No dia seguinte, Valentina chegou ao restaurante ainda mais atenta. Sabia que estava pisando em terreno minado. Cada gesto seu era observado. Cada olhar carregava desconfiança. E o pior: ela não parava de pensar nele.
Ao final do turno, quando se preparava para sair pelos fundos, um dos capangas se aproximou.
— O Don quer jantar com você. Sala privada. Agora.
Valentina engoliu em seco. O plano era se aproximar… Mas não tão rápido. Respirou fundo, ajeitou a blusa branca justa, desfez o coque e deixou o cabelo cair solto, como se não ligasse. Como se não estivesse com o coração disparado.
A sala privada era luxuosa, com uma longa mesa de madeira escura, cortinas de veludo e luz baixa. Enzo já estava lá, de pé, segurando uma taça de vinho. O terno havia ficado mais informal: sem gravata, mangas arregaçadas. Os primeiros botões da camisa abertos mostravam um vislumbre do peito tatuado.
— Sente-se — ele disse, sem rodeios.
Ela obedeceu. O garçom entrou com duas taças e desapareceu, deixando-os a sós. O silêncio entre eles era denso. Elétrico.
— Ainda não sei seu nome — ele comentou, girando o vinho na taça. — E você já está nos meus pensamentos há vinte e quatro horas.
Valentina sorriu de canto.
— E você já está me testando há vinte e quatro horas.
— Talvez. Ou talvez eu só queira descobrir até onde você pode ir.
Ele se aproximou, pegando delicadamente uma mecha do cabelo dela e cheirando.
— Você tem cheiro de provocação. E perigo. Isso me excita.
Ela cruzou as pernas lentamente, sabendo exatamente o que fazia. Enzo percebeu, e os olhos escureceram.
— Não devia brincar com fogo, Don Bianchi.
— Eu sou o fogo, Valentina. E você acabou de pular dentro das chamas.
Ela congelou por um segundo. Ele sabia seu nome.
— Como...?
— Você acha que eu deixaria qualquer mulher sentar na minha mesa? — ele rosnou, deslizando os dedos pela perna dela, por cima da meia arrastão. — Sei que não é uma garçonete. E, ainda assim, aqui está você. Aceitando meu vinho, minha presença... Me provocando.
Valentina ficou muda. A tensão sexual entre eles era como um elástico prestes a arrebentar.
— Então por que não me entrega à polícia? — ela provocou, o coração acelerado.
— Porque você é minha agora. — Enzo se aproximou, encostando a boca na dela sem beijar. — E eu gosto de brincar antes de dominar.
Ela sentiu a respiração falhar. Mas não recuou.
— E se eu te dominar primeiro?
O beijo veio então, selvagem. Ele puxou sua nuca com força, a boca invadindo a dela com fome e autoridade. As línguas se encontraram num ritmo feroz. Ele a empurrou contra a parede da sala, suas mãos firmes segurando sua cintura.
Os dedos dele subiram por baixo da blusa, encontrando sua pele quente, enquanto ela arranhava seu peito por dentro da camisa. Enzo gemeu baixo, rouco, contra a boca dela.
— Está jogando um jogo perigoso, agente…
— E você está me deixando viciada — ela sussurrou, entre beijos.
Ele a ergueu pela cintura com facilidade e a sentou na mesa, afastando suas pernas sem delicadeza. O calor entre eles era quase insuportável.
— Se me deixar continuar… não haverá volta — ele murmurou, seus dedos brincando na barra da calcinha.
— Eu já passei da linha… — ela arfou. — Então me faça cruzar todas as outras.
Enzo sorriu, vicioso.
— Como quiser.
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Atualizado até capítulo 36
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