Galatéia estava sentada na cama, olhando fixamente para o chão em que seus pés estão apoiados. Sua pele estava ressecada, assim como seus lábios, pequenos tufos de cabelos podiam se observar espalhados por cima do edredom de vinho. Parecia que havia envelhecido da noite pro dia, se bem analisada veriam que ela estava tremendo. Desde que saiu da arena arrastada por outros guardas, sua saúde havia piorado. Até agora não entendia como conseguiu perder o controle de si mesmo daquela forma. Estava com raiva e é óbvio que pretendia matar a outra, mas não daquela forma tão... brutal.
Curvou seu corpo na direção onde o vaso de flores estava, posicionados ao seu lado encima de uma cômoda de madeira. Toda vez que se lembrava de como deixou aquela mulher, começava a vomitar, e talvez tenha sido isso que havia agravado o seu estado. A coxa doía muito mais agora e já havia trocado os panos umas dez vez, porém teria que trocar de novo porque este já estava encharcado de sangue novamente.
Se continuar assim é capaz que morra. Ela é imortal na água, fora dela ela é tão frágil quanto um humano.
Dáiríne entra no quarto carregando uma bandeja com frutas e suco, contudo quando se depara com a aparência da menor, ela se aproxima rapidamente para poder colocar as coisas ao lado dela na cama.
— Galatéia! — fica sob os joelhos, tateando freneticamente o rosto da outra. — Você está bem? — seus olhos transbordavam preocupação.
— Estou, sim — tira as mãos de Dáiríne do seu rosto, sorrindo brevemente. — Só preciso de um homem.
A garota de cabelos azuis franziu a testa.
— Para quê?
Galatéia tenta se levantar, pegando uma uva e engolindo-a.
— Preciso me alimentar, minhas feridas não vão se curar apenas com a água — suspira, exausta. — Durante esses dias extrapolei na minha recuperação — confessa.
Ela passa as mãos pelos cabelos, cansada, porém mais tufos cai ao seu lado. Ela fixa seu olhar nos fios de cabelos brancos em sua mão, sentindo-se sensível e com uma vontade enorme de chorar. Agora ela estava feia, isto era mais do que podia suportar. Onde já se viram sereias horripilantes? Ainda mais sendo uma rainha? Não queria admitir isso, mas era a verdade e ter que lidar com isso agora é absurdamente doloroso.
Não existe nada pior para o povo do mar do que não se dar bem com a própria aparência.
— M-mas você disse que não se alimentava de outras criaturas... — a voz da garota chamou-a de volta para a realidade.
Galatéia arregalou os olhos.
— Oh, não! Eu não os como! — então sorrir maliciosa. — Na verdade, é o contrário.
Dáiríne encarou-a confusa, seus olhos permaneceram semicerrados por dez minutos antes de entender ao que Galatéia se referia, contudo quando finalmente conseguiu, não pôde evitar a expressão de surpresa e constrangimento.
— E-eu não s-sabia... hm, disso — seu rosto estava completamente vermelho, Gall gargalhou, achando-a terrivelmente agradável.
Nunca havia conversado com alguém tão pura e por incrível que pareça, ela gostava de Dáiríne. A garota passava boas vibrações para ela que, ao contrário de Beron, não usava a morte da mãe para tratá-lá mal. O fato de que a garota de cabelos azuis se preocupava com ela a enchia de alegria, desde que veio ao mundo ela nunca havia feito amizades. Embora ela amasse o seu lar, sereias e tritões não era realmente um povo amigável e bom de se socializar, todos são arrogante demais e na maioria das vezes, todos, sem exceção, são narcisistas.
— Eu me alimento da energia deles, não preciso do ato sexual em si — explica, observando a vermelhidão de Dáiríne se estender até o pescoço.
— Ahn... hm, então... precisa ser necessariamente um homem? — suas mãos se aperta entorno do vestido florido.
Galatéia a encara, curiosa.
— Por acaso está se oferecendo para me alimentar, Dáiríne? — seus lábios se repuxaram em um sorriso lascivo.
A garota minúscula se engasga, quando finalmente se recupera, fala:
— Se isso ajudar você se recuperar, eu posso alimentar você.
Galatéia não conseguiu se segurar, soltou outra gargalhada alta e gostosa. Alguns segundos atrás havia considerado a garota pura e agora, Dáiríne estava disposta a passar sua energia em um contato de lábios que provavelmente demoraria vários minutos, isto se ela não estivesse tão ferida, porque se fosse o caso, poderia durar até horas. Embaixo d'água ela não precisava disso, mas em terra ela tinha seus limites e se quisesse permanecer teria que fazer sacrifícios.
— Fico lisonjeada que queira me beija, Dáiríne — a garota não conseguia nem olhar para ela de tão envergonhada. — Mas eu preciso de um homem, por causa de sua aura sexual, sabe? Tendo os dois eu não demoraria muito para me recuperar, ao menos, claro, que você sinta um tesão secreto por mim — sua voz havia ficado manhosa na última frase, ela estava brincando porém também estava curiosa com a resposta que a outra daria.
Dáiríne não olhou para ela quando respondeu:
— Irei lhe trazer algo até o fim do dia.
Galatéia sentiu-se decepcionada, mas não demonstrou. Sorriu para a pequena, agradecida, vendo-a sair do quarto às pressas. Estava preocupada que a outra não achasse algo até o fim dia, ao cair da noite iria ter um baile de comemoração do que restou das participantes e a presença de todas é obrigatória. Contudo só de pensar que alguém a veria naquele estado deplorável ela sentia vontade de se matar. É vergonhoso. E o constrangimento a machucava. Ela abriu a porta do quarto, botando a cabeça para fora vendo se teria alguém no corredor.
Entretanto seus olhos pousaram em duas figuras que ela logo conseguiu distinguir sendo Illis e Dáiríne. As bochechas dele estavam vermelhas, seu sorriso estava pequeno mas era o suficiente para fazer seu coração disparar, porém ele não olhava para ela. Aquele sorriso não era para Galatéia, assim como a vermelhidão nas bochechas diziam que estava tímido, aquilo é para Dáiríne.
A saliva em sua boca ficou amarga e seu coração pareceu afundar no peito. Não estava habituada a este tipo de emoção por isso não conseguia dizer o que havia de errado consigo. Ela deu dois passos para trás, fechando a porta o mais silenciosamente possível. Já havia notado que Dáiríne gostava de Illis, mas ter que ver com os próprios os olhos a aproximação deles é tão dolorosa quanto o constrangimento de estar feia em um baile.
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Atualizado até capítulo 44
Comments
bianca senna
muito boa , estou gostando bastante . Sabe aquela história cheia de espectativa? é essa /Smile/
2024-02-12
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Angela Valentim Amv
Aí ai será que ela vai conseguir alguém pra ela sugar kkkkk
2023-11-18
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Josy
como assim ?? a gal gosta do illis ?? 🤨
2023-04-08
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