Sonho e pesadelo

Brasil no ano de 2002

Ao acordar com um grande pulo, com o coração a, mil, a respiração irregular. Ela puxou o ar pela boca e abriu os olhos se sentando, colocou a mão no peito e respirando devagar controlou a respiração quando sentiu o ar passar pelos pulmões. Havia muito tempo que ela não sonhava com aquele sonho, que parecia maravilhoso, mas que terminava sempre em um grande pesadelo. Uma sensação de prazer nostálgico que nem queria despertar, mas depois pavor e desespero que, no fundo da sua alma gritava de pavor para despertar daquela terrível dor. E não, não era a dor da morte, porque ela não sabia ao certo se aquela mulher morria, mas sim pela dor do grito de desespero do parceiro que gritava por ela. Um grito agudo e apavorado.

Ela coçou os olhos, passou as palmas das mãos pelo rosto os esfregando e depois, passou os dedos pelos fios sedosos dos seus cabelos castanhos escuros.

Respirou fundo deu uma fungada e jogou-se novamente na cama ainda meio angustiada.

"Por que voltei sonhar novamente com esse sonho após tanto tempo?" se perguntava a olhar para o teto. Até que ouviu a sua mãe a chamando.

— Adriana, filha preciso de ajuda. — Acordei isso não era mais de ficar na cama. — A mãe dela provavelmente esmurrou a porta em vez de bater como uma pessoa normal.

Adriana não via a hora de voltar para sua casa, apesar que sua vontade às vezes era fugir. Andar sem rumo por aí, mas sua ética e amor pelas filhas não permitiria isso.

Ela virou-se de lado e deixou as lágrimas escaparem, estava cansada, muito cansada.

Hoje fazia um mês que ela estava na casa dos seus pais em Nova Lima, Minas Gerais. Adriana teve que vir porque a sua mãe ficou doente e ela como boa filha que tenta ser, teve a decência de ajudar ao contrário dos seus outros irmãos que não davam a mínima, Caio e Jennifer.

Sentou na cama novamente e fadigada olhou o horário, notou ainda ser cedo, mesmo a mãe reclamando, assim ela levantou, tomou um banho, fez suas necessidades, escovou os dentes, vestiu uma das suas roupas confortáveis e decidiu confrontar a mãe, ou pelo pensou.

Tinha acordado antes mesmo do despertador soar por conta do sonho, que a despertará por muitas vezes, mas fazia tempo que somente fosse como uma lembrança de algo do passado, foi tão forte o sentimento quando se lembrou que já havia sonhado com esse menino, moço e agora um homem, ele parecia ser o mesmo, contudo a última vez tinha sido há 16 anos atrás.

Se ajeitou, pegou as malas, verificou o seu antigo quarto para ver se não iria se esquecer de nada. Apesar de amar os seus pais, Adriana sentia desde pequena que lhe faltava algo naquele lar, como se ele não a pertencesse, e às vezes poucas as vezes, parecia familiar, ela sentia que não fazia parte daquele lar, ainda mais depois que sua mãe alcançou uma certa idade vivia a reclamar e não agradecer aos cuidados que Adriana lhe dava.

Sempre reclamando de como que Adriana não deveria ter casado.

"Eu te avisei para não casar. Agora aguenta."

Adriana saiu do quarto indo em encontro com os pais.

O horário do primeiro ônibus que pegaria era sete e meia, para ir a Belo Horizonte até São Paulo, que levaria sete horas e cinquenta e um minutos e de São Paulo até sua casa onde morava agora, Monte Real que levava mais cinco horas e vinte seis minutos.

Eram três ônibus, uma viagem longa que duraria um dia e quatro horas. Um momento perfeito para sentir a paz.

Quando se casou logo viu que teria que se mudar porque hoje em dia onde mora tinha mais recursos de trabalho para seu marido que é operador florestal no quê em Minas Gerais que o alvo era agricultura.

—Bom dia mãe,bom dia pai!

—Aonde você vai com essas malas?-diz a mãe já meio irritada.

- Não está cedo?- pergunta o pai.

-Sim, está! Mas é melhor precaver o senhor me conhece, eu sempre gosto de chegar adiantado nos lugares.

Ao se despedir dos pais ela quase se atrasou por conta da prosa que sua mãe lhe deu, ela dizia que era conselhos, mas do jeito que falava parecia ser mais lição.

"Você não deveria deixar muito tempo sem nos ver. Seu marido da conta de ficar sozinho... — e quando sua mãe dizia desse jeito Adriana se sentia muito mal, e sua mente viajava para algo que nem ela tinha conhecimento, que perdia até os finais da frase da mãe. " Eu simplesmente fiz para ajudá-la e assim que ela agradece!" pesava Adriana.

****

Ao chegar na rodoviária ela foi à bilheteria comprar passagem para se despedir do pai, ele a abraçou e diz:

- Filha, desculpe sua mãe!- Adriana consentiu e lhe deu um beijo, no rosto do pai.

Entrou no ônibus e dentro dele depois de se sentar, até dar a partida, ela acenou para o pai.

Mandou mensagens para suas filhas e seu marido, que já estava no primeiro ônibus, indo rumo a Belo Horizonte, que às noves horas da manhã já estaria em BH, se nada desse errado.

Repousou a cabeça na poltrona, e sentiu o ônibus fazer o movimento de saída.

Quando estava perto para chegar em BH, o ônibus parou na rodovia e não andava mais, todos os sete passageiros, tiraram as cabeças para fora das poltronas em direção ao corredor para entender o que teria acontecido para o ônibus parar.

-O que aconteceu?- um dos passageiros perguntou.

O motorista abriu a porta que separava os passageiros.

- Bem, vamos ter um atraso! Vamos dar uma atrasadinha pelo menos de meia hora aproximadamente, houve um acidente na pista e os bombeiros pelo visto ainda não chegaram só a polícia rodoviária.

Adriana bateu em sua testa e pensou "mas esta agora será que dá tempo de pegar o outro ônibus que sairia 9:45?" ela pegou o celular novamente, mandou mensagem , para o marido, mas percebeu que ele nem tinha lido a primeira mensagem e mandou para as filhas e logo uma delas a Pâmela, a mais velha de 16 anos a retorna.

Mãe, tudo bem? saudades.

^^^Estou com medo filha,um acidente na pista^^^

Como assim acidente alguém morto? coitado ou coitada.

^^^Não sei mas espero que não demore^^^

...Creio que não conseguirei pegar o próximo ônibus....

Vai dar tudo certo, confie mãe. Bjs tenho que ir. Boa viagem.

Adriana torce para que não houvesse morte, assim aproveita para rezar pela vida de quem que seja, depois desliga o aparelho assim que pergunta da Ingrid e manda beijos, e ela responde que estava na escola.

Adriana aproveita esse tempo dentro do ônibus e refletia como a vida dela era nada ruim, graças a Deus. Mas tinha algo nela que insistia em feri-la, a angústia por falta de alguém. Um vazio que tentou preencher quando conheceu Mateus, engravidou e se casaram, mas que não foi preenchido.

Alguns meses se passaram até sua filha mais velha nascer, e ela preenchia seus pensamentos e a totalidade do seu tempo com ela, depois veio a mais nova com a ocupação de duas, mais casa e o trabalho não estava com tempo para parar em pensar no vazio e senti-lo.

Mas o tempo passou e as filhas cresceram, a mãe não é tão mais precisa e o sentimento de vazio que esteve adormecido, mas sempre presente, voltou à tona e muito mais forte.

E o sonho despertou algo nela, ela ainda não sabia o que era, mas era algo bom, algo que a fazia se sentir em casa e preenchida, mas a deixava deprimida pelo final. A vida no circo parecia ser legal, mas ela nunca gostou de circo, sempre sentia algo ruim quando sabia que tinha um na cidade, seus irmãos sempre iam sozinhos porque ela sempre recusava ir, um medo que não entendia, simplesmente se lembrava das cenas do sonho e não queria reviver.

" Mas porque sonhar com ele me faz tão bem, se nunca gostei? O que acontece aquele casal tão apaixonado? Ele parece amar tanto a menina, que parece que sou eu. Estou tão confusa. Como pode? Fazia tanto tempo que não sonhava, por que agora de novo?"

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Comments

Aldenice Costa

Aldenice Costa

essa é minha primeira história aqui de romance espírita,adoro ler sobre esse tema,já li muitos livros de romance espírita❤🥰

2022-08-26

5

LadySillver34

LadySillver34

nossa gostando muito😘
bem realista

2022-07-26

1

LadySillver34

LadySillver34

porque parece que algo está preste a acontecer, e logo vc vão acabar com esse vazio aí 🤗

2022-07-26

1

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