...Raquel Silva...
Depois de perceber que não adianta eu insistir que o médico não me deixaria ir embora.
Por cima eu concordo com o que ele diz, mas sei que ele não fará um plantão pra sempre e amanhã eu mesmo peço pra ir embora.
Não posso ficar quarenta e oito horas aqui, tenho minha irmãzinha, e também tenho entrevista de emprego, procuro por essa oportunidade já tem semanas, se eu perder, Sabe-se lá Deus o que será de nós, provavelmente passaremos fome e moraremos na rua.
Uma enfermeira vem deixar uma bandeja de comida para mim, e eu pego porém quando estou comendo é impossível não pensar em minha irmã, deixo a comida de lado e com uma certa dificuldade me levanto, tiro a máscara de oxigênio do meu rosto.
E procuro na bolsa que veio comigo meu celular.
Ligo pra Dona Jaqueline, ela toca duas vezes antes dela atender.
– Boa noite Dona Jaqueline, como minha irmã está?– Pergunto.
– Minha filha, Celina está bem, já jantou e agora está dormindo, não se preocupe ok? – Respiro aliviada, minha irmã está segura.
– Ok, obrigada. Assim que possível eu pego ela aí em sua casa, e prometo dona Jaqueline te pagarei quando eu tiver um dinheiro. – Detesto pedir esses favores a pessoas, sei que as vezes eles costumam te jogar na cara, o quanto você é dependente das pessoas, e isso acaba comigo.
– Minha querida nada disso, irá pensar em si mesma, se cuidar. Não estou te cobrando nada, pare com isso. Como você está?.– Ela pergunta mudando de assunto.
– Estou bem Dona Jaqueline, obrigada por perguntar. – Respondo. Conversamos mais um pouco, até começar a me dar falta de ar novamente, porém dessa vez sem dor no peito, desligo o aparelho celular, quando estou indo pegar novamente a máscara de oxigênio, o médico de olhos lindos está parado na porta me olhando.
– A senhorita devia estar deitada descansando.– Ele fala vindo até a mim, pega o oxigênio e põe em meu nariz. – Nem terminou sua comida. – Reclama e trás a mesinha perto de mim. – Coma! – Lá está o médico mandão novamente, reviro meus olhos pegando o talher.
– Costuma revirar muito os olhos senhorita Raquel. – O médico pontua.
– E você costuma mandar demais, Doutor! – Respondo a altura, ele manter a pose de mandão.
Começo a comer e ele senta em uma poltrona, que tem no quarto.
Ainda não chegou nenhum internado pra me fazer companhia, então estou sozinha no quarto, onde cabe mais quatro pessoas.
– Como está se sentindo? – O médico pergunta depois de um tempo em silêncio.
– Estou ótima! Obrigada por perguntar. – Respondo tomando um gole de água.
Voltamos ao silêncio, quando o seu celular começa a apitar, ele pega o aparelho e olha o celular. Sua expressão de relaxada muda instantâneamente para um semblante duro e frio.
Ele digita algo rapidamente e trava o celular, então o celular passa a tocar, ele olha pra mim e pede licença, saindo do quarto.
Seja quem for do outro lado do celular, ele não gostou de ser importunado.
....
Na manhã seguinte, o Doutor William passou novamente aqui, me examinando de novo, então foi embora, dizendo que outro médico ficaria responsável por mim. No dia de hoje, concordei e ele se despediu indo embora.
Depois de tomar café, tomar um banho, usei a mesma roupa que já estava em meu corpo, só tirando a calcinha, fico sem calcinha, mas não uso a mesma.
Ajeito a cama e peço para falar com o médico de plantão. Assim que ele me vê, se preocupa comigo, mas trato de tranquiliza-lo, converso com ele e peço pra ele me dar alta, ele olha para o monitor, olha pra mim.
E pede pra eu passar duas horas sem o cateter de oxigênio, se eu conseguir, poderei sair logo em seguida.
Uma enfermeira vem e tira a máscara e conto os minutos, fazendo meu coração acelerar coma a ansiedade.
Passado as duas horas chamo o médico, ele me examina e me libera, com receitas e a orientação de repousar o máximo possível, até parece que isso é uma escolha, eu simplesmente não posso, se não passamos fome, por sorte a entrevista é só as uma da tarde, corro pra casa, me troco, me arrumo o máximo que consigo, colocando minha melhor roupa.
Uma saia lápis preta e uma regata de seda branca, é a roupa de entrevista, nomeei ela assim, já que só uso essa roupa para fazer as entrevistas, faço um coque meio bagunçado, deixando alguns fios soltos.
Coloco minha sapatilha e vou até a pequena loja de roupas.
Já passei na minha vizinha e ela tinha levado minha irmã a escola, o que agradeci internamente por isso.
Na entrevista me sento entre mais dez pessoas disputando por uma única vaga.
Sou chamada por último e respondo todas as perguntas o mais natural possível.
Então sou liberada, aguardando a tão sonhada resposta.
Se Deus quiser conseguirei o emprego, vou cuidar da minha hipertensão e conseguirei seguir a vida normalmente.
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Atualizado até capítulo 87
Comments
Luiza Maria Dos Santos Silva
que ela consiga o emprego, que sua pressão se estabilize e ela possa cuidar da irmã e viver melhor a cd dia, pois ela é uma mulher guerreira e batalhadora como muitas que temos nesse mundão de Deus💋
2024-11-13
0
Vera Lucia Ribeiro De Carvalho
B R A S I L L L
2025-02-02
1
Lele “Lele” Almeida
Situação de milhares de pessoas infelizmente 😓
2025-01-30
1