Eric olhou para mãe e avó, e para ele não escondendo o descontentamento por sua presença. Fechou os punhos e a expressão deixando claro que não o queria ali. Sua avó prevendo uma confusão e agindo para evita-la o retira do cômodo o levando para fora da casa, pela porta da sala que leva ao jardim para próximo o local da cerimônia, para juntos aguardarem Milena para o casamento.
Sós na pequena sala, ambos os conhecidos se entre olham em silêncio, procurando as palavras para iniciar o diálogo dispensável, ao menos por parte de Milena.
— Não compreendo, até a última vez que a vi estava solteira, sem pretendentes e nem mesmo me disse sobre um noivo. — Henrico pronuncia com indignação e entristecido. — Porra Milena, o que está acontecendo? Que porra e isso tudo? Enlouqueceu?! Acho que sim.
Um sorriso apaziguador foi dado em vez de uma resposta imediata, deixando o clima mais tenso. Obscuro. Beirando a insuportável.
— Você sabe como tudo na máfia ocorre em minutos, horas dias. O hoje não baseia o amanhã. — Milena diz calma, um tom suave de quem explicar algo a uma criança. — Aconteceram coisas que não posso dizer, não agora, você sabe. Foi necessário o casamento e o Mattew aceitou meus termos, ele não fez objeções a nada, aceitou me ajudar.
Ângelo rir, uma risada incrédula, sarcástica de quem não entende o que ouve, mas não aceita e não faz questão de esconder.
— E eu? — Pergunta como se fosse óbvio, e era ao menos em sua cabeça.
— Não queria ninguém do nosso meio, queria alguém controlável. — Fala com simplicidade. Como se tudo fizesse sentido.
No entanto, não fazia. Ninguém se casa por nada, nem na máfia. Existe sempre um porém que se espalha como fogo em mata seca. Todavia, ele não soube, ninguém o disse, o avisou, não soube dizer nem com incertezas o porquês. Tinha algo errado, afirma sem medos.
— Uma marionete?
Milena acena que sim, deixando o amigo ainda mais confuso, preste a um surto.
— Não entendo.
— Temos um contrato, algo preventivo para evitar futuras consequências. Só posso revelar que ele não tem partes na máfia.
Isso choca a Ângelo, apenas um homem tolo se submeteria a não tomar parte da máfia. Quem recusa poder, prestígio, imponência? Ele não, e não compreendem que faz.
— Ele é idiota. E Eric?
A menção do filho faz a mulher sorrir com divertimento, os olhares brilharem de malícia. O questionamento contém uma curiosidade excessiva para uma pergunta simples, mas que diante do histórico peculiar do seu filho e essencial.
E por isso Ângelo pergunta. Mesmo que destete a criança, e difícil não surpreende-se por ela aceitar finalmente um pretendente da mãe. Ninguém se mantém imune a Eric por tanto tempo sem pedi socorro ou fugir.
— Incrivelmente o aceitou. — A mentira deixa seus lábios com facilidade. — Desculpe Ângelo, mas não posso me atrasar mais. Meu pai logo mandará perguntar se estou bem, estou demorando.
Ângelo mesmo contrariado concorda, se despedindo da amiga prometendo não demorar para procura-la para terminarem a conversa que começaram. Tinham muito o que conversarem, e o que Milena explicar.
•◇•◇•◇•
“A vida tem uma beleza difícil de ser explicada”
Há mais de cinco anos Matthew aceitou um convite para saltar de paraquedas com um amigo. Estava bêbado quando o fez, mas prometeu que o faria e lúcido ou não fez um juramento. Arrependeu-se semanas depois, quando após muitas instruções encontrava-se a posto no avião pronto para pular.
As mãos tremiam cobertas de suor, o coração acelerava com rapidez no peito que temia desmaiar. Não nega que pensou em fugir, mas não jogaria fora horas de preparo para nada. Sentia medo, porém sabia que estava preparado para aquilo e ansiava pela sensação de pular que seu amigo descreveu tantas vezes e nunca entendeu.
Foi maravilhoso e compreendeu porque não entendia quando ele descrevia, sobre a liberdade que se sente, do medo misturado com euforia, é preciso fazer para saber. No entanto, foi a única vez que saltou.
Não por falta de coragem, mas porque o que sentiu foi tão especial que queria guardar aquele momento como único para sempre consigo para ele ser especial.
Todavia, antes de pular sabia que possuía a escolha de desistir, de voltar atrás, contudo ao deixar a segurança do avião não poderia retornar para sua tranquilidade, restava aguardar o pouso seguro. Era como agora, não poderia refazer seus passos pois ultrapassou limites que não permitiam, torcia para que seu destino final fosse recompensador depois da longa jornada.
O tocar da marcha nupcial soou como um aviso que seu futuro começaria agora e de forma tola sentiu-se como na vez que pularia de paraquedas, tinha medos, tantos que gritavam em sua mente para fugir enquanto o “sim" não foi dito, no entanto, uma voz suave dizia em meio as estridentes que estava preparado para aquilo como para nunca antes.
Ver Milena de noiva, andando em sua direção tocou alguma coisa em seu peito, acendeu uma chama desconhecida que aquecia seu coração. Uma sensação única que gostaria de guardar para sempre.
Não recorda de um dia ter parado em pensando em seu casamento, no grande dia, todavia tem certeza que se o fez sua imaginação falhou, ela nunca seria capaz de produzir tudo o que vive, sente e ver.
Sorriu de forma involuntária diante da sua beleza comparativa com a de um anjo, duvidava muito que um dia a veria tão bela como hoje vestida de noiva. Não usava branco, mas um vestido de um azul claro próximo a ele, com um corpete divido entre o delicado e sensual, enfeitado com flores pequenas de diamante ao redor de um decote generoso em V, sustentado por alças finas que cruzavam em sua costas nua, notou quando virou para olhar para alguém, o mesmo homem que precisou de minutos para testar seu auto controle. Quando abaixou seu olhar para a saia lisa, com pequeno cristais, sorriu diante da fenda que se abria em sua perna direita quando caminhava, ampliou o sorriso quando retornou a atenção para seu rosto e viu que também sorria provocativa.
O redor pareceu sumir, parecia que existia apenas os dois em uma bolha própria. Os olhares se sustentaram durante todo o percurso, ficando mais intenso quando ficaram um diante do outro a poucos centímetros distância, sorrindo seu malícia alguma, mas sinceros e cúmplices.
Parecia mágico o momento, nada contratual ou encenado, um casal apaixonado capaz de arrancar lágrimas dos mais emotivos diante da rápida, mas linda troca de votos.
O sim ocorreu sobre suspense, para explodir em aplausos quando afirmando por Milena. O padre então disse o que todos, em especial Dante e Guiseppe esperava:
— Eu os declaro marido e mulher. Você já pode beija-la. — Sorrir para Mattew, que o olha em dúvida para encarar sem saber o que fazer sua agora esposa.
Diante do seu dilema Milena retorna com seu sorriso provocador aproximando-se seus rostos, esbarrando seus lábios de forma proposital, contudo não os unindo. Deixando que Matthew o faça quando não suporta a provocação, arrancadas palmas, assobios e gritos eufóricos de todos.
— Bem-vindo a máfia Matthew Lanblac! — Milena em tom malicioso quando afastam suas bocas.
— Obrigado Milena Lanblac. — Devolve no mesmo tom.
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Atualizado até capítulo 102
Comments
Alba Farias
essa vai ser última história que vou ler sem foto deles
2024-02-21
2
Alba Farias
gosto de ler histórias com foto deles todos Nei no casamento apareceu os dois arados
2024-02-21
0
Maria Rosangela Alves de Oliveira
agora tá melhor
2023-07-29
2