Antes mesmo de todos decidirem entrar em uma guerra, a elite já existia em busca de experimentos para aumentar os próprios poderes, porém os testes eram feitos em crianças que sempre acabavam morrendo em meio aos processos. Contudo, ainda decididos a acharem algo que pudessem manipular e ainda usar para o próprio benefício, andaram pelas ruas sobrenaturais durante as noites. Eles sabiam que crianças humanas não duravam muito, então agora eles partiriam para a próxima etapa.
Com roupas formais e elegantes, ninguém desconfiava de nada sobre o que eles faziam por aquelas ruas tão escuras. Entretanto, Luke ouviu um choro baixinho e seguiu por ele, deparando-se com uma garotinha de cabelos pretos, ela estava com a cabeça apoiada nos joelhos, soluçando copiosamente. O mesmo se aproximou de vagar porém antes que pudesse fazer algo, a garota pulou encima dele com a boca aberta, deixando seus dentes pequenos e afiados a amostra.
Todavia, Luke conseguiu a interceptar à tempo. Segurou suas mãos, torcendo-as em suas costas. A garota rosnou e grunhiu repetidas vezes. Estava claro que não sabia falar. Logo o resto dos integrantes o acharam e levaram a garota marinha consigo. Eles sabiam o que ela era pelos dentes pontudos e pelas escamas que subia por sua panturrilha ocasionalmente, o que eles não sabiam era o que ela fazia fora do mar. Crianças d'água não durava muito tempo em terra sem os pais.
Galatéia foi usada como cobaia para todos os seus procedimentos. Foi envenenada por diversos sangues de criaturas diferentes, foi incubada, dopada e injetada com vários componentes que não lembraria nem se quisesse. Passou anos sob tortura, vendo eles a tratar como se fosse um animal esquisito que acabará de surgir no mundo, então eles precisavam descobrir tudo.
Mas o fracasso veio, junto com a rosa que tomou posse do olho da garota. Eles não sabiam o porquê ou como aquilo havia aparecido, mas não servia de nada se não tivesse poder. Todos haviam criado Galatéia no propósito de ela ser vários em um corpo só, contudo ela ainda era só uma sereia estúpida. Os anos foram se passando, Gall treinava todos os dias, porém ainda sim nada de diferente havia despertado, há não ser os cabelos brancos que havia adquirido após ser mandada em uma missão, que envolvia matar os traidores, sendo eles, sereias e sereianos.
Luke e as outras estavam com tédio. No fim não criaram nada e logo em seguida descobriram que ela havia sobrevivido porque não era uma criatura qualquer e sim uma rainha, por isso que a deixaram voltar para o mar, já que ninguém tinha paciência suficiente pra lidar com um povo tão arrogante e narcisista. Continuaria assim, se o rei não os estivesse deixando com o tédio em dobro, ele pretendia matar dois coelhos de uma vez sem causar alarde. Enviaria Gall para uma disputa que poderia a fazer morrer sem chamar atenção para o lado deles, e depois... só restaria o rei e o trono para ser tomado e para dá-lo a alguém que realmente saiba se divertir vivendo tanto tempo.
Mas agora as coisas havia saído do controle. Galatéia não só mostrou ser capaz de ganhar um torneio como também despertou poderes que eles não havia imaginado que existia. O que significava que agora ela era uma ameaça, não tinha formas de imitar o procedimento que fizeram nela porque jogaram fora todo o seu trabalho achando que não havia servido de nada. Eles estavam enganados, agora a criatura que poderia ter ajudado eles a ser as criaturas mais fortes do mundo era sua inimiga.
Precisa ser eliminada.
Por isso Galatéia estava presa agora, havia correntes por seu pescoço e braços, o sangue escorria vagarosamente pelo ferro. Eles a culparam por envenenar as candidatas anteriores antes da disputa, colocando provas em seu quarto sem que ela os visse. Gall bocejou, estava se sentindo cansada e com fome, seus músculos doía bastante por causa da luta e ainda mais por está com as mãos acorrentadas.
— Que palhaçada — resmungou, consigo mesmo.
Não conseguia aceitar o fato que havia sido presa por algo tão estúpido. Seus joelhos estavam doendo, mais um pouco nessa posição e ela arrancaria os próprios braços. O portão enorme se abriu, Illis adentrou, parecendo nenhum pouco abalado. Andou lentamente até ela, se curvando e logo ficando de joelhos. Galatéia revirou os olhos, o que ela menos queria agora era uma visita inesperada.
Ficaram um tempo se encarando, sem dizer nada.
— Não vai tentar se defender?
Ela sentiu a garganta fechar
— Estou cansada de ter que provar algo, Illis.
O humano tocou sua face.
— Você não pode desistir de tudo assim.
— Acho que chegou a hora em que tenho que aceitar que já vivi o suficiente — ela sorrir, amarga. — Estou satisfeita com a minha vida, não sou a melhor pessoa do mundo mas dei o meu melhor para ser quem eu sou hoje.
Cada palavra era como um alfinete espetando em seu peito.
— Não diga isso! — sua voz está desesperada. — Você tem muito o que viver ainda.
Ela respirou fundo. Claro que se houvesse maneiras de limpar a imagem dela, ela já o teria feito.
— Só... saia daqui, Illis.
— Mas...
— Saia! — gritou.
Nunca levantou a voz para ele, quando o viu se encolher de medo, teve vontade de estapear a própria cara. Contudo, em vez de pedi desculpas apenas abaixou a cabeça e focou na estampa vermelha da sua roupa. Ele saiu em silêncio, Galatéia o observou arrastando os pés, pensando no que poderia fazer a seguir.
...[...]...
No dia seguinte, estava alquebrada e com sede. Não a alimentaram, muito menos a deram algo para beber. Se Beron tinha algo a ver com isso, não havia nem ido ver ela. Não que estivesse surpresa, mas esperava no fundo está errada sobre ele. Pela primeira vez desse dia, a porta havia sido aberta.
— Tsc — cuspiu no chão com a pouca saliva que havia dentro da boca. — Seja lá o que veio fazer, volte porque não estou nem um pouco interessada de olhar para sua cara.
Ele sorriu para ela, ameaçador.
— Olá, minha bela menina.
Ela permaneceu calada, encarando os passos dele que caminhava ao seu redor a avaliando como um lobo.
— Você teria sido tão útil se houvesse agido como queríamos. Eu a amei como uma filha — ele enfatizou sua voz. — Eu realmente a amei.
— Ah, que nojo.
Ele a ignorou.
— Por isso vou te dar duas opções.
Galatéia bocejou como se a resposta dela fosse óbvia.
— Eu mato você — caminhou mais uma vez ao redor dela antes de ficar na sua frente. — Ou você me ajuda a roubar o trono.
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Atualizado até capítulo 44
Comments
Angela Valentim Amv
Aposto que ela vai preferir morrer.
2023-11-19
0
Valda Martins
Entre a cruz e a espada
2022-05-26
1