...William Ferrari...
Hoje teria plantão somente a noite, então aproveitei para descansar o máximo que pude.
Depois fui correr, e uma senhorita baixinha não saia dos meus pensamentos, porém não podia me envolver, ela era minha paciente, além do mais não estava pronto para me entregar pra outra pessoa, o que verônica fez comigo, jamais vou esquecer.
Eu era um bobo apaixonado, entreguei meu coração e corpo pra uma mulher que um dia jurei amar eternamente.
Conheci quase tudo com ela, o sexo, bebidas, baladas. Eu praticamente beijava o chão onde ela passava. Por mais que meus amigos caçoassem de mim, alegando que eu era um idiota, que nenhuma vagina valia o que eu fazia por verônica. Eu não ligava, eu queria fazer de tudo por ela.
Mas em determinado dia, eu acordei depois de uma noite regado a muito sexo, ela simplesmente sumiu e deixou apenas um bilhete me desejando que eu fosse feliz.
Não quis acreditar no que os meus olhos liam, ainda a procurei achando que fosse uma brincadeira de mal gosto, mas não, ela foi embora e nesse dia ela estraçalhou meu coração.
Fui embora do Brasil, me enfiei nos estudos e me formei com louvor, fiz toda a minha residência lá.
Foram dois anos juntando todos os cacos do meu coração, e só voltei ao Brasil quando achei que poderia seguir minha vida sem os fantasmas de sua lembrança.
Mas me envolver com alguém é algo que está fora de questão pra mim, por isso eu tinha que deixar de pensar na senhorita Raquel.
Termino minha corrida, 7 km em 30 minutos. Nada mal. Estou exausto, meu corpo está pingando. Mato uma garrafinha de água, de 600 ml em minutos.
Entro dentro de casa e Dona Fátima está na cozinha.
– Bom dia dona Fátima. – Falo indo a abraçar.
– Menino, tu tá grudento. Vai tomar um banho que fiz um bolinho de fubá pra você.
– Hummm! Dona Fátima, você tem mãos de ouro. Já desço pra tomar café. – Falo e deixo um beijo molhado em sua bochecha, e ela me dá um tapa no rosto me empurrando, acabo soltando uma risada.
Dona Fátima detesta que eu chegue suado da rua e lhe abraço.
Subo para o meu quarto e tomo um banho relaxante, coloco uma roupa fresquinha, e desço pra tomar café.
Dona Fátima cozinha maravilhosamente bem, tudo que ela faz é gostoso.
– Dona Fátima, desse jeito vou ficar gordo e rolando por ai. Você me entope de comida.
– Impossível isso meu menino. Você cuida muito bem desse corpo aí. – Dona Fátima tem um carinho muito grande por mim. Ela é uma senhora de cinquenta e sete anos, mas tem muito mais saúde que muitos jovens que já vi.
– Tenho que compensar né, as gostosuras que a senhora faz. – Falo rindo e Dona Fátima coloca uma fatia generosa do bolo e uma caneca de café com leite.
– Obrigada meu menino, agora vou deixar você tomar café e vou tirar o pó. – Dona Fátima fala.
– Dona Fátima já lhe disse pra senhora contratar uma ajudante, a senhora não pode fazer tudo sozinha. – Eu falo mas ela não me escuta.
– Meu menino, eu recebo muito bem pra isso, e além do mais, ninguém faz serviço como eu, enquanto eu for capaz de me manter em minhas pernas, não encontrarei ninguém pra me substituir.
– Não é substituição dona Fátima, é ajuda.
– É substituição sim, porque duvido que me deixará fazer outras coisas, capaz de me aposentar. E eu vou ter que ficar fazendo tricô como uma velha anciã. Eu tô bem e tô muito lúcida, até meu coração é perfeitamente saudável. Pode perguntar pro meu cardiologista. – Dona Fátima fala e da uma piscada cúmplice, me disse isso porque o cardiologista dela sou eu.
Não tem jeito a senhora Fátima é duro na queda.
.....
Antes de ir para o meu plantão passo na casa da senhorita Raquel como eu havia lhe prometido, assim que estaciono o carro, vejo uma moto parando e nela descer a dona dos meus pensamentos com um rapaz.
Seria um namorado?
Até chego a comentar isso, mas ela me garante que são apenas amigos e essa informação cai bem em meus ouvidos.
Porém ver o sorriso presunçoso do rapaz fez com que eu agisse friamente, e me arrependi no mesmo momento em que seu rosto se transformou em tristeza.
Mas ela não se abalou e me tratou com a mesma frieza, a qual não foi nada agradável, porém não poderia fazer nada.
Ela abre o portãozinho pequeno dando passagem pra mim entrar, eu entro entoa ouço vozes vindo lá de dentro da casa. Raquel abra a porta e vejo uma garotinha e uma senhora sentadas no sofá assistindo algo que passava em uma televisão antiga.
– Obrigada Dona Jaqueline por ficar com minha irmã. – Raquel fala para uma senhora negra, talvez uns cinquenta anos.
– De nada minha filha. Bom descanso pra você. – A senhora beija a testa de Raquel e da garotinha passando por mim, me olha por alguns segundos e vai embora fechando a porta.
A casa é pequena, mas muito bem arrumada e ajeitada.
– Sente-se Doutor William. – Raquel aponta para o sofá e me sento ao lado da garotinha.
– Celina, esse é o Dr. William meu médico. – A garotinha apenas acena a mão em minha direção. – Dr. William essa é minha irmã, Celina.
– Muito prazer senhorita Celina. – Falo pra menina que apenas me dá um sorriso e murmurando um vou para o quarto.
– Desculpa por isso, ela é meio tímida. – Raquel diz sem graça.
– Não tem problema de verdade. – Respondo.
– Desculpa não ter nada para oferecer, só água. Você aceita? – Ela pergunta visivelmente nervosa enquanto enrola uma de suas mechas do cabelo.
– Se não for incomodo. Aceito sim. – Respondo, ela vai até a cozinha que é no mesmo ambiente da sala.
Abre a geladeira pega uma garrafa de água e enche o copo, entregando em minhas mãos logo após.
Bebo, e entrego o copo em suas mãos. Agradeço e ela senta ao meu lado.
Ela ainda continua nervosa, e isso pode falsear a medição.
– Senhorita Raquel está muito nervosa, precisa se acalmar ou a medição apontará outra coisa. – Digo indo até ela e massageando seus ombros suavemente. Aos poucos seu corpo tenso vai relaxando e se acalmando.
Aproveito a deixa e verifico sua pressão sob os olhares dela.
– Perfeito senhorita Raquel, 11x8. Está ótimo. – Falo retirando o aparelho de seu braço e escrevo o resultado na caderneta entregando a ela.
– Obrigada.
– Não tem porque agradecer. – Falo e vejo o horário quase a hora de eu entrar em plantão. – Preciso ir.
– Ok, te acompanho.
– Tchau Celina. – Me despeço da garotinha, atravesso o portão.
– Raquel quero me desculpar por ter sido um estúpido com você.
– Tudo bem Doutor William, Já até esqueci. – Raquel responde e posso notar um sorriso em seus lábios.
– Ok então, Boa noite, te vejo amanhã no mesmo horário. – Digo e entro em meu carro, dando partida no mesmo com destino ao hospital.
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Atualizado até capítulo 87
Comments
Lucia Carneiro
Os pais dele devem ter dado dinheiro pra Veronica sumir, e ela que deve ser uma biscate,aceitou!
2024-11-17
0
Patrícia Barbosa Ferrari Buchud Alves
Estou amando muito esse livro 📔
2024-04-10
0
Olímpia Eloi
história Boa da poxa muito bom mesmo autora
2022-12-08
2