...Willian Ferrari...
Não sei como, mas a tal Julia conseguiu o meu celular, e ela não para de me ligar.
Mal começou o dia, e já estou perdendo a pouca paciência que eu tenho.
Decido desligar meu celular, e atender o próximo paciente. Quando eu vejo quem é, vejo que o Destino está brincando comigo, Já encontrei com essa garota mais vezes do que posso imaginar.
Até faço uma brincadeira sobre o destino com ela. Raquel é muito calada, quase não fala, espantei quando ela fez aquela pergunta pra mim, mas gostei que ela ficou curiosa quanto a isso.
Observo essa garota, tem algo nela que me prende. Quando ela sai do consultório, novamente o cheiro do seu amaciante fica no ar e me vejo respirando esse cheiro o máximo que consigo.
Atendo os próximos pacientes, até chegar a hora de ir embora e consequentemente no meu horário de almoço.
Pego o meu celular e ligo ele, uma porrada de mensagens começa chegar.
Mãe: Filho, está tudo bem? Julia disse que você não atende ela.
Porra então foi ela que deu meu número para essa garota insuportável.
Julia: Gatinho me atende gostoso.
Nossa, que mulher chata, eu não sei o que eu faço com minha mãe, isso já é demais.
Não respondo nenhuma das mensagens, e saio para o almoço, dando de cara com minha mãe na porta do postinho.
O olhar que ela dá para as pessoas, suspiro cansado. Não adianta eu conversar.
– O que a senhora está fazendo aqui? – Pergunto puxando ela para um canto.
– Vim buscar você para almoçar. – Responde.
– Mãe... – Respiro fundo, ela ainda é minha mãe – Mãe, não precisava. Mas já que veio, vamos. – Falo.
Não vou em nenhum restaurante cinco estrelas, vou em um que tem aqui perto, ele é ótimo. A comida é extraordinária, e o clima é aconchegante.
– Meu filho você não está pensando que eu vou entrar aí né. – Minha mãe fala parada na porta, fico sem graça e dou um sorriso forçado para o pessoal.
– Bom, a senhora tem duas escolhas, ou entra comigo e almoça, ou pode ir em algum restaurante da sua preferência. – Respondo, sei que estou seco e frio mas minha mãe consegue me tirar do sério.
Sem saber qual a sua decisão entro no restaurante e pego um prato, a comida é por quilo, a gente se serve depois é só pesar. Quando estou colocando feijão no prato que vejo minha mãe ao meu lado.
Minha comida sempre dá mais de meio quilo, sou um homem que gosta de comer.
Pego os talheres e sento em uma mesa mais ao fundo.
– Boa tarde! O que gostariam de beber? – Uma garçonete, simpática por sinal, pergunta.
– Eu quero um suco de laranja e você mamãe?
– Eu quero um suco de blueberry. – Minha mãe fala olhando a moça dos pés a cabeça.
– Desculpa senhora, só temos laranja, maracujá, caju e goiaba.
– Ok, então me vê um de laranja com bastante gelo.
– Sim senhora! – A garçonete responde, escrevendo no seu bloquinho e sai de perto nosso.
Começo a comer, ignorando os olhares da minha mãe.
– Posso saber porque você não atende a Julia, ela uma garota tão querida, de alta classe, seus pais são dono da maior rede de hotelaria do Brasil. – Estava demorando, reviro meus olhos, quando vou responder a garçonete chega com os sucos.
– Obrigado! – Agradeço e quando ela toma uma certa distância. Olho pra minha mãe. – Eu não estou interessado em me envolver com ninguém. E se tivesse em busca de uma namorada, com certeza Julia não seria uma delas. E trate de tirar ela do meu pé. Se não serei um grosso com ela e paro de falar com você. Já perdeu um filho, vai querer perder outro? – Respondo deixando minha mãe de boca aberta. Nunca falei desse jeito com ela, mas chega de ser uma marionete da minha mãe. Ela terá que aprender a ouvir um não.
....
– Uma garota de 19 anos dando entrada no hospital, quem está livre? – A enfermeira pergunta, respondo que estou, então sigo para a entrada da emergência, o SAMU chega ao mesmo tempo que eu, quando vejo quem é, meu peito aperta, mas não deixo transparecer em meu rosto.
Um dos paramédicos relata que ela sente fortes dores no peito, começo a suspeitar que tem algo a ver com o seu coração.
Peço uma bateira de exames, e o que eu mais temia se confirma.
Vou até o seu quarto dar a notícia, mas ela está dormindo. Tão linda, serena, rosto tranquilo. Ela começa a se mexer, e fico sem graça, por isso saio do quarto.
Meia hora depois a enfermeira foi me chamar alegando que a Raquel queria ir embora, e deseja me ver rapidamente.
– Boa noite! – Falo entrando no quarto, ela me olha com as bochechas vermelhas mas logo se recompõem.
– Boa noite doutor! Gostaria de saber o que tenho, para poder ir embora. – Fala.
– Sinto muito, mas hoje você não poderá ir embora, se tudo der certo dentro de 48 horas pode ir pra casa.
– 48 horas? Ficou doido? Eu preciso ir embora pra casa agora. Eu tenho uma...– Ela começa a falar mas para. – Não importa, eu preciso ir embora hoje.
– Não vai rolar! – Respondo e ela me olha desafiante.
– Eu vou embora agora! – Grita e tenta se levantar mas seu corpo vacila e eu a amparo. Ficamos alguns segundos nos olhando. Sinto uma certa conexão, que ela quebra depois desses segundos maravilhosos.
– Você não vai embora hoje, sinto muito. – Falo novamente.
– Você não entende, eu preciso ir embora. – Ela diz triste.
– Sua saúde é importante senhorita Raquel, e você não está em condições de ir embora, precisa ficar em observação. – Falo de um modo mais calmo, já que ela parece realmente arrasada por ficar.
– Por favor Doutor, eu te imploro. Então me libera amanhã cedo, garanto que já estou bem. – Fala.
– Está vendo esse monitor? – Aponto pro aparelho ao seu lado e ela acompanha meu dedo. – Veja que ele mede sua frequência cardíaca. Tá vendo como ele está desregulado? Ele está acima do que é permitido para a sua idade. Se eu permitir você sair antes do repouso que é de praxe, poderei estar colocando sua vida em risco. E eu não vou fazer isso Senhorita Raquel. Não posso fazer isso, por favor me entenda.
– Tá, Ok. Eu não vou embora hoje. – Fala se recostando na cama.
– Vou pedir pra te entregarem algo pra comer. Mas antes precisamos conversar... – Explico pra ela o que os exames deram, e confirmo o diagnóstico de hipertensão. Provavelmente hereditário.
Vejo como está cansada, então vou em busca de algo pra ela comer, e poder descansar.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 87
Comments
Riva Ribeiro
O pior é que está praticinha não descansará enquanto não pegar Will, para mostrar para as outras sem noção o médico renomado que ele é.
2025-02-11
1
Solaní Rosa
ainda bem que William deixou de ser Marionete
coitada da Raquel
2025-01-30
0
Aparecida Fabrin
nossa tão nova.va que com hipertensão
2025-02-18
0