uma mulher. Não se preocupe. – Dona Ivone me tranquiliza provavelmente vendo minha cara de desespero.
– Tudo bem eu estou indo então. – Falo me levantando, ela concorda com a cabeça então saio de sua sala e vou até o meu armário pegar minha bolsa.
Por sorte a concessionária não é longe da loja é dez minutos a pé.
Entro dentro, embaixo encontro várias motos, de vários modelos. Um homem me vê entrando e vem até a mim.
– Boa tarde, me chamo Fabrício. Em que posso ajudá-la?
– Boa tarde Fabrício, estou procurando por Hugo. – Respondo o aperto de mão dele.
– Claro, pode pegar o elevador e apertar o décimo sexto andar. É onde fica seu escritório.
– Tudo bem, obrigada. – Agradeço ao rapaz simpático e sigo para o escritório dele.
Pelo jeito o prédio é todo dele, entro no elevador e aperto o andar correto, pelo caminho algumas pessoas vai entrando, muito bem vestidas, diferente de mim.
Saio no andar que me foi informado dando de cara com um espaço grande com poltronas, balcão, posso até ver salas de reuniões, é uma construção moderna, nunca vi um ambiente como esse.
Vou até a mocinha que está sentada atrás do balcão e mexe no computador.
– Boa tarde. Vim para conversar com o Hugo. – Fala ela me olha de cima a baixo enquanto masca um chiclete.
– Tem hora marcada, senhora? – A moça tem uma voz anasalada e irritante.
– Não, mas vim a pedido dele.
– Qual o seu nome, senhora?
– Raquel Silva. – Falo, ela continua mastigando o chiclete, até pegar um telefone.
– Senhor Hugo, Raquel Silva está aqui...Ok Senhor. – Ela desliga o telefone e me pede pra entrar. Passo por algumas portas até ter uma que está escrito. CEO HUGO RICCI. Bato na porta até escutar a voz de Hugo me mandando entrar.
– Raquel! Que bom que você veio. – Hugo fala se levantando e vindo até a mim, ele usa uma roupa social que lhe cai muito bem, ele me abraça.
– Olá Hugo.
– Sente-se. Vamos conversar. – Hugo pede então sento de frente pra ele. – Raquel não é mistério pra ninguém, que eu estou muito afim de ficar com você né? – Balanço minha cabeça em concordância. – Mas pelo jeito eu não conseguirei mais do que sua amizade. Tô correto? – Balanço minha cabeça em um sim. – Pensando nisso eu resolvi te propor um emprego. – Elevo minhas sobrancelhas, assustada. – Calma, não estou oferecendo um emprego em troca de ficar com você. Eu estive conversando com minha mãe a respeito sobre você, nas poucas vezes que estive lá, observei você trabalhando, você me parece uma garota caprichosa e dedicada, preciso de alguém assim em minha empresa e aí topa trabalhar comigo? – Hugo pede.
– Eu não sei Hugo, a sua mãe é uma boa patroa e eu gosto do trabalho de lá.
– Não sou um péssimo chefe, Raquel. Não responda agora. Pensa pelo menos. Esse é o valor que você irá receber se trabalhar como minha assistente pessoal. – Hugo me estende um papel. Quando pego é o dobro do que eu ganho, poderia até em ingressar em uma faculdade se eu conseguir uma bolsa de 50%. – E esse é o meu cartão com o número comercial. Pode me ligar a hora que você quiser para me dar sua resposta. – Ele me estende um desses cartões de visitas.
– Vou pensar, tudo bem? – Pergunto
– Sem pressa Raquel.– Responde, assinto e me levanto. – Vou indo, obrigada de qualquer forma pela oportunidade.
– Por nada. – Responde, quando estou saindo eu me lembro de uma coisa.
– O que isso tem haver com o fato de ser apenas uma amizade. – Pergunto olhando pra ele.
– Simples, não contrato ninguém que irá pra cama comigo. Entenda Raquel onde se ganha o pão, não se come a carne. – Ele pisca pra mim e eu dou risada diante a sua fala.
– Tchau Hugo.
– Tchau Raquel.
Saio da sua empresa e quero compartilhar essa informação com alguém, mas minha irmã ainda está na escola, não tenho amigos pra pedir esse tipo de conselho. Lembro do William, ele deve estar ocupado, mas não custa ligar e perguntar.
Sento em um banco de uma praça e pego o meu celular, ligando para o William.
– Alô – Sua voz está ofegante como se tivesse correndo uma maratona.
– Oi William é a Raquel.
– Oi Raquel está tudo bem, aconteceu alguma coisa? – Esse homem é sempre preocupado?
– Não, está tudo ótimo. É que eu precisava falar com você. Está ocupado?
– Não, eu estou livre. – Quando vou responder, um homem passa correndo e pega o celular da minha mão e minha bolsa que estava em meu colo.
Eu tento correr atrás dele mas é em vão. Acabei de ser roubada. Que merda, o pouco que o pobre tem, vem algum infeliz e toma.
Vou até a delegacia, faço um B.O, mas é isso que podem fazer.
Volto pra casa a pé, andando e triste, já chorei o caminho todo. Meus documentos, meu dinheiro, tudo estava dentro da bolsa.
Quando a minha vida vai começar a mudar?
Uma vez me disseram que eu nasci pra vencer. Até parece, minha vida só piora a cada dia.
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Atualizado até capítulo 87
Comments
Solaní Rosa
é horrível uma pessoa mascando chiclete fica nojento e antietico no trabalho
2025-01-31
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Marinêz De Moura Pereira Cortes
Meu marido odeia gente mascando chiclé!
2025-01-06
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Marinêz De Moura Pereira Cortes
Essa criatura é pé frio!!!
2025-01-06
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