Capítulo 16

...Raquel Silva...

– Sabe senhorita Raquel, não sei o que aconteceu pra você estar chorando. – William fala me pegando desprevenida. – Mas hoje não foi um dos meus melhores plantões. – William conversa comigo enquanto arruma tudo pra aferir minha pressão.

Fico curiosa por saber o que acontecera em seu plantão, mas não é preciso perguntar pois ele mesmo fala.

– Hoje eu perdi um paciente, eu fiz de tudo pra ele sobreviver, mas não consegui trazê-lo de volta. – Ele diz com um semblante triste.

– Nossa, eu sinto muito. – Digo vê-lo triste, é algo que mexe comigo.

– Eu já perdi alguns, mas nunca me acostumo. Acontece, é o preço que se paga quando você lida com essa profissão. – William fala.

Eu apenas balanço minha cabeça, sem ter o que falar. William mede minha pressão dizendo estar boa. Ele está guardando suas coisas quando minha barriga ronca de fome, e não te nada sútil é um barulho alto.

Ele olha pra mim com um olhar divertido e eu quero que nesse exato momento abra o chão e me engole viva.

– Alguém está com fome. – Não foi uma pergunta e sim uma constatação, ele fecha a sua maleta.

Penso como eu queria ter um dinheiro pra pelo menos comer uma pizza, mas já vou comprar roupas pra minha irmã e isso irá desfalcar o dinheiro, então vou comer o que tiver.

– Obrigada Doutor, pelo o que está fazendo por mim. – Falo me levantando do sofá pronto pra acompanhá-lo até a porta.

– Não tem o que agradecer, ok? – Ele diz, quando estamos na porta de casa ele se vira e como estou atrás dele quase nos beijamos. – Desculpa. – Ele pede, olhamos um para o outro, seus olhos caem pra minha boca e automaticamente também levo meus olhos para os seus lábios.

– Não tem problema – sussurro.

– É– Ele desvia o olhar – Estava pensando estou com fome também, gostaria de me acompanhar em comer uma pizza ou algo que você goste também? – Ele pergunta e posso ver como está, sem graça talvez?

– Obrigada, mas não posso aceitar. – Falo, mas não tenho como dividir a conta.

– Vamos lá Raquel, vou ficar sozinho em minha casa, me de a honra de sua companhia. – Ele pede.

– Mas eu não estou com dinheiro agora.

– Eu convidei senhorita Raquel, eu pago.

– Tudo bem, eu aceito. Mas não quero que pense que estou me aproveitando. – Falo e voltamos para o sofá.

– Jamais pensaria uma coisa dessa senhorita Raquel, não se preocupe. E aí o que vai ser, pizza, hambúrguer, comida chinesa? – Ele pergunta sacando seu celular e abrindo no app de comida.

– Por mim pode ser pizza mesmo.

– Qual o seu sabor favorito?

– Como qualquer sabor que você pedir.

– Tudo bem, gosta de peperonni? – Ele pergunta, nunca comi,mas não deve ser ruim.

– Nunca comi, mas se comprar não vou fazer desfeita. – Respondo sincera.

– Hum... Pelo sim e pelo não, vou pedir calabresa e queijo. São sabores que agrada todos. – Ele diz e se encosta em meu sofá ainda digitando no celular.

Meu sofá é pequeno para o seu tamanho, ele ocupa boa parte do sofá de apenas dois lugar.

Ele bate a mão nos bolsos mas não encontra o que procura.

– Acho que deixei a carteira no carro, espera só um minuto enquanto busco. – Diz e entrega o celular em minhas mãos.

O celular dele está destravado e de papel de parede é ele com um rapaz bonito. Os dois estão sorrindo e seguram uma lata de cerveja.

Estou tão admirada vendo a foto dos dois, parecem que se dão muito bem, quando chega uma mensagem no celular. É de uma tal Julia.

Seria uma namorada? Ou uma irmã? Seja o que for não é da minha conta.

Com certeza um homem do tipo dele teria uma namorada, que ideia a minha. Mas porque essa possibilidade machuca?

– Demorei mas encontrei. – William diz levantando a carteira no ar.

– Você me dê alguns minutos preciso tomar um banho.

– Claro vai lá. – Ele diz se sentando no sofá.

Vou até o meu quarto e Celina acaba de fechar seu caderno, provavelmente estava fazendo alguma tarefa.

– Vou tomar banho. – Digo e ela acena a cabeça em entendimento.

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...William Ferrari...

Não sei o que deu em mim, que comecei a falar o que me deixou triste e isso foi muito bom.

Depois de eu aferir sua pressão, ouço sua barriga roncar. E isso é engraçado já que ela ficou envergonhada.

Como eu também estou com fome acabo convidando ela para comer alguma coisa, foi difícil convencê-la mais consegui no final.

Peço duas pizzas uma salgada e uma doce, alem de um refrigerante.

Deixo meu celular com a senhorita Raquel, e vou até o carro pegar minha carteira que esqueci.

Quando retorno Raquel está com o semblante diferente, mas ainda me trata normal.

Ela diz que vai tomar banho e sua irmã chega na sala.

– Olá Celina. – Falo.

– Você se importa se eu ligar a televisão? É que está passando novela. – Pergunta com um cobertor nas mãos.

– Claro que não, pode assistir sua novela. – Digo com um sorriso.

– Obrigada. – Então ela senta ao meu lado e coloca o cobertor nas pernas, ligando a televisão com o controle.

A novela até que é legal, estou tão entretido pra ver se o protagonista irá matar o vilão que não percebo Raquel chegando.

– Celina! Isso são modos. Vai guardar o cobertor. – Raquel briga com sua irmã.

– Não se preocupa com isso Raquel, Senta acho que ele vai acabar matando esse cara aí – Falo e Raquel olha pra televisão e senta no braço do sofá ao meu lado, está muito cheirosa, inconscientemente chego mais perto pra sentir mais um pouco do seu cheiro.

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