Capítulo 10

Os dois chegam à uma praia afastada, caminhavam lado a lado pela areia apenas aproveitando a brisa suave que soprava, ouvindo o barulho das ondas, e sentindo a água tocar seus pés de uma forma muito delicada.

Decidem se sentar na areia e apenas observarem o imenso amontoado de água à frente de ambos.

Gustavo: E então? O que achou dos meus pais?

Rebeca: Sua mãe é incrível, se minha mãe fosse viva queria que fosse como a sua, já o seu pai me assusta, ele me olhava como se duvidasse de cada palavra que eu disse, mas de certa forma não está errado pois mentimos para eles, aliás me sinto mal por enganar sua mãe, ela foi tão boa comigo, me sinto traindo sua confiança.

Gustavo: Eu sei como se sente, pois também não gosto de mentir para ela, mas você viu como é meu pai, apesar de eu ser um homem independente e ter minha própria vida, quando ele pediu para ficar em casa por um tempo eu aceitei, mas decidi ficar longe e viajar inspecionando os hotéis, foi por isso que te conheci, se não fosse por isso não nos conheceríamos. Infelizmente ele é assim com minha mãe também, ela não sai sem ele, tudo ela dá satisfação, eu não entendo isso, não vejo a hora deles voltarem para casa deles, confesso que é desgastante.

Rebeca: Com certeza seu pai sabe de tudo, ele é esperto, não que sua mãe não seja, mas ela é romântica, acredita no amor, já seu pai não acreditou em nenhuma palavra nossa, o que faremos?

Gustavo: Não se preocupe, eles logo irão embora, aí será somente eu e você, acharemos um jeito de convencê-los de uma vez por todas.

Rebeca: Tome muito cuidado com suas improvisações hein! Da última vez você inventou um noivado!

Gustavo: É isso!

Rebeca: Isso o que?

Gustavo: Faremos uma grande festa de noivado, anunciaremos publicamente nosso relacionamento, certamente meu pai irá se convencer que, se fosse mentira não iríamos tão longe assim, o que acha?

Rebeca: Eu acho que nossas mentiras estão virando uma bola de neve, não terá fim, não me leve a mal, mas daqui a pouco você irá inventar um casamento, eu não posso continuar com isso, sinto que me meti numa roubada aceitando tudo isso.

Gustavo: Calma, vai dar tudo certo, não será tão ruim assim passar esse ano ao meu lado, e não se preocupe que não inventarei nenhum casamento, aliás eu não quero me casar nunca, acho que não nasci para isso. Apenas aproveite tudo o que te proporcionarei, não será tão ruim. Assim que voltarmos pedirei à minha mãe que organize tudo, convidaremos a alta sociedade em peso!

Rebeca apenas olha o imenso mar à sua frente muito pensativa, com certeza aquele era o trabalho mais difícil que ela já havia feito, sem contar que estava apenas no primeiro dia.

O resto do dia Gustavo mostrara a cidade para Rebeca, ela ficara encantada com os lugares, paisagens e com o sotaque português, as pessoas eram muito simpáticas, Rebeca sentia olhares masculinos para ela, afinal era jovem e linda, tinha o cabelo ate a cintura, era tão preto quanto a noite, era liso e brilhoso, seu corpo era delicado, tinha uma cintura muito fina, sua pele era muito sedosa.

Retornaram para casa tarde da noite, haviam almoçado pelo centro de Lisboa e depois foram a lojas, cafés, pontos turísticos e no final da noite jantaram por lá mesmo.

Quando chegaram em casa, foram direto para o quarto, cada um tomou seu banho, e se deitou, Rebeca escolhera o lado esquerdo da cama, ela agradecia por a cama ser imensa, apesar de Gustavo ter dado sua palavra de que a respeitaria, queria ficar o mais longe possível dele.

Ela saíra primeiro do banheiro, escolhera um dos pijamas que ele comprara para ela, era muito discreto e comportado e ela apreciava a atenção e cuidado para que ela se sentisse confortável na hora de dormir.

Quando Gustavo sai do banheiro, Rebeca não pode deixar de notar como ele era lindo, parecia uma alucinação, não era possível que algum ser humano pudesse ser tão perfeito daquele jeito, ele estava somente de cueca, passando a toalha nos cabelos molhados, se olhava no grande espelho a sua frente, e através desse espelho ele a olhava, ela nem se dera conta de que ele havia percebido ela o encarando.

Gustavo se vira e a olha nos olhos, não diz absolutamente nada, apenas a observava.

Rebeca: Algum problema?

Gustavo: Nenhum, apenas quero sugerir que não me olhe mais do jeito que acabou de me olhar pois eu posso entender como um convite e quebrar minha promessa de que não te tocarei.

Rebeca: E-eu....... me desculpe.......nem percebi.

Gustavo: Eu não sou indiferente a você Rebeca, você me atrai muito, mas sei também que você merece muito mais do que eu posso oferecer, eu não sou homem para você, então sugiro que nunca mais me olhe com esse olhar de desejo.

Rebeca: Não foi um olhar de desejo, aliás eu NÃO te desejo.........nunca desejei homem nenhum, já disse que acho que tenho algum problema, nunca senti essas coisas........

Gustavo: Talvez o que falte na sua vida seja um homem de verdade para te mostrar certos prazeres, adoraria que fosse eu a te ajudar a trilhar esse caminho, mas não posso te dar o que merece, mas se quiser..........

Rebeca: Eu...........eu acho melhor dormirmos, já está tarde. Boa noite!

Ela se vira muito corada pelas palavras dele, tenta não pensar no corpo de Gustavo e se cobre com o macio edredom, se enfia debaixo dele como se fosse uma criança tentando se esconder dos trovões num dia chuvoso. Se antes tinha dúvidas de que aquele trabalho seria difícil, agora tinha a mais absoluta certeza.

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