Capítulo Quinze

Eric olhou para mãe e avó, e para ele não escondendo o descontentamento por sua presença. Fechou os punhos e a expressão deixando claro que não o queria ali. Sua avó prevendo uma confusão e agindo para evita-la o retira do cômodo o levando para fora da casa, pela porta da sala que leva ao jardim para próximo o local da cerimônia, para juntos aguardarem Milena para o casamento.

Sós na pequena sala, ambos os conhecidos se entre olham em silêncio, procurando as palavras para iniciar o diálogo dispensável, ao menos por parte de Milena.

— Não compreendo, até a última vez que a vi estava solteira, sem pretendentes e nem mesmo me disse sobre um noivo. — Henrico pronuncia com indignação e entristecido. — Porra Milena, o que está acontecendo? Que porra e isso tudo? Enlouqueceu?! Acho que sim.

Um sorriso apaziguador foi dado em vez de uma resposta imediata, deixando o clima mais tenso. Obscuro. Beirando a insuportável.

— Você sabe como tudo na máfia ocorre em minutos, horas dias. O hoje não baseia o amanhã. — Milena diz calma, um tom suave de quem explicar algo a uma criança. — Aconteceram coisas que não posso dizer, não agora, você sabe. Foi necessário o casamento e o Mattew aceitou meus termos, ele não fez objeções a nada, aceitou me ajudar.

Ângelo rir, uma risada incrédula, sarcástica de quem não entende o que ouve, mas não aceita e não faz questão de esconder.

— E eu? — Pergunta como se fosse óbvio, e era ao menos em sua cabeça.

— Não queria ninguém do nosso meio, queria alguém controlável. — Fala com simplicidade. Como se tudo fizesse sentido.

No entanto, não fazia. Ninguém se casa por nada, nem na máfia. Existe sempre um porém que se espalha como fogo em mata seca. Todavia, ele não soube, ninguém o disse, o avisou, não soube dizer nem com incertezas o porquês. Tinha algo errado, afirma sem medos.

— Uma marionete?

Milena acena que sim, deixando o amigo ainda mais confuso, preste a um surto.

— Não entendo.

— Temos um contrato, algo preventivo para evitar futuras consequências. Só posso revelar que ele não tem partes na máfia.

Isso choca a Ângelo, apenas um homem tolo se submeteria a não tomar parte da máfia. Quem recusa poder, prestígio, imponência? Ele não, e não compreendem que faz.

— Ele é idiota. E Eric?

A menção do filho faz a mulher sorrir com divertimento, os olhares brilharem de malícia. O questionamento contém uma curiosidade excessiva para uma pergunta simples, mas que diante do histórico peculiar do seu filho e essencial.

E por isso Ângelo pergunta. Mesmo que destete a criança, e difícil não surpreende-se por ela aceitar finalmente um pretendente da mãe. Ninguém se mantém imune a Eric por tanto tempo sem pedi socorro ou fugir.

— Incrivelmente o aceitou. — A mentira deixa seus lábios com facilidade. — Desculpe Ângelo, mas não posso me atrasar mais. Meu pai logo mandará perguntar se estou bem, estou demorando.

Ângelo mesmo contrariado concorda, se despedindo da amiga prometendo não demorar para procura-la para terminarem a conversa que começaram. Tinham muito o que conversarem, e o que Milena explicar.

•◇•◇•◇•

“A vida tem uma beleza difícil de ser explicada”

Há mais de cinco anos Matthew aceitou um convite para saltar de paraquedas com um amigo. Estava bêbado quando o fez, mas prometeu que o faria e lúcido ou não fez um juramento. Arrependeu-se semanas depois, quando após muitas instruções encontrava-se a posto no avião pronto para pular.

As mãos tremiam cobertas de suor, o coração acelerava com rapidez no peito que temia desmaiar. Não nega que pensou em fugir, mas não jogaria fora horas de preparo para nada. Sentia medo, porém sabia que estava preparado para aquilo e ansiava pela sensação de pular que seu amigo descreveu tantas vezes e nunca entendeu.

Foi maravilhoso e compreendeu porque não entendia quando ele descrevia, sobre a liberdade que se sente, do medo misturado com euforia, é preciso fazer para saber. No entanto, foi a única vez que saltou.

Não por falta de coragem, mas porque o que sentiu foi tão especial que queria guardar aquele momento como único para sempre consigo para ele ser especial.

Todavia, antes de pular sabia que possuía a escolha de desistir, de voltar atrás, contudo ao deixar a segurança do avião não poderia retornar para sua tranquilidade, restava aguardar o pouso seguro. Era como agora, não poderia refazer seus passos pois ultrapassou limites que não permitiam, torcia para que seu destino final fosse recompensador depois da longa jornada.

O tocar da marcha nupcial soou como um aviso que seu futuro começaria agora e de forma tola sentiu-se como na vez que pularia de paraquedas, tinha medos, tantos que gritavam em sua mente para fugir enquanto o “sim" não foi dito, no entanto, uma voz suave dizia em meio as estridentes que estava preparado para aquilo como para nunca antes.

Ver Milena de noiva, andando em sua direção tocou alguma coisa em seu peito, acendeu uma chama desconhecida que aquecia seu coração. Uma sensação única que gostaria de guardar para sempre.

Não recorda de um dia ter parado em pensando em seu casamento, no grande dia, todavia tem certeza que se o fez sua imaginação falhou, ela nunca seria capaz de produzir tudo o que vive, sente e ver.

Sorriu de forma involuntária diante da sua beleza comparativa com a de um anjo, duvidava muito que um dia a veria tão bela como hoje vestida de noiva. Não usava branco, mas um vestido de um azul claro próximo a ele, com um corpete divido entre o delicado e sensual, enfeitado com flores pequenas de diamante ao redor de um decote generoso em V, sustentado por alças finas que cruzavam em sua costas nua, notou quando virou para olhar para alguém, o mesmo homem que precisou de minutos para testar seu auto controle. Quando abaixou seu olhar para a saia lisa, com pequeno cristais, sorriu diante da fenda que se abria em sua perna direita quando caminhava, ampliou o sorriso quando retornou a atenção para seu rosto e viu que também sorria provocativa.

O redor pareceu sumir, parecia que existia apenas os dois em uma bolha própria. Os olhares se sustentaram durante todo o percurso, ficando mais intenso quando ficaram um diante do outro a poucos centímetros distância, sorrindo seu malícia alguma, mas sinceros e cúmplices.

Parecia mágico o momento, nada contratual ou encenado, um casal apaixonado capaz de arrancar lágrimas dos mais emotivos diante da rápida, mas linda troca de votos.

O sim ocorreu sobre suspense, para explodir em aplausos quando afirmando por Milena. O padre então disse o que todos, em especial Dante e Guiseppe esperava:

— Eu os declaro marido e mulher. Você já pode beija-la. — Sorrir para Mattew, que o olha em dúvida para encarar sem saber o que fazer sua agora esposa.

Diante do seu dilema Milena retorna com seu sorriso provocador aproximando-se seus rostos, esbarrando seus lábios de forma proposital, contudo não os unindo. Deixando que Matthew o faça quando não suporta a provocação, arrancadas palmas, assobios e gritos eufóricos de todos.

— Bem-vindo a máfia Matthew Lanblac! — Milena em tom malicioso quando afastam suas bocas.

— Obrigado Milena Lanblac. — Devolve no mesmo tom.

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Comments

Alba Farias

Alba Farias

essa vai ser última história que vou ler sem foto deles

2024-02-21

1

Alba Farias

Alba Farias

gosto de ler histórias com foto deles todos Nei no casamento apareceu os dois arados

2024-02-21

0

Maria Rosangela Alves de Oliveira

Maria Rosangela Alves de Oliveira

agora tá melhor

2023-07-29

2

Ver todos
Capítulos
1 Prólogo
2 Capítulo Um
3 Capítulo Dois
4 Capítulo Três
5 Capítulo Quatro
6 Capítulo Cinco
7 Capítulo Seis
8 Capítulo Sete
9 Capítulo Oito
10 Capítulo Nove
11 Capítulo Dez
12 Capítulo Onze
13 Capítulo Doze
14 Capítulo Treze
15 Capítulo Quartoze
16 Capítulo Quinze
17 Capítulo Dezesseis
18 Capítulo Dezessete
19 Capítulo Dezoito
20 Capítulo Dezanove
21 Capítulo Vinte
22 Capítulo Vinte e Um
23 Capítulo Vinte e Dois
24 Capítulo Vinte e Três
25 Capítulo Vinte e Quatro
26 Capítulo Vinte e Cinco
27 Capítulo Vinte e Seis
28 Capitulo Vinte e Sete
29 Capítulo Vinte e Oito
30 Capítulo Vinte e Nove
31 Capítulo Trinta
32 Capítulo Trinta e Um
33 Capítulo Trinta e Dois
34 Capítulo Trinta e Três
35 Capítulo Trinta e Quatro
36 Capítulo Trinta e Cinco
37 Capítulo Trinta e Seis
38 Capítulo Trinta e Sete
39 Capítulo Trinta e Oito
40 Bônus de Natal
41 Capítulo Trinta e Nove
42 Capítulo Quarenta
43 Capítulo Quarenta e Um
44 Capítulo Quarenta e Dois
45 Capítulo Quarenta e Três
46 Capítulo Quarenta e Quatro
47 Capítulo Quarenta e Cinco
48 Capítulo Quarenta e Seis
49 Capítulo Quarenta e Sete
50 Capítulo Quarenta e oito
51 Capítulo Quarenta e Nove
52 Capítulo Quarenta e Nove
53 Capítulo Cinquenta e Um
54 Capítulo Cinquenta e Dois
55 Capítulo Cinquenta
56 Capítulo Cinquenta e Quatro
57 Aviso
58 Capítulo Cinquenta e Um
59 Capítulo Cinquenta e Dois
60 Capítulo Cinquenta e Três
61 Capítulo Cinquenta e Quatro
62 Capítulo Cinquenta e Cinco
63 Capítulo Cinquenta e Cinco: Niver do Matthew: Parte Um
64 Capítulo Cinquenta e Cinco: Niver do Matthew Parte Dois
65 Capítulo Cinquenta e Cinco: Niver do Matthew Parte Final
66 Explicações
67 Capítulo Cinquenta e Seis: Parte Um
68 Capítulo Cinquenta e Sete
69 Explicação
70 Capítulo Cinquenta e Oito
71 Capítulo Cinquenta e Nove: Parte Um
72 Capítulo Sessenta
73 Capítulo Sessenta: Parte Final
74 Capítulo Extra
75 Capítulo Sessenta e Um
76 Capítulo Sessenta e Dois
77 Capítulo Sessenta e Dois: Parte Final
78 Capítulo Sessenta e Três
79 Capítulo Sessenta e Quatro: Parte Um
80 Capítulo Sessenta e Quatro: Parte Final
81 Capítulo Sessenta e Cinco
82 Capítulo Sessenta e Seis: Parte Um
83 Capítulo Sessenta e Seis: Parte Final
84 Capítulo Sessenta e Sete
85 Capítulo Sessenta e Oito
86 Capítulo Sessenta e Nove
87 Capítulo Setenta
88 Capítulo Setenta e Um
89 Capítulo Sessenta e Dois
90 Capítulo Setenta e Três
91 Capítulo Setenta e Quatro: Parte Um
92 Capítulo Setenta e Cinco
93 Capítulo Setenta e Seis: Parte I
Capítulos

Atualizado até capítulo 93

1
Prólogo
2
Capítulo Um
3
Capítulo Dois
4
Capítulo Três
5
Capítulo Quatro
6
Capítulo Cinco
7
Capítulo Seis
8
Capítulo Sete
9
Capítulo Oito
10
Capítulo Nove
11
Capítulo Dez
12
Capítulo Onze
13
Capítulo Doze
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Capítulo Treze
15
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Capítulo Quinze
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Capítulo Dezessete
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Bônus de Natal
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Capítulo Cinquenta e Cinco
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Capítulo Cinquenta e Cinco: Niver do Matthew: Parte Um
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Capítulo Cinquenta e Cinco: Niver do Matthew Parte Dois
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Capítulo Cinquenta e Cinco: Niver do Matthew Parte Final
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Capítulo Cinquenta e Seis: Parte Um
68
Capítulo Cinquenta e Sete
69
Explicação
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Capítulo Cinquenta e Oito
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Capítulo Sessenta
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Capítulo Setenta e Seis: Parte I

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