...William Ferrari
...
Já que meu irmão não topou sair comigo, fui até a casa dos meus pais depois do plantão, minha mãe veio me abraçar, assim que pisei na casa deles.
– Filho, como você está? – Ela pergunta tirando uma sujeira imaginária da minha camisa.
– Estou bem mãe, só trabalhando muito. – Respondo me sentando no sofá da sala.
– Filho, a senhora Suzana vai dar um jantar hoje na casa dela, a filha dela acaba de voltar de Paris. Ela faz questão da nossa presença. – Minha mãe fala empolgada, enquanto eu faço uma careta, não vou com a cara daquelas dondocas. E com certeza a filha dela é mais uma daquelas patricinhas, mimadas.
– Não posso ir mãe, estou cansado e amanhã eu tenho plantão noturno. Preciso descansar. – Respondo e quem faz careta agora é ela.
– Ainda continua fazendo caridade? – Porra se continuar desse jeito eu não poderei frequentar mais essa casa, sempre as coisas gira em torno disso.
– Não é caridade, sendo que eu recebo um salário pra isso. E se fosse caridade mãe? qual o problema? Não é porque somos privilegiados, que outras pessoas são também. – Falo já nervoso.
– Nossa desculpa, você com esse coração, sempre procurando ajudar os mortos de fome . – Ela fala e eu me irrito mais ainda.
– Pelo amor de Deus mãe! POBRES. Repita comigo, POBRES. Isso não é uma doença contagiosa, é uma situação.
– Ta que seja, Pobres. Mas você vai nesse jantar e não aceito não como resposta. – Minha mãe sentencia. E acabo concordando pra não sair daqui brigado com ninguém.
Meu pai aparece poucos minutos depois, perguntando sobre a viagem, os pacientes. Até eu ser convidado pra tomar um café.
....
Prometi a minha mãe que ia, então vou ter que cumprir com a minha palavra.
Tomo um banho, coloco uma calça jeans de lavagem escura, uma camisa branca de botões e meu coturno preto, meu cordão que não abro mão, borrifo um pouco de perfume e vou.
Coloco no GPS o endereço, a casa é um daqueles condomínios luxuosos.
Que eu suporte essa noite, amém. – Penso
Cerca de vinte minutos depois estaciono em frente a casa e desço.
Aperto a campainha e uma das ajudantes do lar, vem atender a porta.
– Boa noite! – Cumprimento a senhora, que com certeza é paga para não falar com os convidados.
Entro no lar da senhora Suzana e já posso ouvir as conversas daqui. Vou em direção ao som e os encontros todos na sala de estar.
– Filho, você veio! – Minha mãe fala e automaticamente a atenção volta pra mim. Abro um sorriso forçado.
– Pessoal esse é meu filho William, ele acabou de voltar da Itália. É cardiologista, bem renomado por sinal. – Minha mãe me exibe como se eu fosse um troféu, fala sério.
– Seja muito bem vindo querido! Essa é minha filha Julia, ela acaba de voltar de Paris, ela estava modelando por lá. – Dona Suzana apresenta a belíssima mulher de cabelos loiros, olhos mais escuros que os meus e um corpo com certeza conquistado com plásticas. Nada contra, cada um faz aquilo que se sentir melhor.
Julia me olha e abre um sorriso perfeitamente alinhados e brancos. Ela me puxa para o canto e começa a falar de Paris, cerca de dez minutos de conversa e eu já estou entediado, a garota só sabe falar do que tem, quero abrir um buraco no chão e me enterrar. Garota chata.
– Sabe Wil, eu estive pensando poderemos ir a um barzinho, meus amigos me chamaram, tem tempo que não os vejo. – Ela pede se escorando em mim, além de tudo é grudenta, estou prestes a recusar o convite, quando minha mãe se intromete:
– Ele irá sim, meu filho tá precisando sair mesmo. – Olho pra minha mãe, incrédulo.
– Sabe, é que eu realmente preciso descansar, deixa pra outro dia, ok – Respondo e parece que eu disse não para uma criança, o bico e a cara de choro que ela faz, nunca presenciei tal ato vindo de um adulto.
Não vou ter dó mesmo, menina mimada e narcisista, só fala de si.
....
Depois do não que a tal Julia levou, minha mãe chamou em um canto, e me obrigou a ir com a garota para o barzinho. Preciso aprender a falar não para os meus pais.
Chegamos no bar, fui apresentado aos amigos da Julia, tudo riquinho mimado.
O que eu não daria pra sair daqui. – Penso
Peço licença pra ir ao banheiro, o banheiro até que minimamente limpo, geralmente banheiro de comércio é uma porquice que só, principalmente masculino.
Depois de usar o banheiro, lavo minhas mãos e meu celular toca, com a mensagem do meu amigo, também médico, mas antes que eu possa olhar a mensagem esbarro em alguém.
Guardo o celular rapidamente, e me desculpo com a garota na minha frente, mas ela ainda está calada, me abaixo pra ter uma visão melhor do seu rosto, a garota é muito baixinha, agora eu consigo ver perfeitamente, é a Raquel a garota que atendi hoje. Ela está elegante, comportada, ao contrário das garotas desse estabelecimento.
Alguns minutos depois, tenho a certeza que a garota está bem, me despeço dela e volto para a mesa da Julia, dando a noite por encerrada.
....
Paro em frente a sua casa.
– Obrigado pela noite. – Agradeço, afinal tenho educação.
– Eu que agradeço, Wil já somos adultos, então por isso vou direto ao ponto. Te achei muito bonito, gostei de você, educado, gentil e um gato. Percebi que você não tentou ficar comigo, porque? Você é gay? – Solto uma risada, a garota se garante tanto, que se alguém não dá em cima, o homem é gay.
– Não Julia, eu não sou gay, só não estou na vibe de ficar com você. Não deu química. Você entende? E como você mesmo disse somos adultos, espero que como uma boa mulher adulta, você entenda. – Falo dando um beijo em seu rosto. Saio e abro a porta do carro, ela sai pisando duro.
– Tenha uma boa noite Julia. – Falo e ela entra em sua casa batendo a porta
É ela não sabe receber um não.
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Atualizado até capítulo 87
Comments
Rosilene Oliveira
um homem de 30 anos não sabe falar um não para seus pais mesericordia 😡😡😠😠
2025-02-01
0
Solaní Rosa
essa mãe é uma megera ele tinha que tomar uma atitude é. adulto se impor
2025-01-30
0
Vanusa Crispim Da Silva
são homens mas a mãe manda como se fosse adolescentes 😏😏😏
2025-01-19
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