Capítulo 11

Assim que amanhece, Rebeca percebe que abraçava um imenso travesseiro, sua perna direita estava sobre algo muito rígido, sentia o barulho de uma respiração lenta em seu ouvido, sentia também um braço em suas costas que a abraçavam. Vagarosamente, ela vai acordando e abrindo os olhos, ela então nota que não abraçava um travesseiro e sim estava colada ao corpo, praticamente em cima de Gustavo. Como ela tinha ido parar ali?

Ela fica um bom tempo apenas o olhando, ele dormindo era tão lindo, aliás ainda não tinha visto ele feio em nenhuma situação, na verdade era impossível ele ser feio.

Rebeca tenta se mover e sair dos braços dele, mas nesse momento ele acorda e fica olhando para ela, era um olhar cheio de carinho, ela se sentia engolir pelos seus olhos, perecia que podia mergulhar dentro daquele olhar, e sentia também que se não desviasse se afogaria.

Gustavo não a soltara, apenas continuava na mesma posição como se quisesse a prender para sempre em seus braços. Rebeca então quebra o silêncio.

Rebeca: Bom dia, me desculpe, nem sei como vim parar aqui, espero não ter atrapalhado você dormir.

Gustavo: De maneira nenhuma, por mim você sabe que pode dormir em meus braços todas as noites.

Nesse momento ouvem alguém batendo a porta, era Leonor querendo entrar.

Leonor: Posso entrar? Estão vestidos?

Rebeca se solta dos braços de Gustavo e se enfia novamente por baixo do edredom.

Gustavo: Entre mãe, bom dia, não se preocupe estamos vestidos sim.......por enquanto!

Leonor: Ah isso me lembra muito minha juventude, tudo é fogo e paixão. Mas quero dar uma notícia a vocês, chamarei alguns parentes nossos para apresentar Rebeca a família, espero que não tenha problema, quero fazer uma grande festa, o que acham?

Gustavo: Vejo sua animação para isso, não pôde nem esperar descermos para o café para nos avisar!

Leonor: É que eu estou tão feliz que meu único filho irá se casar! Nossa, não aguento tanta felicidade, imagine quando chegar os netos!

Gustavo: Calma mãe, estou apenas noivo, muita coisa pode acontecer, não se empolgue tanto assim.

Leonor: Gustavo Bencatel, se você deixar a Rebeca escapar ou magoa-la, eu juro que se arrependerá, vê se toma juízo e acorde para a vida, você é um homem então se comporte como tal! Agora com licença que tenho uma festa para preparar.

Gustavo: Espere mãe, a senhora na verdade leu nossos pensamentos, ontem mesmo estávamos falando em fazer uma festa e anunciarmos nosso compromisso formalmente, íamos falar com a senhora hoje, mas já que se adiantou, quero que convide toda a alta sociedade e todos os parentes mais próximos, quero anunciar meu compromisso com essa linda moça formalmente.

Leonor: Ótimo, a festa será daqui a dois meses, quero preparar tudo muito bem, e todos terão que ter tempo para se prepararem para comparecer também, a festa será impecável, e é assim que se fala meu filho, passou da hora de você assumir compromisso e ter uma família, quero te ver pai de muitos filhos ainda.

Gustavo: Vamos com calma mãe!

Leonor: Bom, eu já vou descer, e não se preocupem em descer na hora para o café da manhã, vocês são jovens e tem mais é que namorar bastante mesmo, aproveitem, vai que meu primeiro netinho seja feito ainda hoje!

Gustavo: MÃE!

Rebeca já não tinha mais onde ficar vermelha, estavam indo longe demais, e tudo isso em menos de 2 dias desde que haviam chegado, o sexto sentido de Rebeca estava gritando desesperadamente que aquilo estava longe de parar.

Rebeca: No que eu me meti?

Gustavo: Confesso que eu também estou apreensivo. Não sei se foi uma boa ideia, tentei me livrar da pressão do meu pai, e agora tenho que lidar com a euforia da minha mãe.

Rebeca: Está arrependido?

Gustavo: Não diria arrependido e sim apreensivo, em menos de 2 dias as coisas já estão fora de controle!

Rebeca: Muito me admira você sendo o CEO de uma das maiores redes hoteleiras, e não ter a menor noção dos riscos que correríamos com essa sua brilhante ideia! Achei que fosse bom em calcular riscos, vejo que me enganei.

Gustavo: Nunca duvide da minha competência nos negócios, sou excelente no que faço, eu mais que tripliquei os lucros nos negócios, mas se tratando de relacionamentos eu realmente nunca fui bom.......Achei que conseguiria prever as ações de todas as partes, mas vejo que isso tem tudo para sair fora do controle, na verdade já está saindo!

Rebeca apenas continuava deitada olhando para o teto, ficaram os dois um longo tempo em silêncio. Rebeca não fazia ideia de como ocuparia seu dia naquela casa, afinal o que gente rica fazia? Porque pobre ela sabia que tinha que vender o almoço para comprar o jantar, mas como gente rica vivia?

Gustavo parecia que lia seus pensamentos pois se virou de frente para ela a encarando e a questionou.

Gustavo: Vejo que está pensativa, o que se passa em sua linda cabecinha?

Rebeca: Na verdade estava aqui pensando o que vocês ricos fazem o dia todo, porque eu sendo pobre sei da minha rotina inteira, acordo já pensando que meu dia será exaustivo e estou sempre esperando a hora de dormir.......... Não me sinto confortável aqui, percebi que não terei muito o que fazer, além de comer e dormir.

Gustavo: Isso não é verdade, você pode ir à praia, pode usar a piscina, o campo de golfe, pode aprender um idioma novo se desejar, pode sair pela cidade e comprar roupas novas, tem muitas coisas que pode fazer, ou pode se dedicar a algum hobby. Podemos fazer assim, durante esses dois meses antes da festa de noivado, eu farei companhia a você para não se sentir sozinha, já que meu pai ainda cuida dos negócios na minha ausência, o que acha? Depois da festa voltarei a trabalhar, nesses dois meses serei todo seu!

Rebeca: Se isso não for te atrapalhar, eu agradeço. Ainda assim gostaria de ser útil, não me agrada passar o tempo aqui atoa, não sei se é porque eu estou acostumada a me ocupar desde pequena, que agora me sinto estranha não tendo nada para fazer.

Gustavo: Podemos ocupar nosso tempo fazendo algo que você tenha vontade, mas que nunca fez, o que tem vontade de aprender?

Rebeca: É meio bobo, mas.......Na verdade eu queria aprender a nadar......

Gustavo: Você não sabe nadar? Não seja por isso, levanta dessa cama, depois do café da manhã te ensinarei.

Rebeca levanta da cama eufórica com a possibilidade de Gustavo a ensinar a nadar, ele prometera que passaria dois meses ao seu lado fazendo companhia para ela para que não se sentisse sozinha. Seu coração se alegrava com a atenção que ele estava demonstrando. Ela levanta da cama rapidamente e vai tomar um banho, queria aproveitar ao máximo o dia ao lado dele. Assim que sai do banho, Gustavo a esperava para descerem e tomar o café da manhã.

Dessa vez Santiago não interrogara nem olhava os dois com desconfiança, ela só não sabia se isso era bom ou ruim.

Após o café, Gustavo leva Rebeca até a varanda e lhe entrega uma caixa.

Gustavo: Mandei comprarem para você, espero que goste.

Rebeca abre a caixa e encontra várias peças de biquini, um mais lindo que o outro, porém minúsculos.

Rebeca: Obrigada, não quero parecer mal agradecida, mas...........não tinha alguma peça um pouquinho maior? São tão pequenos!

Gustavo: Tenho certeza que ficarão lindos em você, não precisa sentir vergonha, as mulheres da sua idade vestem biquinis ainda menores.

Rebeca sabia que estava na hora de mudar alguns comportamentos, mas não era nada fácil, com certeza assim que ela vestisse um daqueles biquinis, teria que lidar com os olhares de Gustavo sobre seu corpo, o que a deixava envergonhada.

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