Roma, 09h00 da manhã.
A mansão Bianchi estava silenciosa, mais do que o normal. Os corredores pareciam frios, como se soubessem que um segredo mortal estava prestes a ser revelado. Valentina caminhava com passos firmes, o salto ecoando no chão de mármore.
Cada olhar que ela recebia era analisado, cada expressão, cada hesitação. Não havia espaço para erros. Havia um traidor dentro da casa. E ela o encontraria.
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Na sala de reuniões, Enzo estava ao lado dela, observando atentamente os sete homens e duas mulheres mais próximos da segurança da família. Todos haviam sido convocados sem saber o motivo.
Valentina cruzou os braços, os olhos firmes.
— Um de vocês entregou informações à Giulia Conti. Um de vocês colocou a cabeça de Enzo a prêmio. E eu vou descobrir quem foi. Hoje.
Um silêncio mortal caiu sobre o ambiente. Nenhum deles ousou se mexer. Mas foi o olhar de Marcello, o mais antigo segurança de Enzo, que a fez levantar uma sobrancelha. Um tremor sutil. Um desvio rápido no olhar.
Valentina caminhou até ele, devagar.
— Onde você estava na noite do ataque à transportadora?
— Eu... eu estava em ronda externa, como foi ordenado — respondeu ele, tenso.
Ela piscou, inclinando a cabeça.
— Não estava, Marcello. Sua arma foi encontrada sem um único disparo. A ronda externa naquela noite mostrou interferência no rádio… e só você usava aquele canal.
Enzo se levantou abruptamente, os olhos cheios de fúria.
— Você?
— Espere! — Marcello recuou — Eu fui forçado. Eles... ameaçaram minha filha. Eu não queria, juro por Deus.
— Deus não entra aqui — Valentina disse friamente, tirando a pistola do coldre.
Ela olhou para Enzo, esperando sua decisão. Por um momento, o Don pareceu hesitar. Mas então, com um leve aceno de cabeça, ele deu a ordem silenciosa.
Marcello foi levado.
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Horas depois, Valentina estava no quarto, com a mente fervendo. As peças do tabuleiro estavam se revelando. Riccardo morto, Marcello desmascarado... mas ainda havia algo errado.
Ela pegou o laptop e revisou novamente os dados coletados por Clara antes de ser capturada. Um nome chamava atenção nas transferências bancárias. Um nome que ela reconheceu.
Nico.
O motorista. O homem quieto que servia a família há apenas quatro meses. Discreto, sempre calado, sempre “à disposição”. Ele não aparecia nos arquivos da Interpol, nem em bancos de dados criminais.
Mas a conta usada para receber uma grande quantia de dinheiro vinha do mesmo banco das empresas fantasmas ligadas aos Conti.
Valentina olhou para a tela, a boca seca. Ela desceu correndo as escadas, indo direto à garagem.
— Onde está o Nico? — perguntou ao segurança do portão.
— Disse que sairia para abastecer o carro do Enzo… Mas não voltou.
Merda.
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À noite, Enzo apareceu em seu quarto. Estava com a camisa aberta, expressão cansada, e olhares intensos.
— Hoje... você salvou minha vida outra vez — disse, com a voz rouca.
Valentina se aproximou, tocando o rosto dele.
— Não é só a sua vida que está em jogo. É a minha também. Porque... se eu te perder, Enzo, nada mais disso faz sentido.
Ele a puxou, colando seus lábios nos dela, dessa vez com suavidade. Os beijos não eram urgentes. Eram profundos. Verdadeiros. Quentes na medida exata da emoção.
Enzo a deitou na cama com delicadeza, os dedos desabotoando cada botão da blusa dela como se fosse um ritual. Valentina retribuía com toques suaves, deslizando as mãos pelos músculos do peito dele, sentindo o calor aumentar a cada segundo.
— Você é tudo que eu não sabia que precisava — ele sussurrou, descendo os lábios pelo pescoço dela.
Ela arqueou o corpo, recebendo cada beijo como uma promessa silenciosa.
E ali, naquela cama em meio ao caos, os dois se amaram como se só existissem um para o outro. Sem pressa, sem culpa, com a confiança de quem sabe que agora não estavam apenas vivendo uma paixão...
Estavam construindo um império.
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Ao final da noite, deitada sobre o peito dele, Valentina murmurou:
— Amanhã vamos atrás do Nico.
— E se for tarde demais?
Ela olhou nos olhos dele.
— Então a gente caça os Conti com ainda mais sangue nos olhos.
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Atualizado até capítulo 36
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