“Os erros não resolvidos são deixados para serem pagos pelos mais inocentes em uma história toda errada"
Anos atrás
Benicio se arrepende de muitas coisas que fez na vida, dia após dia. Mas dentre tudo que fez, de todas as maldades que provocou uma em especial o atormenta a mais de um ano.
Ter condenado a mulher que a ama a uma vida maldita, cheia de tudo, menos de sentimentos bons. No entanto, a pior coisa que fez ou deixou de fazer foi tê-la não protegido como deveria, não ter a libertado antes como devia ter feito, mas agora repararia seu erro antes que fosse tarde demais e ela morre-se.
— Aqui tem tudo que você precisa, dinheiro, documentos falsos, joias para vender se precisar, rotas de fugas e nomes que pode contatar se precisa de ajuda. — Benício fala rápido passando a bolsa grande que trouxe para suas mãos trêmulas. — Não pense em nada, só em sobreviver. Use em cada país uma identidade nova, não se demore mais que alguns meses em um, prefira cidades pequenas e no final de sua gravidez uma segura que possa ficar mais tempo. Vá para algum país asiático ou africano nesse período.
Carolina chora deixando a bolsa cair no chão para abraçar apertando Benício, escondendo o rosto na curvatura do seu pescoço, não querendo larga-lo porque sabe que quando o fizer nunca mais o terá nos braços de novo. Mesmo que ele afirme que logo vão se reencontrar novamente.
É uma mentira, e ambos sabem. Não há final felizes para eles, que começaram de forma torta uma história de amor proibida.
Há uma regra que Benício descumpriu e estreitamente proibida fazer, se envolver além do corpo com sua aprendiz. E logo após entrega-la a seu comprador continuar a vendo, a tendo e se apaixonando.
E o pior tudo, planejar sua libertação, tentando quebrar seu vínculo contratou e tira-la da vida de um lírio, de uma boneca de luxo. Sobre os protestos do seu chefe e amigo, por suas ações colocar em risco o plano de se vincular com máfia.
Benício assinou sua sentença de morte.
Errou com sua mulher, noivou com outra e a engravidou por vantagem e o pior de tudo, deixou a que ama ser estuprada para um punição mais a si que a ela mesma.
— Eu prometo que logo vamos ficar juntos. — Une suas testas compartilhando da mesma dor. — Vou da um jeito e lagar tudo e todos.
— Vou esperar você, sempre!
— Espere, com aquele vestido horrível florido que ama.
— E minha sapatilha de docinhos.
Se ele conseguisse Carolina morreria sentindo-se egoísta por faze-lo largar um filho que nasceria em poucos meses, e não tem culpa de nada que aconteceu, como o que cresce em seu ventre plano de dois meses.
Entretanto, o ama ao ponto de não se importar com as consequências, de o perdoar pelo que fez e não fez, pois o que a levou até ali foram escolhas suas.
Sua tolice em acreditar que Lírios Vermelho era a solução para seus problemas financeiros, que se vender como objetos para homem salvaria a vida da sua mãe.
— Só se cuida...
— Eu vou... — A beija com volúpia, com todos os sentimentos que tem. — Eu te amo nunca se esqueça disso, mesmo que eu não mereça o seu amor nem o seu perdão.
— Você não teve culpa de nada, foi ele, tudo foi culpa dele até a gravidez de Milena. — Acaricia seu rosto, contornando seus lábios com o dedão. — Ele queria acabar conosco, mas não vai. Eu te amo e sempre amarei.
— Não volte, nunca aqui.
Suas palavras foram as últimas antes que o curto tempo que tinham se acabar, e o motorista que contratou para levar Carolina avisar que chegou a hora de ir. O adeus que tentaram evitar finalmente chegou da pior forma possível.
Abraçou Carolina com força, a beijou uma última vez e a largou contra sua vontade a assistindo ir, adentrar o carro preto blindado e sumir pela estrada deserta, rumo a uma pista clandestina de voo onde um avião a aguarda para tira-la do país.
Sozinho não se importou de fraquejar e deixar suas pernas dobrarem, e seus joelhos tocarem o chão e as lágrimas molharem seu rosto como não se lembrava de um dia ter acontecido. Chorou por minutos, de forma copiosa e sofrida até que um carro parou ao lado do seu, e homens de pretos saíram de dentro e rumaram em sua direção com armas destravadas em mãos, atirando a queima roupa, mutilando seu corpo sem se importar com sua vulnerabilidade, apenas focados em cumprir sua missão.
Eliminar Benício, pelo roubo a seu chefe.
•◇•◇•◇◇•◇•◇•
A festa transcorria sem grandes emoções, como deveria ser. Com provocações dos agora casados, em um abraço mais apertado, uma mão maliciosa e troca de olhares com promessas veladas, com Eric quebrando o clima e Dante junto com o pai provocando a filha, e Erin sendo o pilar de calma.
Entretanto, na saída do casal o convidado indesejado ao menos por parte de Matthew os parou os impedindo de sair.
Eric que andava as suas frentes o olhou desgostoso, não escondendo sua fúria por vê-lo, e com isso seu padrasto sentiu-se eufórico por mais alguém sentir o mesmo tipo de desprezo pelo outro homem.
— Vim me despedir dos noivos.
— Podia ser para sempre. — Eric resmunga arrancando uma risada do Lanblac.
— Eric! — Milena repreende.
— A senhora falou que e feio mentir mãe.
Prevendo um desastre e vexatório, Matthew age pegando a mão de Eric o puxando para seu lado, sorrindo falso para Ângelo falando uma despedida rápida. Surpreendendo o menino ao chama-lo para arrumar suas malas, que ele também iria para Paris ao contrário do que sua mãe disse que ele ficaria como castigo por seus atos.
Feliz não protestou em ir com Matthew, até esqueceu Ângelo muito eufórico para arrumar suas malas antes que seu padrasto ou sua mãe o fizesse mudar de ideia.
— Vai levar seu filho para lua de mel? — Ângelo faz uma careta de desgosto.
Se fosse, nunca faria. Criança não deve ir em viagens de adultos e atrapalha-la.
— Disse bem, é meu filho. Sou um pacote completo afinal.
— Eu a queria mesmo assim.
— Você não mostrou e nem mostra isso na sua relação com ele, antes de me ganhar se deve ganhar Eric.
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Atualizado até capítulo 102
Comments
Gleide Sousa
isso mesmo quem quer mãe tem que querer os filhos,se não quer os filhos não serve para a mãe isso e guando se e mãe de verdade
2024-02-06
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