Milão – Dois dias depois.
As ruas movimentadas da cidade não sabiam que, entre turistas e homens de negócios, havia um casal pronto para derramar sangue. Enzo e Valentina chegaram discretamente, sem escolta. Era uma missão silenciosa. Uma caça.
Eles se hospedaram num hotel de luxo no centro da cidade. Suítes separadas para disfarçar. Mas bastou a porta fechar para Valentina ser empurrada contra a parede do quarto, os lábios de Enzo colando nos dela com fome.
— Dois dias sem você é uma tortura — ele murmurou, puxando a jaqueta dela.
— Se estamos em missão, Don Bianchi, precisamos nos concentrar — ela sussurrou com um sorriso malicioso, empurrando-o para trás e começando a se despir lentamente.
Enzo a observava com desejo puro nos olhos, como se cada peça de roupa que caía no chão revelasse mais do que um corpo: revelasse poder, domínio e perigo.
Eles fizeram amor ali mesmo, no chão do quarto, com a urgência de quem não sabia se estaria vivo no dia seguinte. Ela o cavalgou com força, os corpos colados, os gemidos abafados pelos beijos e pelos suspiros. O ritmo era intenso, animalesco, o prazer aumentando até explodir entre sussurros e mordidas.
— Quando isso acabar, vamos desaparecer por uns dias... só eu e você — ele prometeu, ainda ofegante.
— Primeiro vamos caçar o lobo — ela respondeu.
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Na noite seguinte, bairro de Porta Romana.
A missão era clara: invadir o galpão onde Pietro Gallo se reunia com seus capangas. Valentina e Enzo foram sozinhos. Eles queriam ver os olhos do inimigo antes de puxar o gatilho.
Com roupas pretas e armados, caminharam lado a lado pelos fundos do galpão, passando por entre containers e estruturas de ferro abandonadas. O frio da noite cortava o ar, mas o calor do perigo aquecia o sangue.
— Dois guardas na entrada. Um no telhado. Provavelmente há outros dentro — Valentina murmurou, analisando o terreno.
— Silencioso ou barulhento?
— Barulhento, pra que ele saiba que estamos aqui.
Enzo sorriu.
Segundos depois, dois tiros silenciados derrubaram os primeiros guardas. Enzo chutou a porta da frente com força, o som ecoando no galpão. O caos se instaurou.
— BIANCHI! — gritou um dos capangas. — É ELE!
Tiros explodiram. Valentina se moveu como uma sombra, atirando com precisão, desviando entre as pilastras. Enzo, por outro lado, andava como um deus da morte, derrubando cada homem que ousava se aproximar.
Em menos de cinco minutos, o chão estava coberto de corpos.
Pietro Gallo tentou fugir pelos fundos, mas foi surpreendido por Valentina, que apontou a arma para ele com um olhar de puro desprezo.
— Olá, Pietro. Que tal uma conversa?
— Você... a ex-policial. Sabia que estava transando com um assassino?
— Agora eu sou parte da máfia, querido. E você vai pagar por se meter com o homem errado.
Enzo se aproximou, caminhando devagar. Os olhos dele estavam escuros, como se enfrentassem fantasmas antigos.
— Você não mudou nada, Pietro.
— E você ainda é um garotinho tentando usar o nome do pai — Pietro cuspiu, com um sorriso irônico.
Valentina franziu o cenho, surpresa. Enzo cerrou os punhos.
— Fala de novo...
— Seu pai... Giovanni Bianchi. Ele era meu melhor amigo antes de decidir que o poder deveria ser todo dele. Você acha que herdou esse trono? Você o roubou. Assim como seu pai me roubou tudo.
Valentina olhou para Enzo, que tremia de raiva.
— Giovanni era meu maior inimigo... e também meu irmão. Metade do império que você comanda era meu por direito — Pietro continuou.
— Então é vingança — Valentina concluiu. — Você quer destruir Enzo porque acha que ele vive a vida que deveria ser sua.
— Eu não acho. Eu sei. E você vai morrer por isso.
Pietro tentou sacar a arma, mas Valentina foi mais rápida. Um tiro direto na perna o fez cair.
— Você ainda tem sorte de estar vivo — ela disse. — Mas vai apodrecer no subsolo da mansão Bianchi até nos dar cada nome, cada segredo e cada transação suja.
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Mais tarde, no hotel.
O silêncio entre os dois era denso. Enzo olhava para o copo de uísque na mão, pensativo.
— Ele falou a verdade? — Valentina perguntou.
— Giovanni era meu pai... e também um monstro. Sempre desconfiei que tinha tomado algo que não era dele. Mas ouvir isso assim... do meu inimigo. É como ver o espelho quebrar.
Valentina sentou ao lado dele e pegou sua mão.
— Não importa como começou. Você é o Don agora. E eu estou com você. Até o fim.
Ele puxou-a para o colo, beijando-a com necessidade. Mas dessa vez, o sexo foi diferente: foi lento, intenso, como uma busca de conforto. Enzo beijava cada parte do corpo dela como se pedisse perdão por carregar o sangue de um império construído sobre ruínas. Valentina respondia com carinho, com força e com entrega.
E naquela noite, sob a escuridão de Milão, dois amantes — antes justiceira e criminoso — selaram sua aliança com prazer, dor, verdade... e amor.
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Atualizado até capítulo 36
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