Controle

Apesar dos anos que se passaram, Ivan não conseguia tirar Adriana dos seus pensamentos. O pesadelo que tanto lhe tirava o sono não incomodava mais, que somente em alguns momentos lembrou até esquecer, devido a uma linda mulher que conheceu, tanto como a saudades que ele sentia daquela mulher, algo nela quando a olhava em querer se perder no seu corpo, na sua alma, em ser seu homem e ser o seu protetor que nunca quis ser com ninguém.

Queria poder dar seu coração para ela cuidar, estava sofrendo por não ter notícias dela, já pensou até ir atrás porém seu irmão aconselhou, para não ir, afinal ele só sabia o nome da cidade que ela morava, o que ia dizer quando chegasse lá, não queria ser a destruição do casamento dela, mesmo que desejasse muito isso, e ainda seria o apoio que ela precisasse. Porém não era o certo a fazer, e essa alternativa não lhe agradava.

Adriana tinha alguma coisa que as outras mulheres não tinham, e o destino era estranhamente curioso, quando menos ele esperava, debaixo de um carro ele ouviu uma voz familiar.

- Tem alguém aí? - Ivan saiu debaixo do carro e olhou para mulher e ficou mudo. Não sabia se era porque a mulher tinha gritado ou porquê... era ela! A mulher no qual pensava quando estava no trabalho, na sua casa, na sua cama, em outros lugares... mais.

Levantou e tinha na sua frente aqueles olhos cor de mel, maravilhosos, brilhantes e com toque de melancolia capaz de desarmar o mais forte. Era a mulher e o olhar nos quais perdeu desde a primeira vez que a viu. Era ela maravilhosa como recordava, as mesmas curvas gordinhas, mas agora usando calça jeans e um simples suéter branco. Outra vestimenta, a mesma mulher.

- Olá!- não a deixando falar sozinha Juliano pegou em suas mãos para cumprimentá-la.

Juliano Rian, ria porque percebia que Ivan estava caindo nas mãos do cupido e era muito divertido presenciar isso. Ivan nunca ficou sem palavras diante de uma mulher e quando ele a cumprimentou parecia com ciúmes. Ivan estava mais que ciumento, estava furioso. Pelo atrevimento do amigo e pelo nervosismo que o paralisou.

- Posso falar com você agora?- Ela dirige a pergunta para ele, que resolve piscar e se mexer. Ele assente com a cabeça, mas sem dizer nada ele mostra para ela onde ir com as mãos a levando ao seu escritório. "Seja o que for, deve ser muito importante, sabe quantas vezes eu sonhei com isso? Dela aparecer aqui, já que ela sabia onde me encontrar, e eu não, já que ela não havia me dito onde eu poderia localizá-la nem telefone me deu"

- O que foi isso?- disse Suzie.

- Bem, acabamos de presenciar e apreciar uma cena de um futuro casal! Assim espero! - e saiu rindo.

Dentro do escritório ele fechou a porta e trancou, puxou a cadeira para Adriana sentar, encostou a bunda na mesa e permaneceu em pé com os braços cruzados olhando para ela.

-Fiquei surpreso que esteja aqui! E feliz, lógico! Mas penso que não deve ser o que tanto quero! - Adriana olhou nos olhos dele agora e entendeu o que ele quis dizer.

- Na verdade preciso que vá comigo para Portugal. Encontrar uma pessoa, eu preciso ir para lá é uma missão a qual eu preciso de você, eu não quero criar falsas expectativas. Você parece muito direto mas ainda não sou livre, ainda sou casada, e se você não quiser ir comigo, eu entendo…— parou de falar e respirou. Falou tão rápido que tinha medo que ele não havia compreendido nada.

-Mas o que? Me conte o que precisa e o que aconteceu, depois eu digo se lhe faço companhia!- "Eu não posso jogar ela sobre a mesa e derrubá-la encher de beijos, fazer que chora pedindo mais, então arrancar sua blusa… melhor pensar em outras coisas." -assim ele pensou descruzando os braços, olhando para os papéis de sua mesa.

-Você não entenderia! Por que está me olhando assim? - Adriana estava totalmente bloqueada, esse homem a desarma só com olhar, o olhar de Jonathan.

Ela não iria contar tudo que descobriu, mesmo que ele acreditasse e não a achasse maluca, ela não correria o risco dele saber que eles pertencem um ao outro, ele não a deixaria ir embora nunca mais se descobrisse.

— Esse seu olhar, guardam milhares de segredos que queria desvendar. As suas mãos são a suavidade que busco - desviar de olhar ela seguiu um fracasso. Ele pegou nas mãos dela, se afastando da mesa

Seu corpo me mostra a fidelidade que nunca tive. - e neste momento ele se lembrou que sua mãe sempre dizia que a pessoa mais especial da sua vida chega a qualquer momento e sem pedir permissão.

Sempre pensou que era bobagem romântica, era diferente do seu irmão, mas agora ele tinha certeza, mesmo que ela seja proibida para ele, nunca iria deixar de pensar nela . Essa sensação em querer uni-los.

Essa mulher o fazia estremecer, queria protegê-la, queria vê-la rir, como anos atrás. Adriana se lembrou de sua outra vida quando era Giovanna e Ivan O Jonathan e quando ele lhe disse você foi a mulher que me atraiu somente com o perfume de sua pele ela se ruborizou ainda mais. Como ela manteria o controle? "Deus"

- Eu topo ir com você! Amigos certo! - Adriana se sentiu vermelha e pensou contigo "Será mesmo uma boa ideia ele me acompanhar? Sim eu preciso dele"

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Agora no hotel, ela esperava ansiosa pelo dia de amanhã, já havia comprado as passagens, com o dinheiro de suas contas depois de ter pedido demissão do serviço, não foi muito, mas a ajudava ir a Lisboa, e ficar em um bom hotel por uns três dias.

Mateus no início foi contra, ele havia dito para ela pegar as economias, mas ela não aceitou, as economias como já havia dito eram para o futuro das filhas.

Não gostando de discutir Mateus simplesmente a beijou antes dela caminhar até o ônibus.

Suas filhas entenderam como era importante essa viagem para a mãe, que sempre se dedicou muito à família, e o bem delas acima de qualquer coisa a mãe merecia estas férias. Fizeram uma festinha entre os quatro que os deixam felizes.

Ivan por sua vez estava na sala assistindo tv paga tentando escolher um filme ou uma série, mas nada fazia ele perder a atenção do seus pensamentos de saber que a Adriana estava ali na mesma cidade que a sua, poucos quilômetros de distância dele, isso estava o consumindo ele precisava conversar.

E sabia com quem.

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