Capítulo 8

Finalmente chegam a Portugal, depois de conversarem sobre como seria a história que contariam, ambos haviam dormindo o resto da viagem.

Para Rebeca aquele era um outro mundo, ela jamais imaginara que um dia moraria na Europa. Queria aproveitar aquele um ano para descobrir o lado bom da vida.

Assim que entram no carro para irem para casa de Gustavo, a ficha ia caindo, por um momento ela entra em desespero, não queria enganar ninguém, se sentia mal por entrar na casa da família dele e contar uma mentira daquele tamanho. Gustavo a estava observando, sentia que alguma coisa não estava bem.

Gustavo: Algum problema? Está tudo bem?

Rebeca: Eu não sei se consigo fazer isso Gustavo, eu não posso entrar na sua casa e mentir para todo mundo.......Isso não vai dar certo.

Gustavo: Não se preocupe, eu entendo que tudo isso é uma mudança e tanto para você, mas eu estarei ao seu lado sempre, será mais fácil do que pensa, vai dar tudo certo, sairemos ilesos disso tudo! É só um trabalho como outro qualquer.

Rebeca não tinha tanta certeza assim, se sentia mal em mentir para os outros, mas havia dado sua palavra e assinado um contrato, então teria que terminar o que havia começado.

O caminho até a casa de Gustavo foi muito agradável, sobretudo pela paisagem, era uma coisa de tirar o fôlego.

Iriam para Cascais, que em Portugal faz parte do distrito da área metropolitana de Lisboa, estariam cerca de 30 minutos apenas até o centro de Lisboa.

Assim que chegam na casa de Gustavo, Rebeca abre a boca tamanha surpresa, jamais poderia chamar aquilo de casa, era uma mansão, tinha nada mais, nada menos, que um campo de golfe, quadra de tênis, heli-ponto, 4 piscinas, pelo que podia notar havia 3 jardins, e a casa principal possuía 3 andares, enfim, só à primeira vista, parecia um sonho.

Gustavo: Vejo que ficou impressionada, tenho certeza que nesse um ano você vai adorar morar aqui.

Rebeca: Nossa, ontem mesmo eu morava segundo você numa pocilga, e agora farei o sacrifício de morar neste belo imóvel.

Assim que termina de falar, uma mulher muito sorridente vai de encontro a eles, ela abre os braços e envolve Gustavo num abraço apertado, Rebeca podia sentir seus olhares curiosos para ela, porém ela apenas sorria para a senhora a sua frente.

Gustavo: Vejo que sentiu saudades de mim mãe.

Leonor: Mas é claro meu filho, você ficou tanto tempo fora, foram meses, sempre de um lado para o outro, e vejo que voltou acompanhado, quem é essa mocinha linda que veio com você?

Gustavo: Essa linda moça......é.......minha noiva mãe!

Rebeca ouvira bem? Ele dissera noiva? O trato não era namorada?

Ela se sentia furiosa pois Gustavo acabara de contar sua primeira mentira para ela.

Leonor: NOIVA? Ah meu filho, eu não acredito! Eu já estava sem esperança de ver você com alguém, eu não estou me aguentando de tanta felicidade. Venha cá minha norinha linda, venha me dar um abraço.

Leonor agarra Rebeca que só conseguia olhar Gustavo com ódio, como assim noiva?

Leonor: Você é tão linda minha filha, Gustavo tem mesmo bom gosto, apesar de ser bem mais jovem que ele, tenho certeza que serão muito felizes, preciso entrar e dar ordens para prepararem um belo jantar hoje a noite. Fique à vontade minha filha, Gustavo te mostrará tudo.

Leonor entra eufórica com a novidade, Rebeca conseguia ouvir seus gritos de alegria e como contava alegremente que seu filho mulherengo finalmente havia sossegado.

Rebeca se aproxima de Gustavo e num impulso pisa com força em seu pé, fazendo com que ele soltasse um grito de dor.

Gustavo: Eeeeiiiii, que foi isso? Precisa dessa violência?

Rebeca: Isso foi pouco, nosso trato era somente um namoro falso, de onde você tirou noivado? Ficou maluco? Sua mãe é maravilhosa, me recebeu super bem, e você inventa uma coisa dessas? O que te deu?

Gustavo: Me desculpe, eu juro que na hora me atrapalhei e acabei trocando as palavras, me dê um desconto pois nunca namorei nem tive relacionamentos sérios, na hora me confundi, eu juro! Mas não se preocupe porque noivados também acabam, e daqui um ano o nosso também acabará!

Rebeca: Se você começar a improvisar dessa forma isso não vai dar certo, nunca mais faça isso, ou eu viro as costas e vou embora.

Gustavo: Eu não farei novamente, não se preocupe. Agora vamos entrar, mostrarei a você o nosso quarto. Vamos...

A medida em que Rebeca ia entrando não podia deixar de notar que cada objeto daquela sala parecia muito valioso, talvez um único vaso valesse 2 anos de seu antigo salário. A sala era ampla, muito clara e iluminada, os móveis pareciam feitos sob medida, cada objeto era estrategicamente posicionado, dava até medo de esbarrar e quebrar alguma coisa.

Eles sobem de elevador até chegarem ao terceiro andar, era uma suíte muito luxuosa, a cama parecia que não terminava nunca de tão grande, o que a deixou aliviada pois poderia ficar bem distante dele na hora de dormir.

Gustavo: Assim que suas malas subirem, arrume suas coisas no closet, tem espaço de sobra, e você pode lotar ele com as roupas novas que comprará.

Rebeca: Malas? Mas eu trouxe somente uma, eu não tenho tantas roupas assim.

Gustavo: Mandei comprar roupas novas para você, somente o básico pois não pode usar esses seus trapos aqui, e não se ofenda, mas sabemos que suas roupas estão bem surradas.

Rebeca: Eu entendo, não compro uma peça de roupa nova há anos. Mas como sabia meu tamanho?

Gustavo: Eu conheço o corpo das mulheres como ninguém, não é difícil imaginar seu corpo por baixo desses trapos que veste.

Rebeca fica muito vermelha com o comentário, se sentia constrangida com a forma que ele a olhava as vezes, e a forma como ele se referia a ela.

Gustavo: Bom, tomarei um banho e depois podemos tomar café da manhã, o que acha? Pode tomar banho também, esse quarto possui dois banheiros, então se quiser tome um banho, enquanto isso peço para subirem com as malas. E por favor, se sinta em casa.

Rebeca: Vai ser meio difícil, isso é muito diferente do que conheço, mas me esforçarei ao máximo, e obrigada pelas roupas novas e por tudo.

Gustavo: Não precisa agradecer, somente desempenhe seu papel da melhor forma possível, minha querida noiva!

Rebeca lança para ele um olhar de reprovação pelo que ele havia feito, mas agora não tinha como voltar atrás, pois dizem que quem está na chuva teria que se molhar, e por ironia do destino, havia sido justamente uma chuva que a colocara naquela situação.

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