Um mês depois...
...Raquel Silva...
Consegui o emprego de vendedora em uma pequena loja do centro. Eu literalmente chorei no dia que a moça me ligou dizendo que eu fui selecionada para trabalhar na loja.
Corri para arrumar tudo o que precisava e dei entrada no RH, hoje está fazendo três semanas que estou trabalhando.
É cansativo escala 6x1, o que significava que eu só folgava aos domingos, eu trabalhava até às seis da noite e tinha direito a uma hora de descanso.
O salário era pouco, mas dava pra pagar o aluguel e por comida na mesa, é um salário mínimo, o aluguel era quinhentos reais, a compra do mês no supermercado ficava em torno de trezentos elllll sobrava quatrocentos reais, que era para pagar água, luz e Dona Jaqueline.
Era o dinheiro contadinho, não podia gastar com mais nada.
Dona Jaqueline ficava com minha irmã no sábado, para eu trabalhar, e eu dava cem reais por mês.
Consegui conversar com a minha patroa, e disse que hoje teria consulta, ela me liberou, só pediu pra levar o atestado médico.
Dona Ivone, minha patroa, é um amor de pessoa. Me trata super bem, eu gosto de lá.
Consegui fazer todos os exames e já peguei os resultados.
Fui até o postinho, e espero ser chamado pelo médico.
Esqueci quem me atendia era o Doutor William, ele me olhou da cabeça aos pés.
– Vejamos se não é minha paciente fujona. – William fala, assim que passo por ele.
– Não fuji, eu fui liberada! – Respondo revirando meus olhos.
– Que eu saiba eu disse que não poderia sair antes das quarenta e oito horas. – Fala enquanto senta em sua mesa.
– Que seja, outro médico me liberou. Viu? Estou ótima! – Falo dando uma volta em meu lugar.– Sem falta de ar e dor no peito.
– Fico feliz que esteja se sentindo bem, senhorita Raquel. Trouxe os exames?
– Claro, todos eles. – Respondo entregando os exames em sua mão.
Os próximos minutos ele passa só olhando os meus exames, percebo que quando fica muito concentro se forma um vinco em sua testa.
– Senhorita Raquel, vejo que não me trouxe o seu controle de pressão, que eu pedi. – William fala, procurando entre os papéis, o tal caderninho.
– Então...
– Não fez o que eu pedi, certo? – Ele questiona.
– Não, mas é porque eu trabalho, entro muito cedo e saio tarde, quando saio o posto já está fechado. – Explico enrolando uma mecha do meu cabelo na mão.
– É importante você fazer o controle, é chato mas é preciso. – William explica e me olha por alguns segundos. – Senhorita Raquel, que horas sai do trabalho?
– Seis horas da noite.
– Perfeito, irei até a sua casa, eu mesmo vou aferir.
– Não Doutor, eu não tenho dinheiro pra isso não. – Respondo rápido negando.
– Eu disse que cobraria algo? Eu preciso que você faça o controle, você não consegue fazer no posto. Então eu faço. E não estou perguntando, estou te comunicando. –Reviro os olhos diante a sua fala.
– Mandão! – Falo cruzando meus braços no peito.
– Atrevida! – Responde.
– Já resolvemos essa parte, agora me diga como tem passado?
– Bem, umas dores de cabeça aqui e ali. Mas nada que uma aspirina não resolva.
– Certo, seus exames não deram nada do que a gente não saiba. O que é bom, mas...
– Sempre tem um mas...
– Mas vamos ficar de olho em sua saúde, Ok? Senhorita Raquel.
– Claro... – Nunca vi um médico tão persistente.
Doutor William me observa por alguns segundos e inconscientemente me pego olhando para seus braços que estão marcados pela camisa social, peito largo.
Estou tão distraído cobiçando seu corpo, que não percebo ele se aproximando.
– Senhorita Raquel, está assustada? – William sorri de lado. Ele sabe o que desperta em mim e tá brincando com isso.
Não respondo a sua pergunta e ele ausculta o meu coração, o cheiro dele é tão gostoso.
Estamos tão próximos. – Penso me inclinando em sua direção.
Não! – Ouço minha mente gritar pra mim. O que eu iria fazer? Não posso me envolver com ninguém, não terei tempo para qualquer pessoa. Minha vida é ferrada demais pra me dedicar a alguém.
– Senhorita...– Vejo o Doutor William balançando a mão em minha frente, volto a realidade.
– Sim? – Respondo.
– Já está liberada. Não esquece de tomar o remédio – William fala e me vejo concordando.
Pego minha bolsa e saio desse consultório. Compro umas besteiras pra casa, pego minha irmã na escola e vou pra casa.
Quero só curtir sua presença e não pensar em mais nada, talvez quando ela for responsável por si mesma, eu vou poder pensar em mim.
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Atualizado até capítulo 87
Comments
Vanusa Crispim Da Silva
atestado 😂😂😂😂
2025-01-19
0
Patrícia Barbosa Ferrari Buchud Alves
Ela trabalhando poderá dar uma vida 🧬 melhor para sua irmã.Já estou vendo eles se apaixonarem perdidamente.
2024-04-10
0
Zenaide Sousa
Que bom que ela conseguiu o trabalho, nossa trabalho é tudo na nossa vida..
2023-10-18
3