A plateia estava em silêncio quando Galatéia entrou na arena. Não era algo normal de se ocorrer, então havia algo de errado. Hoje o desafio seria em uma ilustração na floresta, todos veriam ela mas ela não veria ninguém, mas isso não impedia de escutar o que estava de fora da ilusão, porém por algum motivo oculto, ninguém gritava nada. Ela continuou andando, observando tudo atentamente, desde o céu ao chão. No meio das árvores ela tentou visualizar alguém, mas não viu nada.
Ela prosseguiu, até parar em um canto claro, em um descuido, a mesma foi pega pelos tornozelos a colocando de cabeça para baixo, logo se encontrando emaranhada em uma planta trepadeira. Dos arbustos uma mulher alta, parecendo uma versão da branca de neve saiu de lá, com uma maçã na mão, não ironicamente. Gall levantou uma sobrancelha, como se perguntasse mentalmente que tipo de joguinho a outra branquela queria jogar.
— Você é tão burra ao ponto de cair em uma armadilha dessa.
— Cadê os sete anões? — zombou, tentando se soltar.
— Você não vai se sair dessa fazendo piadinhas estúpidas — morde a fruta. — E com certeza eles não estão presos em uma planta como você.
— Touché — Gall riu para ela.
— Agora me diga, como uma criatura como você se tornou elite? Por acaso você paga seus serviços... sexualmente? — Ela analisou a garota de cabeça para baixo, procurando pistas de uma possível força extraordinária, mas só via uma pequena garota de pele branca demais.
— Claro, porque os sobrenaturais podendo ter tudo o que querem, iriam me tornar importante porque dou pra eles de graça — revirou os olhos. — Por favor, você me prendeu em uma planta, me diz que é mais esperta que isso.
Ela analisou mais uma vez a garota, se decidindo por fim.
— Não estou afim de lutar com você, então lembre-se disso quando as coisas ficarem pior — ela caminhou até a parte escura da floresta, mordeu a maçã novamente e disse: — porque vão — Ela sorriu, sumindo como fumaça pela penumbra escura.
— Aposto que conseguir ferir o ego dela — Galatéia riu ao lembrar que a outra havia mesmo pensando que serviços sexuais servia para criaturas da noite.
A planta foi se desfazendo, jogando a garota de cabeça no chão, porém a grama amorteceu na queda. A paisagem foi se dissipando, até que estava na arena normal, com todos da plateia encarando. Então olhando para cima, ela viu o motivo do silêncio de todos, lá estava as cincos membros do Conselho e Luke, que era o que comandava a elite toda. Gall sentiu suas pernas enfraquecer e o sangue sumir do seu rosto, ao longe, perto deles, estava Beron que a olhava sem expressão no rosto e mais ao lado dele estava Illis, ao menos ele parecia preocupado.
— Vejo que Trix desistiu — avaliou, olhando para ela, ainda sem demonstrar nada. — Os seus senhores querem a avaliar, já que a luta atual foi um fracasso.
— Avaliar? Mas não é proibido a desistência então o teste não é obrigatório se eu não quiser — sua voz tremeu.
Isso estava cheirando muito mal, muito mesmo.
— Você pertence a elite, então claro que é um teste obrigatório — desta vez foi Luke quem respondeu, Galatéia viu Beron se remexer desconfortável, só não sabia dizer se era porque Luke tomou seu lugar de fala ou se era porque não gostará da forma que ele falará com ela.
Provavelmente a primeira opção. Gall engoliu em seco, ela viu nos olhos dos membros que eles não pretendiam deixar que ela vivesse livre. Na verdade, no fundo ela sempre soube disso, contudo tinha esperanças de está errada, e agora notará o quanto era tola demais e que era por isso que todos pisavam nela. Fazia o que pedia como um cachorrinho, não tinha do que reclamar já que sempre havia permitido eles a tratar ela assim.
Ela se curvou de forma elegante.
— Estou às ordens, senhor.
Luke sorriu maliciosamente, adorando a humilhação pública. Beron no entanto não havia gostado nenhum pouco de a ver se curvando para o outro e Illis estava revezando os olhares entre seus senhores e na pequena garota. As elite não demonstrava nada, como se estivessem entediadas.
— Defenda-se, filha — olhou diretamente para ela, então levantou suas mãos ao alto. — Soldados! Matem-na!
Antes que pudesse reagir, os portões se abriram, dando passagem a uma multidões de homens armados prontos para lhe arrancar a cabeça. O primeiro correu em direção a ela com uma faca, fazendo um corte em sua coxa. Ela gritou de dor, porém não cedeu. Sua flor tomou o lugar de seu olho, lhe cuspindo duas adagas bem a tempo de cortar a garganta de dois. Ela continuou fazendo uma dança por meio aos corpos, se esquivando e vez ou outra usando um pouco da magia que sabia.
O suor escorria do rosto para o corpo, lutar fora da água exercia uma força enorme, aos poucos seu corpo demonstrava o cansaço físico e a visão ficava turva. Era por isso que eles mandará os soldados, sabia que fora da água ela era inútil e fraca. Entretanto eles subestimaram sua força, ela voou para cima de mais três homens, lhes perfurando a carne ou simplesmente desconfigurando seus rostos, os olhos dela mudaram de cor. Saíram do cinza sem vida para o vermelho sangue.
Ela continuou lutando com soldados e contra sua inconsciência, mais um pouco e ela desmaiaria na frente de todos. Ela correu para longe dos homens o mais rápido que pôde, cortou a palma da mão proferiu sua canção, a melodia entrando nos ouvidos de cada um, acariciando suas audições.
Venha até à mim, ajude sua senhora
Rasteja sobre meu corpo e minha alma
Uma pequena cobra dourada começou a subir por seus tornozelos, todos olhava hipnóticos. Ela continuou repetindo as frases, em uma melodia inebriante e aclamativa.
Não demorou muito e lá estava sua serva.
— Diga que tudo isto é para mim, mestra?
— Seja uma boa garota, se sirva apenas dos soldados.
A cobra que antes era pequenina havia ficado monstruosa, indo para cima e engolindo os soldados.
Galatéia não era uma heroína. Sua alma era tão obscura quanto a de qualquer um alí, porém ela não faria o que eles faziam com ela. Ninguém a ajudou quando precisou de ajuda, então que cada um provasse o seu valor porque ela já estava com a corda no pescoço provando o seu e as possibilidades de que ela continuasse viva era minúsculas. Depois de sua cobra se alimentar de todos os restos dos homens, ela foi imediatamente embora.
Contudo, quando Galatéia decidiu se entregar ao cansaço, a fera apareceu.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 44
Comments
Angela Valentim Amv
Eita lasqueira que fera?
2023-11-19
0
Valda Martins
Maisssss
2022-05-26
1