Capítulo 12

Rebeca se olhava no espelho ainda muito insegura, vestia um minúsculo biquini preto, era a mesma coisa de estar nua. Havia combinado de descer e encontrar Gustavo na piscina, mas enrolava o máximo que podia pois, tinha certeza que ele iria reparar em cada curva de seu corpo.

Ela toma coragem e desce para a piscina, mas antes procura no closet por uma peça de roupa ampla para que cobrisse seu corpo, porém a maior que ela consegue achar é uma camisa branca de Gustavo, já que ele era muito mais alto do que ela.

Assim que ela aparece na área da piscina, Gustavo a encara, era um olhar de aprovação por vê-la vestindo uma peça de roupa sua.

Gustavo: Devo confessar que minha camisa fica muito mais bonita em você do que em mim.

Rebeca: Me desculpe pegá-la sem a sua permissão, mas não achei nada maior para vestir.

Gustavo: Não se preocupe, pode pegar quantas quiser. Agora tire ela e venha aqui para dentro da piscina, prometo que não te soltarei.

Rebeca: E se eu me afogar?

Gustavo: Isso não vai acontecer, não te soltarei nem um minuto sequer.

Rebeca se vira de costas para ele e vai desabotoando a camisa lentamente, seus dedos tremiam de vergonha de ter que ficar praticamente nua na sua frente. Assim que ela tira a camisa e coloca em cima da espreguiçadeira, ela se vira e encontra seus olhos nos dele, Gustavo a olhava com admiração e desejo, a olhava muito sério, ela via seu maxilar se mover discretamente como se rangesse os dentes disfarçadamente, um arrepio percorre seu corpo, não fazia ideia do que estava sentindo, só sabia que era bom.

Ela então se move até a borda da piscina, se senta e pula, a piscina era funda, porém Gustavo a segurava em seus braços, ficam ali um bom tempo apenas trocando olhares em silêncio, parecia que ambos queriam falar alguma coisa, porém ninguém tinha coragem.

Gustavo quebra o momento pois sentia que poderia facilmente agarrá-la e beija-la, em outras circunstâncias já estaria fazendo amor ali mesmo dentro d’água, mas Rebeca era proibida, não podia brincar com seus sentimentos.

Os dois passam a tarde toda ali, Gustavo estava se divertindo muito ao lado dela, Rebeca era tão espontânea, era tão interessada em aprender coisas novas, se dedicava ao máximo, com ela Gustavo podia ser ele mesmo, esquecia de todas as responsabilidades que o cargo de CEO exigia que ele tivesse, e podia então voltar a ter seus quinze anos quando a vida era bem menos complicada.

Já passava das duas da tarde quando Leonor vai chama-los, ela se aproxima da área da piscina e fica observando o clima entre os dois, era um clima de cumplicidade e paixão. Leonor sorria por ver seu filho apaixonado, Gustavo e Rebeca brincavam jogando água um no outro, ambos sorriam com sinceridade. Leonor se vira e os deixa apenas aproveitando a companhia um do outro, ela não queria quebrar o clima de romance entre os dois.

Gustavo nunca havia passado um dia tão gostoso ao lado de uma mulher, Rebeca era tão encantadora que se contentava com coisas simples, a cada tentativa de ensiná-la a nadar, ela se mostrava muito entusiasmada, ela era leve, sincera e linda. Gustavo não podia deixar de notar seu corpo esbelto e curvilíneo, ela tinha um corpo tão feminino e delicado que facilmente ele ficaria viciado.

A noite havia chegado e ambos estavam deitados lado a lado na cama em silêncio, ambos olhavam para o teto. Rebeca ainda sentia seu corpo balançar como se estivesse dentro da piscina.

Gustavo: Amanhã vamos sair para comprarmos alguma roupa mais adequada para a festa de noivado, temos que estar impecáveis.

Rebeca: Falta dois meses ainda, mas se você quer assim.........quantas pessoas mais ou menos estarão presentes?

Gustavo: Acho que umas 300 mais ou menos, falando nisso meus tios chegarão um dia antes da festa e ficarão aqui em casa, meus primos também virão. Já aviso que minha prima não é nada fácil, ela certamente será grosseira com você.

Rebeca: Por que?

Gustavo: Bom.........Teve uma época que nós........como posso dizer, nos divertíamos juntos, e ela acreditou que algum dia nosso relacionamento pudesse ficar mais sério!

Rebeca: Até sua prima Gustavo?

Gustavo: Isso foi há muito tempo, e minha prima não é nenhuma santa, e como eu já disse para você uma vez, eu nunca iludo mulher nenhuma, deixo sempre muito claro o que eu quero, e com ela não foi diferente, mas hoje não a suporto, ela virou uma mulher amarga e desagradável, muito diferente da jovem alegre que um dia ela foi.

Rebeca: Então você não sente mesmo nada por ela?

Gustavo: Não, na verdade nunca senti, era como todas as outras, apenas sexo. Mas...... Por que a pergunta? Ficou com ciúmes?

Rebeca: Se enxerga! É claro que não, eu só quero saber onde me meti mesmo.

Gustavo: Que pena, por um momento achei que estivesse com ciúmes, até porque não sou de se jogar fora!

Rebeca: Você se acha isso sim, só porque é um homem bonito fica se exibindo!

Gustavo: Então você me acha bonito?

Rebeca: Bem........sim.........Você sabe que é, não tem necessidade de eu falar.

Gustavo: Pois saiba que também te acho linda, uma das mulheres mais lindas que já conheci.

Rebeca: Ah vá! Você rodou o mundo, conheceu mulheres lindíssimas, não tem necessidade de mentir desse jeito.

Gustavo: Não estou mentindo, a beleza não é só física, é um conjunto da obra, conheci mulheres lindas por fora, mas sem coração e sem caráter, você tem os dois, é linda por fora e encantadora de personalidade. O dia que você se enxergar como eu te enxergo, tenho certeza que essa sua insegurança desaparecerá!

Rebeca não sabia o que responder, apenas queria acreditar que aquilo fosse verdade, nunca ninguém reparava nela de verdade, nunca ninguém havia conseguido acessar seu coração, agora alguém a enxergava verdadeiramente.

Gustavo: Mudando de assunto, como foi sua passagem pelo abrigo? No relatório dizia apenas que ficou lá dos 13 aos 18, mas não dizia se foi uma passagem tranquila ou não.

Rebeca: Acho que eu fui melhor tratada no abrigo do que com meu pai e com minha avó, lá eles me ensinaram muita coisa, quando eu cheguei lá parecia um bicho acuado, tinha problema em me relacionar e em confiar nas pessoas, mas as cuidadoras eram muito atenciosas, a diretora também, tínhamos varias atividades, brincávamos, estudávamos e depois fazíamos várias atividades relacionadas a artes. Eu por exemplo, fazia quadros de mosaicos, nossa, eu amava fazer mosaicos, mas depois a vida ficou dura, eu tive que ir embora e comecei a trabalhar, acabei deixando isso de lado, até porque nunca sobrava dinheiro para comprar os materiais. Ainda bem que dona Joana me acolheu em sua casa por um tempo até conseguir pagar algum lugar para morar, de certa forma eu tive sorte, não posso reclamar.

Gustavo: Eu não consigo imaginar tudo o que passou. Te admiro sabia? Apesar de tanto sofrimento você não se tornou uma pessoa dura e revoltada, muito pelo contrário, é doce e encantadora.

Gustavo se aproxima dela, a abraça e beija sua testa, era um gesto tão espontâneo que Rebeca sentiu seu coração disparar, ela então se aconchega nele e os dois adormecem.

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